terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
depende do ponto de vista...
Just a perfect day,
Drink sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.
Oh its such a perfect day,
Im glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.
Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
Its such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.
(…)
(Perfect Day, Lou Reed)
- Então tens um blog e não tens contador?
- Não.
- Mas o que é que tu queres da vida? Será que não te ensinei nada?
Jardim, amigo, não te inibas. Pede a independência da Madeira, que o povo está contigo.
sexta-feira, julho 27, 2007
é fechar a cristaleira
J'ai vu passer l'hirondelle
Dans le ciel pur du matin:
Elle allait à tire d'aile
Vers le pays où l'appelle
Vers le pays où l'appelle
Le soleil et le jasmin.
J'ai vu passer l'hirondelle!
J'ai longtemps suivi des yeux
Le vol de la voyageuse
Depuis mon âme rêveuse
L'accompagne par les cieux
Ah ! Ah ! Ah! Ah ! Au pays mystérieux!
(...)
(J'ai vu passer le hirondelle, Erna Sack)
Não sei se é um problema com as tapas e com o bonito, mas a alimentação frugal dos espanhóis não torna estas greves de fome muito credíveis.
- Vestes-te bem, tens estilo, és gira, és inteligente, és culta e és uma pessoa muito querida, queres o quê? Tens é de te sentir bem!
Franz Pforr
Shulamit and Maria
1810-11
Private collection
John Millais
Mariana in the Moated Grange
1850-51
Private collection
Friedrich Overbeck
Italia and Germania
1815-28
Neue Pinakothek, Munich
quinta-feira, julho 26, 2007
Chirac, entends-tu le vol noir des patrons
Dans nos caisses ?
Chirac, entends-tu les cris sourds du prolo
Qu'on agresse ?
Au pieds ! enseignants, ouvriers, intermittents
C'est l'alarme.
Ce soir, ces pouilleux connaîtront le prix du sang
Et des larmes .
Roulez limousine
Flambez à la corbeille, Camarades.
...Foutez sur la paille
Le petit, sa marmaille
La mitraille
Ohé ! les traders
C'est bien le son du canon
Vendez vite.
Ohé ! l'initié
Le tuyau n'est pas crevé
faut acheter...
C'est nous qui soudons
Les barreaux des prisons
Pour la plèbe.
Sarko à vos trousses
Et Perben qui vous pousse.
La misère.
Et dans ce pays
Le président est un pote
La corruption
Ici, nous, vois-tu,
On arrête on embastille
On baillone
Ici, chacun fait
Comme il veut, ou il veut
Quand il passe.
Ami, si tu tombes,
Un juge te sort de l'ombre
C'est la grâce.
Demain du sang neuf
Remplira les fonds d'pensions
Dividendes
Prenez, compagnons,
Sans ennui la liberté
Est à vendre...
(variante)
Chirac, entends-tu le vol noir des patrons
Dans nos poches ?
Chirac, entends-tu les cris sourds du prolo
Qu'on amoche ?
Au pieds ! enseignants, ouvriers, intermittents
C'est l'alarme.
Ce soir, ces pouilleux connaîtront le prix du sang
Et des larmes.
(Le Chant des Courtisans, Crrocs)
link
insuportável mesmo é a cobardia, a falta de espinha dorsal, o medo de enfrentar a verdade.
- um intérprete com nome de grupo
- uma galeria de arte
- um museu especial (não é Jackson)
Ainda a propósito deste post, descobrimos hoje no Belogue que a Human Rights Watch tem vindo a avisar o Museu do Louvre e o Guggeheim a propósito das extensões das duas instituições em Abu Dhabi. (Abu Dhabi rules!)
Em causa estão os direitos dos trabalhadores dos futuros museus. A HRW argumenta em carta endereçada à Fundação Solomon R. Guggeheim que os trabalhadores dos Emirados Árabes são geralmente mão-de-obra ilegal e que labuta em condições desumanas. Mais ou menos a mesma coisa que deslocalizar empresas para a China ou para o Paquistão pois a moral laboral é outra. Estes trabalhadores são privados dos seus passaportes e direitos elementares e também de um governo capaz de actualizar a lei e legalizar direitos como o direito à greve. O Guggenheim abre em 2011 em Abu Dhabi e o Guggenheim ainda não respondeu.
[cadê o pavilhão?]
O Pavilhão existe no mundo virtual, mas não no mundo real: ou seja, como muitas coisas hoje em dia, o Pavilhão do Panamá para a edição deste ano da Bienal de Veneza, só existe nos fios, mas não no percurso da cidade flutuante. Richard Prince, um dos artistas referidos no site do pavilhão diz qual a razão para o pavilhão não existir, razão essa que nos deixa na dúvida… Ou se trata de uma brincadeira para justificar a inércia dos organizadores ou… é verdade. Reza a história de Prince que a ideia era pedir ao Estado da Florida cujo governador é o irmão de George Bush, Jeb Bush para libertar o General Noriega com o objectivo de levá-lo à Bienal. Como a ideia não foi aceite pelo governador, o artista justifica-se dizendo que em vez disso decidiu fazer um poster de enfermeiras lésbicas polacas. E termina com uma piada: “já ouviu falar das enfermeiras polacas lésbicas? Não gostam de mulheres.” O poster é este:
antes e depois ou "se era para mostrar a roupa do senhor do lado direito, que tal ter escolhido outro quadro. não sei, era uma sugestão...":
Jean-Baptiste Regnault
Les Trois Grâces
1797 - 1798
Museu do Louvre, Paris
Mario Sorrenti
Yves Saint Laurent para Rive Gauche
1998
quarta-feira, julho 25, 2007
terça-feira, julho 24, 2007
You can call me a sinner
and you can call me a saint
Celebrate me for who I am
Dislike me for what I ain’t
Put me up on a pedestal
Or drag me down in the dirt
Sticks and stones will break my bones
But your names will never hurt
I’ll be the garden, you’ll be the snake
All of my fruit is yours to take
Better the devil that you know
Your love for me will grow
Because
This is who I am
You can like it or not
You can love me or leave me
Cause I’m never gonna stop, no no
(…)
(Like it or not, Madonna)
não quero saber, não me afecta, não me interessa, não é nada comigo, já nem estou aqui, não estou a ouvir, estou a tapar os ouvidos, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...
“Que força é essa amigo?”*
- Polo do Hermitage em Lisboa em 2010
- O Louvre do Deserto ou o Louvre-Abu Dhabi estará pronto em 2012 com projecto de Jean Nouvel(?)
- O Centro de Arte Contemporânea de Veneza de François Pinault com projecto de Tadao Ando ficará pronto em 2009. O concurso para o mesmo lugar foi disputado entre Pinault e a Guggenheim Foundation com projecto de Zaha Hadid. O inimigo visceral de Pinault, Bernard Arnault e a Fundação Louis Vuitton em Paris planeiam um novo museu com projecto de Frank Gehry que será a Museu Fundação Louis Vuitton e estará pronto entre 2009 e 2010 no Parque de Bois de Bolougne, em Paris. Estes são só alguns dos projectos na forja para a construção de novos museus um pouco por todo o mundo. Notamos aqui duas atitudes diferentes: a iniciativa privada do Guggenheim, de Pinault e de Bernard Arnault e a polinização de museus conhecidos mas instalados em países com problemas de suborçamentação (Caso do Hermitage de São Petersburgo com um polo em Las Vegas) que procuram a expansão não através da associação com países e museus que poderiam proporcionar de facto um valor acrescentado e dar visibilidade à colecção, mas antes com países que sofrem do mesmo mal, como é o caso português. Há também o caso do Louvre de Abu Dhabi; ou seja, a exportação de um modelo com sucesso para um país dos mais ricos dos Emiratos Árabes, mas sem comparação quando colocado ao lado do Qatar. Neste exemplo o próprio museu fica de certa forma a perder pois tem de cumprir as condicionantes impostas pelo museu receptor o que neste caso se traduz por obras que não exponham nus nem cenas religiosas.
Mas o que é que faz mover as instituições nesta febre museológica, ou de marketing museológico? Há os exemplos referidos, mas há outros que ficaram prontos recentemente como a expansão do Whitney Museum por Renzo Piano e a extensão do Denver Art Museum por Daniel Libeskind.
Uma coisa é certa; uma obra de arte não desvaloriza. Ao contrário de um carro ou de uma casa, uma obra de arte com formato mais ou menos convencional, com uma ideologia conceptual mais ou menos ortodoxa, mais ou menos compreensível, é sempre um investimento. Pode não valorizar grandemente, mas não desvaloriza. Porque ao contrário de uma casa e de um carro cujos critérios de escolha estão ao alcance de cada um de nós e fazem parte do conhecimento comum, uma obra de arte tem uma face e uma vida associadas, e os critérios de apreciação são estéticos e por isso subjectivos. Não são quantificáveis, mensuráveis e assim, de difícil alcance. Existe também o factor “privados”. Os grupos privados como bancos e fundações encontraram na arte um investimento seguro que pode ter muitos parceiros e que, tal como numa moda, está a atingir o seu auge (The Bubble). O retorno é de tal forma compensador que não é difícil encontrar quem deseje participar num fundo de investimento em arte. Para além do valor monetário, há o valor simbólico.
Desconheço o peso do mercado e das transacções de arte para a economia dos países, mas em 2000 a Comissão Europeia calculava que o mercado de arte contribuia com 8 biliões de euros anuais. A consulta do Bloomberg também não me permitiu obter valores concretos para o anos mais recentes, mas para as economias europeias, a espanhola por exemplo, o mercado de arte é uma parte importante das receitas obtidas anualmente.
*José Mário Branco
segunda-feira, julho 23, 2007
The youngest was the most loved
The youngest was the shielded
We kept him from the world's glare
And he turned into a killer
Retroussé nose
Turned up and mischievous
Forget-me-not eyes that cried if we ever left his side
There is no such thing in life as normal
There is no such thing in life as normal
The youngest was the most loved
The youngest was the cherub
A small boy from a poor house
Who turned into a killer
A blush arose if he had to say ‘hello’
A lopsided grin strained to keep the shyness in
There is no such thing in life as normal
There is no such thing in life as normal
(...)
(The youngest was the most loved, Morrissey)
Vincent Van Gogh
Fifteen Sunflowers in a Vase
1888
National Gallery, London
A tia Adélia ouvia as palavras de consolo da Dona Celeste e sorvia a ponta dos dedos onde segurava as migalhas que ía tirando do peito de rola, muito farto e redondo, como se estivesse constantemente com o cio, mas sem o toque do marido. Era por isso que o espartilho de nada servia; “devia ser multado o homem que inventou o espartilho por ser homem e por ter criado nas mulheres como elas falsas expectativas”, dizia ela. As migalhas que não via era como se não existissem porque não queria pensar no desperdício. E sacudia o peito que aos safanões com as costas da mão respondia com a imobilidade tal era a força do espartilho.
As conversas eram sobre as infidelidades do meu tio que a minha tia não tinha por um santo, mas jurava ser apenas “infidelidade” e não “infidelidades” como dizia a Dona Celeste. “Olhe que quem faz com uma faz com duas, Dona Adélia”, dizia-lhe. “Eu sou uma, a outra é duas. Ele só tem a outra. Eu bem sei que para o fim ele mal se aguentava… bem… sabe do que eu estou a falar. É só uma e é aquela Delia. Ai que raiva essa rameira ter um nome parecido ao meu. Como é que ela ousa, que atrevimento, que perfídia, que ultraje”, dizia a minha tia em crescendo, já de pé e perto da janela a pronunciar “ultraje” como uma Medeia da moral. A Dona Celeste que adorava biscoitos de canela com pedacinhos de uva passa – um luxo para a altura – aproveitava o momento para atiçar a minha tia com vista a protelar a altura de também ela sacudir as migalhas, roçar a saia nos móveis e despedir-se com a luva a acenar da porta. Dizia-lhe então medindo mais um biscoito antes de tirá-lo do prato: “e aquela música?! Hã?”
Quando o meu tio chegava a casa – eu às vezes ficava lá para jantar pois a minha tia apreciava a companhia de alguém jovem -, vinha a cantarolar sempre a mesma música: “Delia was a gambler…”, o que irritava severamente a minha tia. Era uma afronta ao seu nome, ao casamento e também, embora achasse que nada lhe servia isso, ao seu coração que continuava a bater descompassado dentro do espartilho.
Um dia, ao passearem pelo parque por alturas de um aniversário de casamento (uma das poucas ocasiões em que se mostravam em público sem ser em missas e seus derivados (para o meu tio), nem em festas e seus sucedâneos (para a minha tia), a bela mas já gasta Delia passou pelos aniversariantes lado a lado. A minha tia, segundo o que a própria contou a Dona Celeste, sentiu-se enrubescer e jurou mesmo que um dos seios lhe saltou do espartilho. Delia sorriu para o meu tio com olhos cabisbaixos e ele retribuiu com um sorriso maroto. Ia a minha tia rebentar dentro do espartilho, já pronta para dar uma descompostura de palavras educadas ao senhor seu marido quando este lhe diz: “Sabia que esta rapariga, rapariga é como quem diz, esta senhora, se assim lhe pudermos chamar, me deve dinheiro, muito dinheiro?” A minha tia estacou: “Dinheiro? Porquê? O que é que ela anda a fazer para precisar do teu dinheiro. Oh meu deus isto é pior do que aquilo que eu pensava. Nunca mais vou poder sair à rua, nunca mais vou poder estar em casa, terei de abandonar tudo…” dizia ela no seu desvario que a levava a procurar não a janela, mas o espaço entre duas árvores para arfar melhor. “Que está para aí a dizer Adélia? Ai a mulher! Adélia, aquela senhora é jogadora. Joga para se manter já que a pensão do marido entrevado não dá nem para a água da chuva. Ó Adélia, não me faça uma cena, venha para cá.”, respondeu o meu tio. Nesse momento a minha tia colocou o seio para dentro e respirou em seco, em parte por causa do espartilho, em parte por ter desacreditado o “homem bondoso, carinhoso e fogoso com quem casou”. Afinal “Delia was just a gambler” (para a minha tia), “do seu próprio corpo” (para o meu tio).
sexta-feira, julho 20, 2007
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
(Eugénio de Andrade)
*caramba, isto hoje não está a correr bem
quinta-feira, julho 19, 2007
Carry me caravan take me away
Take me to portugal, take me to spain
Andalusia with fields full of grain
I have to see you again and again
Take me, spanish caravan
Yes, I know you can
Trade winds find galleons lost in the sea
I know where treasure is waiting for me
Silver and gold in the mountains of spain
I have to see you again and again
Take me, spanish caravan
Yes, I know you can
(Spanish Caravan, The Doors)
A outra imagem que suscitou polémica foi "Ecce Trans" de ConiglioViola. Esta imagem reintrepreta uma outra (verdadeira) em que um político conhecido (Romano Prodi) foi visto a conversar com um transexual. Na visão do artista esse transexual seria Cristo.
Anónimo
Charlotte Corday
David, Jacques-Louis
Death of Marat
1793
Musees Royaux des Beaux-Arts de Belgique
quarta-feira, julho 18, 2007
(...)
They tried to make me go to rehab but i said 'no, no, no'
Yes I've been black but when i com e back you'll know know know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab but i won't go go go
The man said 'why do you think you here'
I said 'I got no idea
I'm gonna, I'm gonna lose my baby
so I always keep a bottle near'
He said 'I just think your depressed,
kiss me here baby and go rest'
They tried to make me go to rehab but i said 'no, no, no'
Yes I've been black but when I come back you'll know know know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab but i won't go go go
(…)
(Rehab, Amy Winehouse)
- Sabes que a Amy Winehouse casou?
- Casou?
- Sim.
- Com quem? Não foi com aquele tipo… O Johnny…
- O Johnnie Walker?
Vermeer
Woman in Blue Reading a Letter
c. 1663-1664
Rijksmuseum, Amsterdam
Erwin Olaf
Depois de um período em que os artistas pareciam afastados da produção artística nas igrejas por o princípio que presidia à sua existência não se coaduar com características e objectivos da arte contemporânea, um novo conjunto de trabalhos dentro e para igrejas foi entregue a artistas. O espnahol Miguel Barceló criou um trabalho em cerâmica para a capela gótica de Palma de Maiorca. Ainda que numa dimensão menor, Barceló passou 3 anos a dedicar-se inteiramente à catedral, tal como Gaudí. Além disso proporcionou, porque o seu trabalho implicava o uso de cerâmica, o desenvolvimento de algumas manufacturas em França e Itália. Gerhard Richter criou um trabalho de vidro para a catedral de Colónia na Alemanha. Ao contrário de Barceló, cujo trabalho era de raiz, Richter teve de reconstruir painéis de vidro destruídos durante a Segunda Guerra Mundial e cujos planos também se perderam. Mas para Richter não era a primeira vez que trabalhava o vidro. Pedro Calapez criou um trabalho para o interior da Igreja da Santíssima Trindade em Fátima, que tinha como objectivo abrigar os crentes e não-crentes. Não foi a primeira vez que Calapez trabalhou para uma encomenda da Igreja, uma vez que já tinha trabalhado nas pinturas dos Mosteiros de Jerónimos. Há outros exemplos como a artista Alison Watt que irá apresentar uma pintura abstracta de grandes dimensões para a Capela de São Paulo em Edinburgo, ou Susanna Heron que irá conceber uma plataforma reflectora em granito preto para a Catedral de Liverpool. Stephen Cox foi o escolhido para criar o novo altar da Capela de Santo Anselmo. Alexander Beleschenko concebeu uma janela para um edifício religioso do século XII. Jeff Talman colocou uma instalação Sonora na Catedral de Colónia em 2004 e antes já o havia feito na Catedral de St. James em Chicago.
terça-feira, julho 17, 2007
segunda-feira, julho 16, 2007
toda a gente sabe "Lua Nova trovejada, 30 dias é molhada". E a Lua Nova de Junho foi trovejada, no dia 15, sexta-feira. Está a acabar. A Lua Nova de Julho foi Sábado.
O pato vinha cantando alegremente, quém, quém
Quando um marreco sorridente pediu
Pra entrar também no samba, no samba, no samba
O ganso gostou da dupla e fez também quém, quém
Olhou pro cisne e disse assim "vem, vem"
Que o quarteto ficará bem, muito bom, muito bem
Na beira da lagoa foram ensaiar
Para começar o tico-tico no fubá
A voz do pato era mesmo um desacato
Jogo de cena com o ganso era mato
Mas eu gostei do final quando caíram n'água
E ensaiando o vocal
quém, quém, quém, quém
quém, quém, quém, quém
quém, quém, quém, quem
(O Pato, João Gilberto)
ou o Concerto Brandeburguês da Sapucaí
E as tendências para a estação são...
para além das skinny com saltos altos, os calções bem curtos e a pele tratada independentemente da coloração dada pelo sol, a tendência da estação são as exposições sobre arte sacra. Apesar das revistas nos fazerem sempre interessantes reportagens sobre a alimentação de Verão e as mulheres que praticam sexo com descopnhecidos (ver "Sábado" e "Visão" desta semana), quem não estiver para ler isso, que no fundo é uma repetição das matérias em igual período do ano transacto, pode sempre pegar em si com ou sem hot-pants, e experimentar as duas tendências nas exposições mundiais
Arte religiosa: Em Londres, a British Library exibe "Sacred" uma exposição de livros sagrados da religiões Cristã, Islâmica e Judia. Até 23 de Setembro. O British Museum abre ao público a exposição "Gods, Guardians and immortals: Chinese religious paintings". Até 5 de Agosto. Na Turquia, o Sakip Sabanci Müzesi apresenta "In Praise of God: Anatolian Rugs in Transylvanian Churches, 1500-1750.", uma exposição de tapetes otomanos trazidos para a Europa por mecadores venezianos que acabaram por decoram as paredes das igrejas da Transilvânia. Até 19 de Agosto. Em Hong Kong é o Hong Kong Heritage Museum que abre ao público até 9 de Setembro a exposição "Splendour and Mystery of Ancient Shu: Cultural Relics From Sanxingdui and Jinsha"; ou seja, uma exposição sobre as relíquias em jade, ouro, bronze e marfim em Sanxingdui. Em França, Lille, é o Palais des Beaux Arts que até 15 de Agosto tem patente a exposição “Philippe de Champaigne: Politique et Spiritualité". Philippe de Champaigne (arghhh!!!), trabalhou sob a influência da austeridade jansenista. Para contrariar tanta abstinência recomenda-se, num registo oposto, a exposição no Coliseu de Roma denominada "Eros: Il più Potente Degli Dei". É, tal como as anteriores, sobre uma entidade religiosa, mas desta vez o Deus do Amor, da representação própria do imaginário grego que o retratava como um adolescente, à representação renascentista sob forma de putti. Até 16 de Setembro.
A outra tendência deste Verão são os Impressionistas e Pós-Impressinistas. Já eram um dos alvos dos leilões deste ano, e agora voltam a ser escolhidos para levar famílias em férias aos magotes, aos museus de todo o mundo. Em Inglaterra, na Royal Academy pode ver-se a exposição "Impressionists by the Sea", até 30 de Setembro. Não podia ser uma exposição mais apropriada (embora Londres não possua praias), sobre a pintura impressionista que se debruçava sobre as cenas de veraneio e praia dos anos 60 a 80 do século XIX. Há pinturas de Boudin, Manet, Monet, Whistler e Jean-Charles Cazin. No Canadá, na National Gallery of Canada e até 7 de Setembro vai estar patente a exposição "Renoir Landscapes, 1865-1883”. Esta exposição celebra um “efeméride” pois há 10 anos a mesma galeria exibiu uma exposição sobre os Impressionistas franceses. Em Marselha, no Museu Cantini são apresentados desenhos de Bonnard numa exibição apelidada de "Dessins de Pierre Bonnard: Une Collection Privée”, curioso, uma vez que o lado de Bonnard que melhor conhecemos é o de Bonnard pintor. Podemos ver então nus, cenas da vida quotidiana, retratos e naturezas-mortas. Até 5 de Setembro. Também em França, mas no Musee D’Orsay está patente até 16 de Setembro a exposição "De Cézanne à Picasso: Chefs d'Oeuvre de la Galerie Vollard”. Estão lá todos os Impressionistas que passaram pela mão de Ambroise Vollard. Na Alte National Galerie , na Alemanha, podemos visitar a "Frankreich in der Alten Nationalgalerie: Französische Kunst und Deutscher Impressionismus in der Sammlung der Nationalgalerie" até 7 de Outubro. Trata-se de uma exposição sobre o Impressionismo alemão. Salvaguarde-se a ideia que este não é propriamente igual ao Impressionismo francês ou inglês. Em Florença, e até 29 de Julho pode ser vista a exposição "Cézanne a Firenze: Due Collezionisti e la Mostra del Impressionismo nel 1910”. Refere-se a um conjunto de pinturas que pertenceram a dois coleccionadores exilados em Florença. Há Cézanne, Pissarro, Van Gogh, Matisse, sargent, e Mary Cassat. É no Palazzo Strozzi . Há Impressionismo em Kyoto, no Kyoto Municipal Museum até 14 de Setembro. A exposição "Masterpieces From the Philadelphia Museum of Art: Impressionism and Modern Art”, mostra 62 pinturas de Matisse, Monte, Manet, Cézanne e Wyeth. No Seoul Museum of Art apresenta-se a exposição "Monet: From Instant to Eternity” que enfoca os Water Lilies de Monet. Até 26 de Setembro. No Thyssen- Bornemisza e até 16 de Setembro, a muito divulgada exposição "Van Gogh: Los Últimos Paisajes” que retrata em pinturas o período compreendido entre a saída do hospício e o suicídio de Van Gogh. Na América há duas exposições sobre Impressionismo: a da National Gallery of Art , até 5 de Agosto e que tem como título "Eugène Boudin at the National Gallery of Art". Foi este o artista que mostrou a pintura de plein aire a Monet. Por fim, a exposição "American Impressionism" apresenta-se no The Phillips Collection até 5 de Agosto com os artistas americanos Childe Hassam, Maurice Prendergast, Theodore Robinson, Robert Spencer, Augustus John Henry Twachtman, e Julian Alden Weir.
Depois de tanta tendência, é natural que digam que este blog é fútil.
Eleições
[1]
[Concorreu para quê, para quê concorreu?]
"Estamos no caminho risonho e promissor que nos vai levar às eleições legislativas de 2009, que passa pela eleição de um deputado", adiantou.
[2]
[Os políticos são todos iguais. Ganhou e quê? Ainda não fez nada]
António Costa ganha eleições
[3]
[A diversidade ou, o mal distribuído pelas aldeias, ou pelos bairros]
PS - 29,54%, Carmona Rodrigues - 16.70%, PPD/PSD - 15.74%, Helena Roseta - 10.21%, PCP-PEV - 9.53%, BE - 6.81%
[4]
[Baixas eleitorais 1]
McCain assume culpa no desfalque dos fundos para a sua campanha
[Baixas eleitorais 2]
E Gilmore abandona a corrida por falta de fundos
sexta-feira, julho 13, 2007
- Isso não é justo! Não vamos, ainda temos de ajudar... E o que é que temos em troca?
- Podem ver as meninas de biquini!
- Ah, isso já é outra coisa. Mas olha, nós temos 7 mulheres para cada homem, é impossível ficar só com uma. É impossível ser fiel!
- 7? Que fartura! Estás a ver, vocês são uns felizardos.
- É bom, não é?
- Deve ser. Mas olha que talvez não seja essa a proporção. Se começares a eliminar hipóteses deves ficar com pouco mais de 2 mulheres por cada homem. Fica mais difícil ser infiel...
- Porquê? Como?
- Se colocares de parte as mulheres que não estão no teu espectro de idades que te interessam, mais aquelas que não partilham a mesma opção sexual que tu, as que estão no outro hemisfério e as que não pertencem à tua rede de telemóvel, ficas com um campo de escolha mais reduzido.
- Essa do hemisfério não vale!
- Ai vale, vale! Se 6 forem do outro hemisfério e uma do teu, fica muito mais difícil ser infiel. Estou a ajudar-te a orientar a tua vida!
- Pois é...
- Então envia-me por mail o ficheiro, já que estou com a "mão na massa". Se não passar, grava na pen. Agarra!
- Pedro, era para agarrares!- Estava a pensar naquilo das mulheres.
Knocked up nine months ago
And what she's fittin' to have she don't know
She wants neo soul cause hip hop is old
She don't want no rock'n roll
She want platinum, ice and gold
She want a whole lot of somethin' to fold
If you're an obstacle she'll just drop you cold
Cause one monkey don't stop the show
Little Mary's bad
In these streets she done ran
E'ry since when the heat began
I told the girl look here
Calm down I'm gonna hold your hand
To enable you to keep the plan
Because you'se quick to learn
And we can make money to burn
If you allow me the lay this game
I don't ask for much but enough to room to spread my wings
And a world fittin to know my name, just listen to me
(...)
(The Seed, The Roots)
- É giro esse vestido! Por acaso tens uns vestidos muito giros.
- Este é o meu "com um simples vestido preto eu nunca me comprometo".
- E o vermelho?
- O vermelho é, segundo aquilo que ouvi, o vestido de "estás a pedi-las" ou do "está disponível". Como se alguém estivesse disponível por usar isto ou aquilo... Mas melhor mesmo é o "está a pedi-las". Dá vontade de dizer, "olhem, desculpem lá eu vestir aquilo que gosto. Não volta a acontecer. Não quero indispor os senhores. Até vou respirar para o outro lado."
cabeças coroadas sem coroa (continuação)
El Greco
St. Louis, King of France
1587-97
Musée du Louvre, Paris
quinta-feira, julho 12, 2007
não encontro a letra, não tenho a certeza que seja de Otis Redding, mas acho-a um portento:
(Remember Me, Cat Power)
Frank Cadogan Cowper
Rapunzel
1900
Dakota Fanning fotografada por Karl Lagerfeld para Vanity Fair (Janeiro 2007)
Enquanto Botticelli (1445-1510) pintava figuras idealizadas, já a prenunciar o Renascimento, belas e proporcionadas, enquadradas por uma beleza idílica e perfeita que não ofuscava no entanto as os deuses e as ninfas e mesmo as figuras religiosas, Dürer (1471-1528), um coetâneo, pintava as mesmas figuras religiosas sem preocupações com a serpentinatta, nem com a proporção das 10 cabeças, nem mesmo com a concordância entre o ambiente e o ser exposto. Dois exemplos: Botticelli pinta uma Vénus, Dürer pinta, no máximo, Adão e Eva. Temos aqui diferenças religiosas, mas também da própria vivência dos autores. Note-se que não se trata de estilos artísticos diferentes que coexistiram no tempo em reinos diferentes. Estávamos no início do Cinquecentto, não havendo portanto e ainda movimentos artísticos balizados temporalmente nem com características únicas.
Outro exemplo é o que nos chega de Espanha, onde a encomenda artística era acima de tudo clerical. Ao contrário do que aconteceu em Itália com Caravaggio - que pintava todos os temas religiosos conforme lhe aprazava - em Espanha, pintores como Zurbarán limitaram-se ao que era pedido, em parte devido à Contra-Reforma que como sabemos, e perante a ameaça iconoclasta e anabatista do protestantismo, procurou enfatizar a imagem como forma de impressionar e persuadir os crentes. A imagem "falava", uma vez que a maior parte das pessoas não sabia ler e o acesso aos livros era restrito. Era uma forma de promover os símbolos da fé.
quarta-feira, julho 11, 2007
terça-feira, julho 10, 2007
(em actualização)
[1] Ai se eu mordesse a minha língua ao ler o último parágrafo…
[2] Se só debaixo de telha, é andar de telha debaixo do braço.
[3] O Al Gore da vida social.
[4] Olhe, adorei a tradução. (ver as letras pequeninas)
[5] Por uma língua em crise.
If I should leave you
Try to remember the good times
Warm days filled with sunshine
And just a little bit of rain
And just a little bit of rain
And if you look back
Try to forget all the bad times
Lonely blue and sad times
And just a little bit of rain
And just a little bit of rain
And if I look back
I'll remember all the good times
Warm days filled with sunshine
And just a little bit of rain
And just a little bit of rain
If I should leave you
Try to remember all the good times
Warm days filled with sunshine
And just a little bit of rain
And just a little bit of rain
(Little bit of rain, Karen Dalton)
"You make me wanna be a better man." – Jack Nicholson para Helen Hunt em “As good as it gets”.