domingo, dezembro 28, 2014

- original soundtrack -

porque esta música é linda:



















I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door

I feels like fire
I'm so in love with you
Dreams are like Angels
They keep bad at bay, bad at bay
Love is the light
Scaring darkness away, yeah

I'm so in love with you
Purge the soul
Make love your goal

The power of love
A force from above
Cleaning my soul
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door
When the chips are down, I'll be around
With my undying

Death-defying love for you envy will hurt itself
Let yourself be beautiful
Sparkling love, flowers and pearls and pretty girls
Love is like an energy, rushin', rushin' inside of me, hey

The power of love
A force from above
Cleaning my soul
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

This time we go sublime
Lovers entwine-divine divine
Love is danger, love is pleasure
Love is pure, the only treasure

I'm so in love with you
Purge the soul
Make love your goal

The power of love
A force from above
Cleaning my soul

The power of love
A force from above
A sky-scraping dove
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door

(The power of love, Frankie Goes to Hollywood)
- não vai mais vinho para essa mesa -

felicidade e apatia:




















- o carteiro -

coisas do mundo da arte
de há uns anos a esta parte, felizmente, tenho-me "movido nos corredores do poder". estou a brincar. de há uns anos a esta parte tenho tido a possibilidade (e daí o "felizmente") de trabalhar no "mundo da arte". muitas aspas, é verdade, pois isto sem aspas fica bastante piroso. pois é assim, trabalho sim senhor nesse mundo. e como é que as coisas vão? de mal a pior.

em Portugal o "mundo da arte" nunca esteve bem: mesmo quando nos anos 80, 90, havia dinheiro para dar e para vender, não havia uma consciência artística, uma estratégia. Depois da entrada na ida CEE e daquilo que se lhe seguiu (Europália, Lisboa Capital Europeia da Cultura, Expo 98, Porto Capital Europeia da Cultura) a coisa estagnou. E não foi só a crise de 2008. ora vamos lá ver:
a) Não há, no nosso país, uma verdadeira colecção pública de arte portuguesa contemporânea. Instituições como Serralves (não propriamente pública, mas com capacidade de aceder ao grande público) deveria estar a criar uma colecção de arte nacional, mas na realidade o dinheiro recebido da secretaria de Estado tem sido utilizado mais para promover artistas iranianos, sírios, palestinianos..., naquilo que pode ser entendido de duas formas: ou é uma herança do tempo que a actual directora dedicou a Abu Dhabi ou uma preparação para lá voltar pós-Serralves. Seja como for, não há essa grande colecção de arte portuguesa contemporânea. pode argumentar-se com alguns museus de arte contemporânea. mas serão museus ou centros de arte? e são-no de arte nacional (a coleção berardo não é direccionada para a arte portuguesa)? e os museus como o do Chiado? é exemplificativo daquilo que é a arte contemporânea no nosso país? a resposta a todas as questões é "não". porquê? porque há uma grande disseminação da arte nacional. Nos idos anos 80, 90, muita gente comprou arte porque dava prestígio, porque havia dinheiro, porque sim... o dinheiro circulava sem falar; ou seja, sem facturas, sem rasto... até ao caso BES, e não obstante a crise de 2008, o mercado, pelo menos o primário, foi vivendo. o caso BES desenhou uma linha indelével no mercado de arte nacional. Mas voltemos à grande colecção de arte contemporânea nacional. Como estava a dizer as coleções estão disseminadas. Houve há algum tempo uma tentativa de criar no Porto, junto ao Norteshopping um complexo que iria funcionar como grande armazém para albergar colecções de arte (não sei se apenas de coleccionadores nacionais ou também estrangeiros, nem se de arte nacional ou internacional ou as duas), mas a ideia não seguiu. Ouvi dizer que por "dor de cotovelo" de Lisboa. Não sei... sei é que a megalomania é o nosso pequeno "guilty pleasure" e que, como não podia deixar de ser, o projecto arquitectónico escolhido correspondia à proposta mais cara que se apresentou a concurso.
b) Serralves, como foi dito anteriormente, é quando muito um centro de exposições já que, apesar de possuir um acervo, o mesmo não é usado para constituir uma colecção permanente. O modelo de Serralves, muito elogiado, não é bem como o pintam: o voluntariado é incentivado e é tido pela entidade como uma forma de ascensão social para quem o faz. Enquanto existirem "tias" que o fazem, Serralves não formará a sua equipa. Um exemplo: há uns anos Serralves pediu à equipa que estava na recepção, que constituísse uma empresa. Isto ficaria mais barato para Serralves do que inserir esses trabalhadores nos seus quadros. Pedia-lhes assim que se tornassem empresários deles mesmos. Os trabalhadores, pagos a recibos verdes, opuseram-se à ideia e foram despedidos. Depois Serralves contratou uma empresa que prestasse os mesmos serviços que os anteriores colaboradores prestavam. Não sou pelo emprego nine-to-five, de nalga sentadinha, mas acho que quando uma instituição, ainda mais uma instituição com responsabilidades dentro do universo artístico - que é por si avesso às injustiças e preconceitos (pelo menos era) - o faz, não pode em seguida deixar passar para cá para fora um lamento infundado quanto à não existência de uma geração mais nova capaz de ir aos poucos rendendo a antiga. foi o que ouvi por aí...
c) apesar da troika e da crise, o mercado de arte não se ressentiu efectivamente até Julho/Agosto de 2014 quando o caso BES veio para os jornais. Esta foi sem dúvida "a" machadada, pelo menos no que diz respeito ao mercado primário (galerias). Se até aí muitas empresas e particulares compravam arte no mercado primário, com o conhecimento do caso BES, as empresas deixaram de adquirir arte no nosso país. quando o fazem, preferem fazê-lo lá fora. note-se que actualmente, e por causa dos Mirós, uma obra de arte não pode sair do país sem que seja pedida autorização à Secretaria de Estado da Cultura. As vantagens de comprar fora do país são evidentes: se não é necessário avisar ninguém, não é necessário declarar, fiscalmente falando. já os particulares, deixaram de adquirir arte no mercado primário, preferindo fazê-lo no mercado secundário (leiloeiras). As leiloeiras têm sido as principais beneficiadas com o efeito BES/crise/troika, já que muitas das pessoas que agora se vêem em apuros, foram outrora possuidoras de obras de arte. pessoas que compraram por 10, esperando um dia poder fazer dinheiro, vendendo por duas ou três vezes mais, vendem agora ao desbarato peças com maior ou menor valor sentimental e monetário. Para as leiloeiras é indiferente: mesmo que vendam a 5, acabam sempre por ganhar, mesmo que a percentagem seja mais baixa. Surgem então a leilão peças de grandes nomes que de outra forma nunca apareceriam a preços tão baixos. Por esta razão os coleccionadores acabam por comprar no mercado secundário, já que no primário os grandes nomes não apresentam obra nova (ou já morreram ou não estão com saúde para produzir obra nova).
d) o caso da colecção Berardo também devia fazer pensar sobre a forma como as dotações financeiras do Estado são gastas: durante quase 10 anos o Estado contribuiu com uma verba anual de 250 mil euros para a aquisição de novas peças por parte da colecção Berardo. foi este o acordo feito entre o Estado e o comendador em 2007: o fundo de aquisições era formado por 500 mil euros do Estado e 500 mil euros do comendador/associação da coleção Joe Berardo. O Estado cedia-lhe também o espaço do CCB e a possibilidade de durante 10 anos (até 2017), mostrar a sua colecção e valorizá-la (um espaço público valorizou durante 7 uma coleção privada...). tinha como prerrogativa a possibilidade e prioridade na aquisição da coleccção. mas a montanha pariu um rato. Berardo endividou-se junto da banca contraindo um empréstimo bancário para a aquisição de acções do BCP. como garantia deu 75% da colecção. sendo que a maior fatia dos empréstimos foi dada pela CGD e que Berardo ficou a perder com o negócio já que as acções desvalorizaram,  a coleção, ou parte dela já é do Estado. No entanto, o secretário de Estado diz que este não vai adquirir - a percentagem em falta - da coleção, avaliada em 316 milhões de euros, mas que muitos especialistas dizem valer muito menos. é verdade que a colecção tem grandes nomes e é verdade que o número de visitantes do CCB aumentou muitíssimo desde que a coleção lá se encontra. mas quer isso dizer que a colecção é boa? e a sua presença nesse espaço não impede a realização de outras exposições?
e) o mercado de arte nacional é paroquial: os que vendem conhecem-se, atraiçoam-se, enganam-se e depois fingem que nada aconteceu; os que compram têm "mais olhos que barriga" e fazem-no como investimento financeiro (muitas vezes sem ter lido uma linha do autor a adquirir) ou snobismo.

vou para dentro
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou "não sei muito sobre o Joseph Beuys. sei menos ainda sobre o Cattelan. mas vou falar o que sei sobre o Beuys. a maior parte das pessoas não gosta da obra do Beuys. pelo menos a maior parte das pessoas que conheço e com quem falo destas coisas artísticas. a primeira vez que tive contacto com a obra dele não foi através dos livros. se foi, não a reconheci enquanto obra. a primeira vez foi ao "vivo e a cores"; foi uma experiência táctil. tinha uma fotografia disso, vou ver se a encontro. ora bem, como estava a dizer, a primeira vez foi no museu pompidou (que eu confundo sempre com a madame de pompadour!). entrámos numa divisão completamente acolchoada e forrada a feltro preto ou cinzento escuro. e a nossa primeira reacção foi roçarmo-nos no feltro, nas paredes. depois fizemos uma coisa: posicionamo-nos na entrada da sala, começámos a correr e atiramo-nos para as paredes. acho que esta foi a melhor introdução à obra de Beuys. pelo menos a sua criação em feltro. ela provocou em nós aquilo para que tinha sido criada: segurança, conforto, calor. 
dizem que Beuys é o maior artista alemão pós segunda guerra mundial por causa da carga mediática das suas obras e por nelas estar presente muito da sua identidade. E que identidade é esta? esta identidade está envolta numa história: dizem que Beuys era piloto da Luftwaffe na segunda guerra mundial quando o avião que pilotava se despenhou. o que se conta daqui para a frente está envolto em lenda e serviu tanto para a criação da sua persona artística como da sua obra. a "lenda" diz que Beuys foi apanhado numa tempestade de neve quando sobrevoava a Crimeia em 1943. os seus colegas deram-no como morto, não pensando que sobreviveria naquelas condições climáticas e, provavelmente, físicas. mas Beuys sobreviveu e, segundo ele, graças aos cuidados de tártaros nómadas que cuidaram dele cobrindo-o com camadas de gordura animal e feltro, aumentando assim a sua temperatura corporal. (não sei porquê, mas acho que já vi isto em qualquer lado. num filme ou outra coisa assim). Seja esta história real ou não, a mesma acabou por se tornar chave para a iconografia do artista. Em 1947 Beuys entra para a Academia de arte de Dusseldorf, mas só em 49 é que a noção, a ideia de trauma começa a estar patente na sua obra. com o fim da guerra a Alemanha começa a viver uma fase ascética que está presente na obra de Beuys, juntamente com uma espiritualidade própria que se baseava muito na mitologia nórdica ( no papel dado aos animais na sua obra), na oposição entre o material e o espiritual (o que em Nietzsche era o dionisíaco e o apolíneo) e também na ideia de transcendência materializada através do uso de gordura (a gordura muda de estado quando exposta ao calor ou ao frio). nesta obra de Beuys o que vejo presente - mas isso é uma ideia minha - é por um lado essa ideia de transcendência e por outro de conforto e segurança. transcendência pois com o fato temos uma espécie de cobertura para algo físico e também algo imaterial que já não está lá, como se se tratasse de uma cobra que larga a pele. conforto e segurança porque o fato, não obstante ser uma peça formal, tem um aspecto confortável, cosy. não é aqui um símbolo de autoridade com os ombros caídos e o corte largo. é no entanto levado a sério, algo que não acontece com o trabalho de Cattelan que para além de ser mais pequeno que o de Beuys, contém toda a tradição da obra desse artista. temos de ver esta obra de cattelan juntamente com uma outra. também em 2000 cattelan apresentou a obra "La rivoluzione siamo noi" ("a revolução somos nós"), baseada numa obra do mesmo nome de Beuys. só que enquanto Beuys surge nesta obra com o seu ar resoluto e com as suas "insígnias" (chapéu, colete de pescador que nos remete para Jesus e para a ideia de transcendência), Cattelan apresenta-se enforcado. Enquanto Beuys se apresenta a defender a ideia que a arte pode mudar alguma coisa, que a arte pode ser política, Cattelan diz-nos o contrário: o artista até se pode enforcar, mas a arte nunca vai ter qualquer poder no mundo. Cattelan apresenta-nos um paradigma menos romantizado que o de Beuys. O mesmo acontece nesta obra do fato de feltro. o idealismo de que Beuys o revestiu não faz parte deste universo artístico cínico e onde o compadrio abunda. "bou" para dentro fazer as rabanadas. beijinhos às famílias". 




















Joseph Beuys
Felt Suit
1970
Tate Gallery. Londres




















Maurizio Cattelan
Untitled (Joseph Beuys Suit)
2000

segunda-feira, dezembro 15, 2014

- original soundtrack -

esta música tem tudo de bom: ombros largos, cabelos volumosos, orgão Casio, calças de cintura subida, zonas pélvicas em evidência, o George Michael hetero... adoro.

Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.

Once bitten and twice shy
I keep my distance
But you still catch my eye.
Tell me, baby,
Do you recognize me?
Well,
It's been a year,
It doesn't surprise me
(Merry Christmas)

I wrapped it up and sent it
With a note saying, "I love you,"
I meant it
Now I know what a fool I've been.
But if you kissed me now
I know you'd fool me again.

Oh, oh, baby.

A crowded room,
Friends with tired eyes.
I'm hiding from you
And your soul of ice.
My god I thought you were someone to rely on.
Me? I guess I was a shoulder to cry on.

A face on a lover with a fire in his heart.
A man under cover but you tore me apart, ooh-hoo.
Now I've found a real love, you'll never fool me again.

A face on a lover with a fire in his heart (I gave you my heart)
A man under cover but you tore him apart
Maybe next year I'll give it to someone
I'll give it to someone special.

Special...
Someone...

coisas lindas da mãe, mudei de nunbro de telémóbil. se bós quiserdes o nunbro nobo, dizeinde para o email beluga@portugalmail.com
obrigádus