quinta-feira, setembro 21, 2006

- original soundtrack -


I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hold
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

What have I become
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end
And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

(Hurt, Johnny Cash)
* Not in the mood today

quarta-feira, setembro 20, 2006

- original soundtrack -


Oh the werewolf, oh the werewolf
Comes stepping along
He don’t even break the branches where he’s gone
Once I saw him in the moonlight, when the bats were a flying
I saw the werewolf, and the werewolf was crying

Cryin’ nobody knows, nobody knows, body knows
How I loved the man, as I teared off his clothes.
Cryin’ nobody know, nobody knows my pain
When I see that it’s risen; that full moon again

For the werewolf, for the werewolf has sympathy
For the werewolf, somebody like you and me.
And only he goes to me, man this little flute I play.
All through the night, until the light of day, and we are doomed to play.

For the werewolf, for the werewolf, has sympathy
For the werewolf, somebody like you and me.

(Werewolf, Cat Power)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

O que é que acontece quando pedimos aos Chemical Brothers que componham uma música a partir de uma obra de arte de Jacob Epstein? Mais informações aqui, mas ouvir mesmo, só indo a Londres.

- short stories -

É uma inversão, mas igualmente verdadeira: "quem não me quis roer a carne não me vai roer os ossos".
- o carteiro -


No Centro Português de Fotografia encontra-se aberta ao público a exposição "África pelos Africanos" e é é possível descobrir entre outras coisas, esta fotografia de um artista que se chama Rotimi Fani Kayode. Obviamente a imagem tem influências da pintura, mas que pintura em concreto é que falta saber.

Caravaggio
The betrayal of Christ
1602-1603
National Gallery of Ireland, Dublin

A Teresa diz que é flamenga ou até barroco espanhol, eu vou para Caravaggio.

Procaccini
The betrayal of Christ
1617
Maison d'Art Parc Palace, Montecarlo

A Teresa diz que é uma descida da cruz, eu digo que uma traição de Cristo.


Há também qualquer coisa de um vídeo clip da Madonna (Like a prayer) e até, penso eu, do Losing my religion dos REM.

Por falar em vídeo-clip, uma parte da exposição é dedicada às fotografias da revista Drum, revista sul-africana dos anos 50 e que inspirou (basta ver as fotografias de pessoas alinhadas vestidas com roupa típica) o realizador do vídeo-clip da Janet Jackson.
O realizador é Mark Romanek e a música é "Got 'Till It's gone".


O mesmo realizador concebeu o vídeo clip da música "Hurt" de Johnny Cash, música essa que serve agora de banda sonora ao mais recente anúncio da Nike. Li algures que a Nike, talvez pressionada por esta febre do natural e saudável, do ecologicamente correcto, está a pensar em desenvolver calçado para atletas que lhes dê a sensação de correr sem nada nos pés. Alguns deles já fazem isso, e se a coisa se torna moda, em breve as marcas não poderão vender nada, nem mesmo o ar que o calçado ocuparia, pois esse passa a ser de toda a gente. A Nike bem pode voltar às origens sem qualquer problema.


Se o seu nome vier da denominação grega para a deusa da Vitória, Nike, basta lembrar que nos primeiros jogos olímpicos os atletas corriam descalços.
Isto hoje foi dar uma "volta muita grande", não foi?

terça-feira, setembro 19, 2006

- original soundtrack -

Eu tinha um "carteiro", mas não consigo postar imagens. Também queria colocar aqui a letra do "Ella giammai m'amo" da ópera Don Carlo de Verdi, mas não a encontro. Fica então o link para o "vídeo-clip".
- não vai mais vinho para essa mesa -

meddley sacro de que me fui lembrando. para começar um santo dia:

"Põe tua mão
na mão do meu Senhor
da Galileia
Põe tua mão
na meu do meu Senhor
Qu'acalma o mar
Meu Senhor que cuidas de mim
noite e dia sem cessar
Põe tua mão na mão do meu Senhor
qu'acalma o mar"

"Eu tenho um amigo que me ama
que me ama, que me a-a-ama
Eu tenho um amigo que me ama
o seu nome é Jesus
É um amigo que me ama
é um amigo que me ama
o seu nome é Jesus"

"Jesus Cristo,
Jesus Cristo,
Jesus Cristo
Eu estou aqui..."

"Amar como Jesus amou
viver como Jesus viveu
e ao chegar ao fim do dia
eu sei que dormiria
muito mais feliz"

"O Senhor é meu pastor
nada me falatará
nada me fal-ta-rááá"
- consultório sentimental -

Se a luz vai outra vez abaixo, vamos ter problemas. Ai vamos, vamos!

segunda-feira, setembro 18, 2006

- original soundtrack -


Girl it’s only you
Have it your way
And if you want you can decide
That if you’ll have me
I can provide
Everything that you desire, hmm
Let me get a feeling
The feeling that I’m feeling
Won’t you come closer to me baby, hey
Now you already got me
Right where you want me baby
I, I just want to be your man

How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?

I won’t stop (Won’t stop) sick of all
Silly little games you and me play
And I feel right on
If you feel the same way baby
Let me know right on
Love to make you wet
In between your thighs, cause
I love when it comes inside of you
I get so excited when I’m around you, baby
Oh baby

How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?
How does it feel, yeah?

(...)

(How does it feel, D'Angelo)
- mãe, a maçã tem bicho -
Um país assombrado

Num destes dias, enquanto esperava pelo comboio ouvi um jovem, curioso visualmente, que enquanto segurava em vão a sua bolsinha Gucci debaixo do sovaco encetava ao telemóvel uma conversa em que dizia: “Vim agora de Paris e estou aqui neste país assombrado. Um horror, você nem imagina!” Se nos detivéssemos apenas no exagero expressivo com que ele pronunciou a palavra “assombrado” que arrastava o “om” e fechava o “o”, a coisa seria alvo de chacota. Não que França não seja um país assombrado, mas neste, os mortos já fazem parte do quotidiano. É portanto um país assombrado que convive bem na trampa em que está metido. E não são os políticos, este não é um post de dona de casa ou condutor de táxi. Se “são todos iguais” a responsabilidade e culpa é nossa que neles votamos com tédio de uma obrigação digna de força hercúlea para execução.
É um país assombrado aquele que tenta ressuscitar sem enterrar os seus mortos. É um país assombrado e uma leitora cada vez mais desiludida aquela que abriu este fim-de-semana os dois jornais que encheram as conversas dos bem pensantes, alguns deles já mortos.
Eu estou pelos cabelos com as afirmações polémicas, grosseiras e até vulgares de Maria Filomena Mónica sobre o corpo de Sócrates, ela que devia fazer brainwatching em vez de birdwatching. Mas como se trata de um neologismo, a senhora enganada ainda podia ficar overwhelming com aquilo que ía encontrar. Eu estou pelos cabelos com a Guta aqui e a Guta acolá, com o designzinho que a Guta vende nas suas entrevistas de frases repetidas até à exaustão sobre o nada que deve ser a sua ideia de design, devidamente acompanhadas de poses sensaboronas que ela viu na Neo e na I-D e que imita sem sucesso. Porque o design é isso Guta, é uma coisa para meia dúzia de iluminados, é inspiração e não transpiração. Nem me causa mossa que a Guta Moura Guedes trabalhe agora na Casa da Música; era de esperar. O que me custa é saber que todos os dias, quando toma a sua bica, a Guta o faça naquelas chávenas que reservei, durante a minha transpiração (porque não me davam tempo para ter inspiração), para pessoas com bom gosto. Saberá a Guta que quem as desenhou nunca recebeu um tostão por isso? Sabe a Guta que a linha foi aumentada sem ser consultada a pessoa que esteve na criação do conceito (num momento de inspiração, no banho) e que a extensão da mesma linha já está fora do conceito base? A Guta não sabe, assim como não sabe que os seus colaboradores tentam a sua sorte angariando ideias novas para apresentarem em reuniões e brainstormings através de mail?
Estou pelos cabelos com as crónicas da Margarida Rebelo Pinto que me fazem desacreditar que alguém esteja de facto a contribuir para que este país não seja um país assombrado ou para que pelo menos os mortos sejam enterrados. No JN, não me espantava, mas no Sol, isso sim, é de uma grande falta de chá. A piscar o olho à cronista da série “O sexo e a cidade” ??? E sobre a escrita dessa senhora recuso-me a escrever porque quando leio duas linhas das suas crónicas aperta-se-me logo o peito pelos escrúpulos que tenho em mostrar a seja quem for aquilo que escrevo.
Eu estou pelo cabelo com estes fantasmas, gente que come pelas mesmas gamelas uns dos outros e obrigam quem quer lutar a tirar a senha para a refeição racionalizada no centro de emprego, como se não tivéssemos direito a repetir a dose porque temos de dar espaço a outras pessoas que ainda não comeram. E o que é que eu tenho com isso? E o Estado a justificar os dinheiros mascarando a falta de emprego desta gente com acções de formação contínuas e descabidas, sem o mínimo de sensibilidade pela vontade de cada um, a vomitar as suas regras viciadas, a perverter ele próprio o princípio da empregabilidade. O trabalho deveria ser um direito e não um jogo de “à vez, à vez”. É por causa disso que eu tenho de me contentar com entrevistas de emprego por telemóvel ou mesmo face a face com alguém que com um curso profissional no Politécnico da Guarda se intitula doutor e me reduz à condição de esfomeada que mendiga por qualquer coisa?
Eu estou pelos cabelos com as gravatas puxadas até cima que fazem destes senhores doutores uns pintos com cio, das suas perguntas descabidas:
- É casada, namora, pretende ter filhos?
Eu estou pelos cabelos com este país assombrado que dá uma no cravo e outra na ferradura. Eu estou pelos cabelos pelo facto de ser um ser humano e não ter tratamento adequado à minha condição de ser vivo e racional. Eu estou pelos cabelos, e estou tanto pelos cabelos (os meus que considero muito bonitos), que não cito o Cântico Negro de José Régio. Não, vou logo para José Mário Branco e o FMI: “Eu quero é ser feliz.”
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
a pintura que imita a fotografia que imita a pintura:

Claude Monet
La Japonaise
1876
Museum of Fine Arts, Boston


Paolo Roversi
Vogue EUA

domingo, setembro 17, 2006

Escrevo já com a noite
em casa. Escrevo
sobre a amnhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume,
e eras tu somente
a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca
o sabor da primeira
boca que beijei a tremer.
Escrevo para subir
às fontes.
E voltar a nascer.

(Eugénio de Andrade, Escrevo in Os Sulcos da Sede)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

Truísmos da Jenny:
- separatism is the way to a new beginning
- sex differences are here to stay
- sin is a means of social control
- slipping into madness is good for the sake of comparison
- sloppy thinking gets worse over time
- solitude is enriching
- sometimes science advances faster than it should
- sometimes things seem to happen of their own accord
- spending too much time on self-improvement is antisocial
- starvation is nature's way

sexta-feira, setembro 15, 2006

- original soundtrack -


We sit and watch umbrellas fly
I'm trying to keep my newspaper dry
I hear myself say
My boat's leaving now
So we shake hands and cry
Now I must wave goodbye
Wave goodbye, wave goodbye
Wave goodbye, wave goodbye

You know I don't want to cry again
I'll never see your face again
I don't want to cry again

We leave to their goodbyes
I've come to depend on the look in their eyes
My blood's sweet for pain
The wind and the rain brings back words of a song
And they sing wave goodbye
Wave goodbye, wave goodbye
Wave goodbye, wave goodbye

You know I don't want to cry again
I'll never see your face again
I don't want to cry again

So I read to myself
A chance of a lifetime to see new horizons
On the front page a black and white picture of
Manhattan Skyline

(Manhattan Skyline, Kings of Convenience)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
Conceptualismo, Platonismo, ou "não devia ir mais vinho para essa mesa":

Joseph Kosuth
Relógio (um a cinco), Versão Inglês/Latim (Versão de Exposição)
1965, 1997

Se para o Conceptualismo a Arte é mais do que a materialização, é antes a Ideia, o conceito, isto poderia indicar que se aproxima do público mais do que qualquer outro movimento, uma vez que para compreender a obra, bastaria ter compreendido a ideia. Talvez até possamos afirmar que o Conceptualismo é a primeira aproximação a uma arte que poderíamos chamar de tele-arte: assim como a tele-medicina, não necessita do contacto físico entre as duas partes. Desta forma, o Conceptualismo também faz uma crítica à sociedade de consumo: a Ideia não tem preço, não pode ser exposta, não pode entrar no mercado das transacções comerciais. Bem, se este conceito não colocou um ponto final ao mercado da arte, veio pelo menos confundi-lo. Se a Arte era Ideia, qualquer um de nós, quem quer que a compreendesse, poderia ser um crítico de Arte, não ficando essa tarefa confinada para uma espécie de elite iluminada pelo conhecimento e pelo poder económico.
Se coloco a tónica na Ideia é porque os conceptualistas sempre me fizeram lembrar Platão e duas situaçõe sem particular: a alegoria do carro alado (no Fedro) e a da caverna (na República). No primeiro porque tal como na obra de Kosuth nota-se uma divisão do todo: a fotografia do relógio, o relógio, a definição de tempo, de mecanismo e de objecto. Na alegoria do carro alado, também o Ser ( a alma, o arche) é partido em dois: o bom e o mau que são guiados pelo auriga que representa a razão. (Isto já se observava nas heresias que antecederam o Cristianismo: algumas seitas acreditavam existir um Deus bom e outro mau.) É claro que para Platão vencia sempre o Ser bom porque o Ser bom conseguia alcançar o mundo supremo que era o das Ideias. Mas Platão não via a Ideia como hoje a concebemos e como os conceptualistas a viam: para Platão a Ideia era algo objectivo, que embora não tendo materialidade, existia em si (talvez por não ter materialidade é que existia em si). Já na alegoria da caverna, podemos estabelecer o paralelismo com os relógios: as sombras da caverna podem ser a fotografia do relógio, a fogueira que projectava as sombras na caverna poderá ser o relógio em si, e os seres que fazem sombra podem ser as diferentes definições de relógio.
- não vai mais vinho para essa mesa -

sim, se estiver a falar em quadros técnicos.
- não vai mais vinho para essa mesa -

Coisas que deixam uma pessoa bem disposta. Mesmo que digam que eu sou um bocadinho bumpkin. I don't give a dam!!
(Nota 10 para a Linda e para a Christy.)

quinta-feira, setembro 14, 2006

- original soundtrack -


I am walking through Rome
With my heart on a string
Dear God, please help me

And I am so very tired
Of doing the right thing
Dear God, please help me

There are explosive kegs
Between my legs
Dear God, please help me

Will you follow and know
Know me more than you do
Track me down
And try to win me?

Then he motions to me
With his hand on my knee
Dear God, did this kind of thing happen to you?

Now I'm spreading your legs
With mine in-between
Dear God, if I could I would help you

And now I am walking through Rome
And there is no room to move
But the heart feels free

The heart feels free
The heart feels free
But the heart... feels free

The heart feels free

(Dear God, please help me, Morrissey)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes, depois, depois e depois, ou "o tédio em todos os séculos":

Giorgione
Double Portrait
Museo Nazionale di Castel Sant'Angelo, Roma


Francisco de Zurbarán
The house of Nazareth
1630
Museum of Art, Cleveland


Francisco de Goya
Gaspar Melchor de Jovellanos
1798
Museo del Prado


Vincent Van Gogh
Dr. Paul Gachet
1890
Colecção Privada

(Isto sem contar com as "Melancolia" de Dürer.)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

à excepção desta, passava férias em qualquer uma:

Frank Loyd Wright
Casa Taliesin

Apesar de casado, Frank Loyd Wright iniciou um romance com Mamah Borthwick Cheney que mudou a sua vida. Ambos eram casados: Mamah com um vizinho de Wright e este, com Kitty. Sairam da América e foram viver para a Europa onde Wright sentia que não estava a fazer nada de novo (uma crise criativa, acho eu). O marido de Mamah concedeu-lhe o divórcio e esta instalou-se em Itália, enquanto Kitty, a mulher de F.L.W se negou a tal. Entretanto Wright voltou para a América e começou a construir uma casa a que chamou de Taliesin. Já com a família instalada na nova casa, uma tragédia aconteceu. Wright estava em Chicago em Agosto de 1914 quando o seu mordomo (era de inteira confiança de todos), de seu nome Julian Carlton, incendiou a sala onde se encontrava a família Wright e alguns amigos, após uma refeição. Julian fechou a porta para que ninguém pudesse sair por ela, e quando todos se abeiraram da janela para escaparem ao fogo, o mordomo esperou-os do lado de fora e matou-os, um a um, com um machado. Morreram Mamah, os seus dois filhos, o jardineiro, 2 colaboradores de Wright e o filho de um deles.
Wright reconstruiu a casa, mas esta voltou a ser alvo do fogo (um curto-circuito). Depois disso reconstruiu-a outra vez.
- não vai mais vinho para essa mesa -
Miguel de Sousa, o vidente das estrelas que inexplicavelmente continua a fazer horóscopos para a Dica da Semana (deve ser qualquer coisa que está escrita nos astros), coloca pela segunda vez este ano (o que é que aconteceu nas restantes semanas?) o signo da Beluga em destaque. Isto vai ser uma semana e tanto. Diz assim o Miguel de Sousa que não poupa nas palavras:
[É um quiducho, Miguel.]
"Existe na xxx o sentimento que uma paixão lhe pode tolher os seus movimentos e quebrar a sua relação com a sua verdadeira paixão, a liberdade. Encontramos xxx verdadeiramente excêntricas que poderão quebrar as regras da sociedade, embora não quebrem as suas regras muito próprias. Contudo são vivas, alegres, de humor refinado, delicadas, ou seja, são seres que se sentem bem e extremamente adaptáveisem todas as áreas da sociedade."
[não fazem isto na versão masculina?]
"Não é um ser ciumento, podemos dizer que nem tem tempo para isso, pois está sempre envolvida com vários interesses ou com pessoas que lhe interessam profundamente."
[sim, mas às vezes dá jeito ter por perto alguém com quem falar do bordado, da novela, para trocar uma receita...]
"Para a semana de 14 a 20 de Setembro: As cartas escolhidas são o Destino e a Herança"
[e eu com isso...]
"Em convívios inesperados poderá conhecer um novo amor que se revelará muito sério no futuro sentimental. Se tem um relacionamento duradouro, deve prestar mais atenção ao seu par, saber ouvir, e dedicar-lhe alguma ternura e carinho."
[Miguel, seu quiducho, pare com isso que até já me doem os abdominais.]

quarta-feira, setembro 13, 2006

1 ano de Belogue

Há um ano, numa noite de medo nasceu o Belogue. Medo por estes dias adivinhados de menos inspiração, medo de não corresponder às minhas expectativas, medo da chegada antes mesmo da partida. O Belogue nunca será um grande blog. Nunca será mencionado por ninguém, nunca será uma presença assídua dos Edit Me, nunca conseguirá soltar-se das amarras da sua pequenez, nunca será mensagem para além de meia-dúzia de curiosos e amigos. O melhor deste ano foi isso mesmo; o percurso em si, o "durante" entre a partida e a chegada, foi o querer aprender cada dia mais, foram as pequenas bofetadas de luva branca que a vida foi dando, foi conhecer a Formiga Bargante, foi reencontrar os amigos. Foram os equívocos, foram as certezas, foram as desilusões, foi ver que o post que consideramos especial, é aquele que os outros acham desinteressante, foi a descoberta. O Belogue nunca vai ser um grande blog. Talvez tenha só o tamanho do caviar Beluga: para quem gosta e dentro do género, não há melhor.

Quero agradecer à Teresa, à Rita, ao Jimi, ao Pedro, ao Orlando, ao Eduardo, à Formiga, ao am e à ana que não sei como vieram aqui parar.

Quero agradecer-me.

Obrigado.

domingo, setembro 10, 2006

(parece que tenho de deixar para trás tudo aquilo de que gosto)

sexta-feira, setembro 08, 2006

- original soundtrack -


Maldito espelho devolveu a imagem dela sem reflectir
É um vicio danado aspirar o ar ao ela passar,
Vem o hábito ficar sentado e, deixa-la fugir
Fingir que passou ao lado, e vê-la farpar...

Ai, lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa a relva cresce,
Lá vem ela mostrando interesse
Essa palavra nesse Popless
Lá vem ela sabendo que mexe
Um peito acima, outro desce
Lá vem ela mostrando interesse
No que, no que cresce

É uma pena ter ficado sentado e deixá-la jantar
Foi um erro declarado e culpado por ela sorrir
Ai, lá vem ela sabendo que é bela
Que me escuta à janela
La vem ela sabendo que é linda
Por onde passa tudo mexe
(Ai) Lá vem ela sabendo que é boa,
Que a nossa cabeca fica a toa
Lá vem ela sabendo que o interesse
De tudo isto é palavra Popless

(Popless, GNR)
a memória é curta

quarta-feira, setembro 06, 2006

- original sountrack -


No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante
Pendura o instante
A rua inteira a levitar

Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne e osso,
pele e cor.

(Carnalismo, Marisa Monte)
- consultório sentimental -

hoje devo estar na Formiga. se ela deixar.
- não vai mais vinho para essa mesa -
Que o mundo cesse:
Segundo uma leitura tardia de ontem (já hoje), no tempo em que Cristo viveu, virgens não eram aquelas que ainda não tinham tido relações sexuais, mas que ainda não tinham tido filhos.
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

no caso desta senhora, muito muito brevis...

Emily Jacir
Sexy Semite (detalhe)
2000-2002

terça-feira, setembro 05, 2006

- original soundtrack -


Don't bother saying sorry
Why don't you come in?
Smoke all my cigarettes - again.
Everytime I get no further
How long has it been?
Come on in now
Wipe your feet on my dreams.

You take up my time
Like some cheap magazine
When I could have been
learning something
Well, you know what I mean.

I've done this before
And will do it again
C'mon and kill me baby
Whilst you smile like a friend
And I'll come running
Just to do it again.

I can't believe it
That this is still going on
Just how stupid can one person be?
Just how stupid and wrong

You are that last drink I never should have drunk
You are the body hidden in the trunk
You are the habit I can't seem to kick
You are my secrets on the front page every week.
You are the car I never should have bought
You are the train I never should have caught
You are the but that makes me hide my face
You are the party that makes me feel my age.

Like a car wash I can see but I just can't avoid
Like a plane I've been told I never should board
like a film that's so bad but
I've just got to stay 'til the end
Let me tell you -
it's lucky for you that we're friends.

(Like a friend, Pulp)
- consultório sentimental -

não há nada mais irritante (dentro do género), do que andar à procura de uma coisa durante um dia inteiro e não a encontrar.
- não vai mais vinho para essa mesa -

Neurónio - O que tenho a dizer é o seguinte:
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
- Isso não é teu, é do Eugénio de Andrade.
Neurónio - É verdade, mas também não deixa de ser verdade que se aplica inteiramente neste caso.
- É verdade.
- consultório sentimental -

não há nada mais irritante (dentro do género), do que andar à procura de uma coisa e não encontrá-la.

segunda-feira, setembro 04, 2006

- original soundtrack -



Ai eu já pensei mandar pintar o céu
Em tons de azul, pra ser original

Só depois notei que azul já ele é
Houve alguém que teve ideia igual

Eu não sei se hei-de fugir
Ou morder no anzol
Já não há nada de novo aqui
Debaixo do sol

(Anzol, Rádio Macau)
- consultório sentimental -

de volta ao mercado de transferências