quarta-feira, fevereiro 28, 2007

- original soundtrack -



I made it through the wilderness
Somehow I made it through
Didnt know how lost I was
Until I found you

I was beat incomplete
Id been had, I was sad and blue
But you made me feel
Yeah, you made me feel
Shiny and new

Like a virgin
Touched for the very first time
Like a virgin
When your heart beats
Next to mine

Gonna give you all my love, boy
My fear is fading fast
Been saving it all for you
cause only love can last

You're so fine and youre mine
Make me strong, yeah you make me bold
Oh your love thawed out
Yeah, your love thawed out
What was scared and cold
(...)

(Like a Virgin, Madonna)



- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou "o primeiro de uma série sobre a fotografia e a pintura impressionista", ou depois de Nadar isto nunca mais foi a mesma coisa":

Edgar Germain Hilaire Degas
After the bath
1896

Paul Getty Museum


Degas
After the Bath (woman Drying herslf)
1896
Philadelphia Museum of Art
- não vai mais vinho para essa mesa -

Para "vareiar" um pouco

Vincent Van Gogh
Fifteen Sunflowers in a vase
1888
National Gallery, Londres

Quando a minha idade era outra que não esta e quando a minha história era outra que não esta que nunca podia ter acontecido segundo os cânones tão bem postos e inquestionáveis, a minha descendência era nobre.
O meu pai sofria de pé boto e inúmeras doenças nos ossos, o que fazia dele um homem enfezado e nada agradável para convívio ou mesmo futuro compromisso. Era conde: conde da parte da mãe e inexistente da parte do pai que nunca lhe quis mudar os cueiros. Nunca sorria, entretinha-se com a majólica pela noite dentro e privava com a nossa soberana sempre que esta solicitava a sua presença aos aposentos reais. Consta-se que o meu pai servia muito bem a soberana, o que me deixava satisfeito por pensar que a sua enfermidade que infelizmente revelava a hereditariedade de que era portadora e que tinha sido destinada muito generosa e inteiramente para a minha pessoa, deixava em aberto a possibilidade de um homem de alta estirpe embora baixo espírito, gozar dos favores de uma soberana tão cheirosa quanto a nossa. Refiro a importância do odor corporal da soberana pois esse era um assunto de suma importância quanto à escala de consideração que eu lhe dava.
A minha mãe – que por parte da mãe era uma costureira de pulmões tuberculosos e da parte do pai seria sempre uma rameira – era por parte de marido uma senhora condessa. Por vezes, quando sabia que o meu pai brandia a sua espada viril (encarquilhada, mas viril) no boudoir da rainha, balia: “Mefistófeles!!! Meu esposo é um conde sem coroa e em breve sem cabeça”. Dizia “Mefistófeles” para o meu pai e não como invocação. A nós, até o Messias de Haendel nos era proibido trautear quando a vela sagrada não estava acesa indicando a presença do Salvador. Como a minha mãe balia, acentuava as sílabas “má, mé mi, mó e mú”, por isso, em vez de a criadagem ouvir “Mefistófeles”, ouvia “méfistofeles”. Ninguém sabia o que queria dizer e a minha mãe que tinha aprendido o vocábulo havia pouco tempo e graças à chegada de um oficial falido que procurava consolo nos braços gordos da burguesia e da nobreza, também não sabia. Eram idiossincrasias próprias dos vários afazeres diários: arranjar o cabelo, comer, visitar pessoas, responder a convites, comer, dormir, balir e preparar a sagrada noite com o meu pai, que adiavam por causa do cheiro a enxofre.
Quando o meu pai pressentia a necessidade de bramir a espada de conde (muito encarquilhada perante o corpo pesado da minha mãe, sem força alguma para se tornar viril), ficava até mais tarde na majólica. A minha mãe no quarto explodia de excitação algo que repito, só acontecia muito raramente quando o oficial falido ia afogar mágoas no peito farto de outra senhora. Com a excitação, rebentavam-se-lhe as pústulas e o cheiro a enxofre era tal que a criadagem barrigava com a expressão: condes de chofre e de enxofre.
A minha avó que não consta de nenhum registo nem se sabe que tenha existido, o que está certo, dizia que o meu pai não era de grandes falas, mas que tinha um coração enorme, muito maior que ele. Era verdade. O coração que cavalgava juntamente com o resto do corpo, na pele cheirosa da rainha, rebentou um dia chegando mesmo a cuspir-lhe nos cabelos de oiro um fio de sangue. A minha mãe ficou a “pustular” para sempre e a postular para sempre, à espera que a segurança Social do reino lhe desse a pensão do meu pai que tão bem serviu a pátria, por ela e nela morreu.
- o carteiro -

Making Time ou a exposição sobre exposições.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

- original soundtrack -
hoje estou com saudades

Feels like fire
Im so in love with you
Dreams are like angels
They keep bad at bay-bad at bay
Love is the light
Scaring darkness away-yeah

Im so in love with you
Purge the soul
Make love your goal

the power of love
A force from above
Cleaning my soul
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

Ill protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door
When the chips are down Ill be around
With my undying, death-defying
Love for you

Envy will hurt itself
Let yourself be beautiful
Sparkling love, flowers
And pearls and pretty girls
Love is like an energy
Rushin rushin inside of me
(…)

(The Power of Love, Frankie goes to Hollywood)

previsões

melhor filme: Babel
melhor actor: Forrester Whitaker
melhor actriz: Helen Mirren
melhor realizador: Martin Scorsese (The Departed)
melhor actor secundário: Mark Wahlberg
melhor actriz secundária: Adriana Barraza
melhor vestido:
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e logo a seguir:
Baglione arrependido (digo eu), tratou de vestir a personagem que ocupa lugar central na composição. Um anjo mais vingador e guerreiro do que protector e que faz com o braço que se ergue no ar, com a cabeça dirigida para o chão, com o outro braço que quase toca a mão do putti que está no chão, uma diagonal concorrente com a que a asa que se encontra na penumbra, a cabeça e o tranco descrevem. (Eu cá vejo isso na perfeição, mas já vai de cada um. É a vida, dizia o Guterres). Note-se também na primeira pintura que a figura de corpo vermelho em último plano olha para nós e tem um ar endiabrado, parece-se com um sátiro. Na segunda versão está de costas para quem o observa.

Giovanni Baglione
Sacred and Profane Love

1602
Galleria Nazionale d'Arte Antica, Rome


Giovanni Baglione
Heavenly Love and Earthly Love

1602-03
Staatliche Museen, Berlin
- o carteiro -

Iraq poised to hand control of oil fields to foreign firms.

(Quem disse que a retirada britânica era um "remate à trave" ou uma bandeira branca?)
- não vai mais vinho para essa mesa -

- olá, estão bons?
- sim.
- então vamos a isto. Por 50 euros diga expressões que a Professora Fátima Pombo usava nas aulas de História da Cultura Artística, como por exemplo: "já agora façam sexo em cima das mesas". Um, dois, três, diga lá outra vez:
- "já agora façam sexo em cima das mesas"
- "porque é que estão a olhar lá para fora? Está alguém a fazer sexo?"
- passo
- "olhe-me nos olhos. Está a olhar-me nos olhos?"
- passo
- "sou contra qualquer tipo de totalitarismo"
- passo
- passo
- "fechem a portinha quando saírem"
- passo
- "os shakers"
- passo
- passo
- Acabou o tempo. Foi uma prestação mais pobre que a da equipa anterior.
- Também era mais difícil.
- Vamos pedir à Professora Fátima Pombo que não interrompa mais o oboé nos concertos comentados na Casa da Música e nos dê aqui uma mãozinha. Professora, pedimos-lhe que entre em contacto com a produção.
- o carteiro -

Iraq for Dummies, ou tudo o que você sempre quis saber sobre a guerra no Iraque e nunca teve coragem de perguntar.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

-original soundtrack -

Dicen que por las noches
No más se le iba en puro llorar
Dicen que no comia
No mas se le iba en puro tomar
Juran que el mismo cielo
Se extremecia al oir su llanto
Como sufria por ella
Que hasta en su muerte la fue llamando

Ay, ay, ay, ay, ay
Cantaba
Ay, ay, ay, ay, ay
Gemia
Ay, ay, ay, ay, ay
Cantaba
De pasion mortal Moria

Que una paloma triste
Muy de mañana le va a cantar
A la casita sola
Con las puertitas de par en par
Juran que esa paloma
No es otra cosa mas que su alma
Que todavia la espera
A que regrese la desdichada

Cucurrucucu
Paloma
Cucurrucucu
No llores
Las piedras jamás
Paloma
Que van a saber
De amores

(Cucurrucucuu Paloma)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

hoje não temos um simples "antes e depois"; temos pai e filho. O pai, pintor impressionista e de seu nome Renoir pintou o afamado baile no Moulin de la Galette. O filho, realizador e de seu nome Renoir (mas Jean, em vez de Pierre Auguste), realizou o filme "Paris does strange things". Por mais que se pense que se trata de uma coincidência, nós aqui preferimos dizer que é uma feliz herança.

Pierre Auguste Renoir
Le Moulin de la Galette

1876
Musee d'Orsay, Paris


Jean Renoir
Paris does strange things

1956
- mãe, a maçã tem bicho -

director escondido com o rabo de fora:

Apesar do que muitos de nós pensam, o país não está assim tão mal, ou pelo menos equipara-se ao praticado no resto do Mundo. Atente pois no seguinte conto, que se não fosse o sotaque inglês diríamos poder ter sido passado em Portugal. Glen Lowry, ex-director do Art Gallery of Ontário no Canada foi escolhido há cerca de 8 anos para director do MoMA. Durante 8 anos (de 1995 a 2003), o MoMA pagou a Lowry o seu salário como director e o fundo “New York Fine Arts Support Trust” acrescentou-lhe mais uns milhares de dólares (link). Milhares? Milhões! Durante 8 anos foram 5,5 milhões de dólares. Até aqui nada de estranho, uma vez que é comum os representantes de cargos de relevo terem determinadas compensações: Lowry estava longe de casa e não tinha habitação em Nova Iorque. O problema é que este tipo de decisão aplicado à pessoa errada pode resultar na descredibilização da instituição.
O fundo tinha como objectivo servir de apoio a “charitable and fine arts organizations in the New York City metropolitan área.” É uma instituição sem fins lucrativos, formada por membros ligados ao museu (Rockefeller e Agnes Gund) que canalizavam verbas destinadas a esse fundo para o pagamento extraordinário ao director. Chegou mesmo a proceder-se à venda de um quadro de Bonnard de cujo valor resultante foi também direccionado para Glen Lowry. Levantam-se aqui várias questões:
1) que equidade pode um director de um museu ter ao aceitar pagamentos – benefícios, despesas de custo, vá lá – de investidores do museu e do fundo quando no futuro for programar uma exposição. Irá ele escolher as peças, os autores e os temas consoante a política museológica, ou segundo os interesses que essas mesmas pessoas detêm sobre determinadas peças - pois para além de investidores no museu são igualmente coleccionadores - e cuja exibição poderá valorizar e potenciar a importância?
2) Como é que um director de um museu poderá continuar a dar a cara pelo mesmo, quando é do conhecimento geral que numa das últimas exposições do MoMA dedicada a uma retrospectiva da obra de Armando Reveron , se sabe que este não está na lista dos artistas Latino-Americanos mais cotados. A escolha de Reveron para realizar a exposição não deverá ter sido causada pela presença entre os investidores do MoMA de Patricia Phelps de Cisneros, uma das maiores coleccionadoras de Armando Reveron?

3) Como é que um director de um museu, principalmente um museu como o MOMA poderá continuar a dar a cara pelo mesmo quando se nota uma diminuição no número de visitantes decorrente de um conjunto de más politicas: aumento de preço do bilhete de entrada para 20 dólares, parceria com a Pixar… (O Getty está a revelar-se um caso sério de apropriação indevida de capitais, e mesmo não sendo esse o caso do MoMA, a verdade é que uma investigação pediu ao museu todos os dados que pudessem não ter ainda sido revelados e que fossem de interesse na resolução do problema.)

4) Qual a seriedade de um museu cujos membros criam um fundo com um mecanismo próprio de funcionamento, alheio ao próprio Lowry e ao domínio público, onde pelo menos devia pertencer. Como justificar que estes pagamentos não tenham sido declarados nos impostos?

5) Qual a veracidade da versão contada pelo MoMA de que os 5,5 milhões de dólares são na realidade 5,3 milhões, que desses apenas 2,4 milhões foram para Glen Lowry, 760,000 foram para o museu, para financiamento do mesmo, 150,000 destinaram-se a um curador do MoMA e o restante serviu para pagar o apartamento de Lowry em Nova Iorque?

6) Porque razão a investigação do destino dado aos dinheiros visou apenas o período de 1999 a 2003, quando era sabido que os pagamentos se faziam desde 1995?
Podia ser em Portugal. Mas com nomes estrangeiros, até nos parece argumento original oscarizado e aplaudido de pé. E dá outra arrumação à coisa.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

- original soundtrack -

dedicado à Ana. nenhum coro.

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Nos braços de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor


(Nervos de aço, Lupicinio Rodrigues)
- ars longa, vita brevis -
hipocrates

antes e depois: (admito uma correspondência anterior a Rembrandt. Dá-se recompensa a quem provar a sua existência)

Rembrandt
Lição de Anatomia (pormenor)
1632
Mauritshuis Museum, Holanda


Desiree Dolron
- não vai mais vinho para essa mesa -

Ai se a TVI sabe que nós estamos aqui. Lá se vão 30 minutos de Jornal Nacional dedicado ao tema, com entrevistas a velhinhas e a meninos que brincam no parque.
- não vai vinho para essa mesa -
O quarto de cima
Do quarto de chegam barulhos desconfortáveis. A cama a ranger é-me tão desagradável – pelo som somente, nada contra o acto que adivinho – quanto o deve ter sido para as costas dela. Pensei em subir, tocar à campainha e dizer: “olhe, importava-se de colocar uma mordaça na boca da sua namorada sefáchavor? Obrigadinho.”, mas achei melhor não. Afinal, é noite do dia de namorados e a tradição ainda é para cumprir. Continua a fazer-se à noite aquilo que também se podia fazer de dia.

Ao dar uma volta pela cidade – ali um senhor a passear o cão, na Praça do Peixe as prostitutas gordas, naquele edifício encontraram um cadáver esta semana – notei que a celebração do Dia dos Namorados veio para ficar. Ainda que se multipliquem as respostas “é um dia como os outros” ou a muito sensaborona “quando se gosta todos os dias são dias para namorar”, toda a gente gosta de receber alguma coisa (mesmo as coisas mais hediondas), toda a gente sai para jantar, toda a gente tem um brilhozinho nos olhos, que não percebi ainda se é acompanhado de um “grãozinho na asa” ou se é o prenúncio de uma cama que range.
Não era eu que caminhava, eram os outros que vinham na minha direcção: rostos felizes a balouçar sacos com laços, elas muito apressadas, atrasadas no banho e nos cremes e nos cheirinhos e na roupa, “Meu Deus, a roupa”. Elas a deixarem a cabeça esquecida no ombro deles, a tirarem fotografias ao casal a esquecerem o resto dos dias. Eles contentes por elas estarem contentes, mais descontraídos, o futebol ia começar. Eles cheirosos, a cheirarem o pescoço delas a dar dentadinhas e a sibilarem no ouvido. Do lado esquerdo do Rossio, senhores e suas senhoras bem vestidos entravam para o hotel, os barcos esperavam engalanados os clientes, toda a gente com o coração voltado a Deus. Alguns, poucos e sozinhos olhavam para mim à espera de uma resposta, de uma identificação, de uma cumplicidade. Compreendo-lhes a necessidade, mas admiro o dia, não o abomino. Não me considero de uma ou outra categoria, até porque este não é só o Dia dos Namorados, é o Dia Europeu da Disfunção Eréctil e nessa área, nada a declarar.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

a primeira conjuntivite do ano, ou quando cantar não chega.
- original soundtrack -


All of those little lights in the sky
They only stick your feet to the ground
You'd better keep your head down

All of this little dreams in your mind
They only make you wonder why
When you wake up you start to cry
When you come home you just want to die

There was a time you seemed to be fine
You were a rock when you were a child
Waiting for the turn of the tide

You thought the stars were sending you love
How come you never wondered why
When you came home, you started to cry
When you woke up, you wanted to die

All of this little lights in the sky
If you can make them fall you will rise
Just turn the mic of time

I thought I could be able to find
Something to save all I left behind
But as I grew up I changed my mind
And only remained the stars in the sky
With your innocense fly by

(Little Lights, Ane Brun)

- o carteiro -

Iraq: Yesterday, Today & Tomorrow (uma entrevista a Noam Chomsky)

Sim, li. Não ía colocar o link porque ficava bem
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois, ou "como antes este blog tinha coisas mais interessantes",ou "é a vida":

Arman
Long term parking
1982
Marisa del Re Gallery, Nova Iorque



Chris Jordan
Crushed cars
2004
Tacoma
- o carteiro -

é só para dizer que para além de por 3 vezes ter escrito "carteiro" com as letras trocadas, estou na Formiga Bargante.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

- original soundtrack -


Tú me acostumbraste
A todas esas cosas
Y tú me enseñaste
Que son maravillosas
Sutil, llegaste a mi
Como la tentación
Llenando de inquietud
Mi corazón

Yo no concebia
Como se quería
En tu mundo raro
Y por ti aprendí
Por eso me pregunto
Al ver que me olvidaste
Por que no me enseñaste
Como se vive sin ti

(Tu me acostumbraste, Lucho Gatica)

lista de casamento:

- L’elisir d’amore (Donizetti)
- Don Carlo (Verdi)
- Rogue's Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys
- The Shine of Dried Electric Leaves (Cibelle)
- The german nightingale (Erna Sack)
- The crane wife (The decemberists)
- "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed" (Jared Diamond)
- "Empire: Impressions from China" (James Whitlow Delano)
- "In Vogue: The Illustrated History of the World's Most Famous Fashion Magazine"
- "Caravaggio" (Catherine Puglisi)
- "O livro do cortesão" (Baldassare Castiglioni)
- óculos de natação
- este (no Irão diz que é uma espécie de biquini)
- ou este, que sempre é mais arejado
- destino
- este (no Irão diz que é uma espécie de pena de morte)
- consultório sentimental -

Meu amigo, eu e tu, tu e eu... não vai acontecer.
- o carteiro -

Ou, como a percentagem de estudantes que não acaba a escolaridade e ingressa no exército aumentou cerca de 10% relativamente a 2005, ou como os níveis de exigência para entrar para o exército são cada vez mais baixos, ou como o número de dispensados diminuiu.
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

se o cão é o melhor amigo do homem, o papagaio é da mulher. Trágico no caso de Frida que ao contrário da Virgem nunca teve um filho.

Hans Baldung
Virgin and Child with parrots
1525-1528
Germanisches National Museum


Frida Khalo
Me and parrots
1941
- mãe, a maçã tem bicho -

Por acabar a Primavera, não quer dizer que morra uma andorinha.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

- original soundtrack -


Monday finds you like a bomb
That’s been left ticking there too long
You’re bleeding
Some days there's nothing left to learn
From the point of no return
You're leaving

Hey hey I saved the world today
Everybody’s happy now
The bad things gone away
And everybody’s happy now
The good thing’s here to stay
Please let it stay

There’s a million mouths to feed
And I’ve got everything i need
I’m breathing
And there’s a hurting thing inside
But I’ve got everything to hide
I'm grieving

Hey hey I saved the world today
Everybody’s happy now
The bad things gone away
And everybody’s happy now
The good thing’s here to stay
Please let it stay

(I saved the world today, Eurythmics)

lista de casamento:

- L’elisir d’amore (Donizetti)
- Don Carlo (Verdi)
- Rogue's Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys
- The Shine of Dried Electric Leaves (Cibelle)
- The german nightingale (Erna Sack)
- The crane wife (The decemberists)
- "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed" (Jared Diamond)
- "Empire: Impressions from China" (James Whitlow Delano)
- "In Vogue: The Illustrated History of the World's Most Famous Fashion Magazine"
- "Caravaggio" (Catherine Puglisi)
- "O livro do cortesão" (Baldassare Castiglioni)
- óculos de natação
- este (no Irão diz que é uma espécie de biquini)
- ou este, que sempre é mais arejado
- destino
- este (no Irão diz que é uma espécie de pena de morte)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

René Magritte
Ceci n'est pas un pipe
1928-1929

Não é um cachimbo, é a representação de um cachimbo. Se quisermos ir mais longe, é a prova de que nos sentimos mais traídos se o formos pela visão do que pelas palavras. A arte moderna descobriu o nosso calcanhar de Aquiles: a nossa experiência sensorial é que veicula a percepção que temos da arte. Enganando uma pessoa dizendo que aquilo que o que ela está a ver não é aquilo que ela está a ver, causa menos impacto do que deixá-la sozinha a ver duas antíteses.
- o carteiro -

"Chamem o tipo do photoshop que trabalhava para o Estaline". Aznar admite que não havia armas de destruição massiva no Iraque.
- não vai mais vinho para essa mesa -

- olá, estão bons?
- sim.
- então vamos a isto. Por 50 euros diga expressões que a Professora Fátima Pombo usava nas aulas de História da Cultura Artística, como por exemplo: "Zeitgeist". Um, dois, três, diga lá outra vez:
- Zeitgeist
- Kunst
- Entartete kunst
- Kunsthistorisches museum
- passo
- Kunstkammer
- passo
- Gesamtkunstwerk
- Leipzig
- Dresden
- Kassel
- Die Brücke
- Der Blaue Reiter
- Schoënberg
- Stockhausen
- passo
- Wagner
- passo
- Bauhaus
- Baucknecht
- e acabou o tempo. Foi uma boa prestação, mas Baucknecht ela nunca disse, porque tem horror a coisas materiais.

sábado, fevereiro 10, 2007

lista de casamento:

- L’elisir d’amore (Donizetti)
- Don Carlo (Verdi)
- Rogue's Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys
- The Shine of Dried Electric Leaves (Cibelle)
- The german nightingale (Erna Sack)
- The crane wife (The decemberists)
- "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed" (Jared Diamond)
- "Empire: Impressions from China" (James Whitlow Delano)
- "In Vogue: The Illustrated History of the World's Most Famous Fashion Magazine"
- "Caravaggio" (Catherine Puglisi)
- "O livro do cortesão" (Baldassare Castiglioni)
- óculos de natação
- este (no Irão diz que é uma espécie de biquini)
- ou este, que sempre é mais arejado
- destino
- este (no Irão diz que é uma espécie de pena de morte)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

- original soundtrack -

muita atenção a esta música e ao link:

No one likes us-I don't know why
We may not be perfect, but heaven knows we try
But all around, even our old friends put us down
Let's drop the big one and see what happens

We give them money-but are they grateful?
No, they're spiteful and they're hateful
They don't respect us-so let's surprise them

We'll drop the big one and pulverize them
Asia's crowded and Europe's too old
Africa is far too hot
And Canada's too cold
And South America stole our name
Let's drop the big one
There'll be no one left to blame us

We'll save Australia
Don't wanna hurt no kangaroo
We'll build an All American amusement park there
They got surfin', too

Boom goes London and boom Paree
More room for you and more room for me
And every city the whole world round
Will just be another American town
Oh, how peaceful it will be
We'll set everybody free
You'll wear a Japanese kimono
And there'll be Italian shoes for me

They all hate us anyhow
So let's drop the big one now
Let's drop the big one now

(Political Science, Randy Newman)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e depois:

Jacques Louis David
Napoleon in his study
1812
The National Gallery


Larry Rivers
The greatest homosexual
1964
- o carteiro -

má notícia: o dragão de Gaudi encontra-se com a Esfinge da pirâmide de Gizé e com a Vénus de Milo no cirurgião.
boa notícia: este senhor está mais perto. com muita pena minha não passará a fronteira.
- o carteiro -

De Hollywood a Washington:
Na peça “Plasticina” ou da peça “Plasticina”, alguém dizia acerca de “Calígula”, que era um “filme político”. Rimos, porque o caso era para tal, mesmo vendo para além das cenas de sexo que devem ter feito do caso, um caso político. Este ano, entre outros, temos os seguintes “filmes políticos”
- “A Rainha” (de Inglaterra para Hollywood)
- “Marie Antoinette” (de França para Hollywood)
- “O último rei da Escócia”, (do Uganda para Hollywood)
- “Uma verdade inconveniente” (de Washingthon para Hollywood)
- “Iraq in Fragments” (do Iraque para Hollywood)
- “My country, my country”, (do Iraque para Hollywood)
- “Curse of the golden flower” (da China para Hollywood)
- “As bandeiras dos nossos pais” (do Japão para Hollywood)
- “As cartas de Iwo Jima” (do Japão para Hollywood)
“Bobby” que retrata a morte de Robert Kennedy, não candidato, estreou a semana passada. As eleiões para o senado no final do ano passado, o desastre “Iraque” e o anúncio de que Hillary Clinton, John McCain ou Rudolph Giuliani estavam na corrida à presidência em 2008 deram o mote?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

- original soundtrack -


Back in the day you had been part of the smart set
You'd holidayed with kings, dined out with starlets
From London to New York, Cap Ferrat to Capri
In perfume by Chanel and clothes by Givenchy
You sipped camparis with David and Peter
At Noel's parties by Lake Geneva
Scaling the dizzy heights of high society
Armed only with a cheque-book and a family tree

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was seventy"
And he'd say,"no, you couldn't be!"

You had to marry someone very very rich
So that you might be kept in the style to which
You had all of your life been accustomed to
But that the socialists had taxed away from you
You gave him children, a girl and a boy
To keep your sanity a nanny was employed
And when the time came they were sent away
Well that was simply what you did in those days

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was sixty three"
And he'd say,"no, you couldn't be!

Your son's in stocks and bonds and lives back in Surrey
Flies down once in a while and leaves in a hurry
Your daughter never finished her finishing school
Married a strange young man of whom you don't approve
Your husband's hollow heart gave out one Christmas Day
He left the villa to his mistress in Marseilles
And so you come here to escape your little flat
Hoping someone will fill your glass and let you chat about how

You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you all alone and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was fifty three"
And he'd say,"no, you couldn't be

(A lady of a certain age, Divine Comedy)
- o carteiro -
olhe que não, olhe que não:


Jeff Koons
Christ and the lambs
1988
Groninger museum


Leonardo
The Virgin and child with saint Anne
1510
Musée du Louvre, Paris

Não sei será de mim, mas é preciso muita imaginação para ver a bota a dar com a perdigota.
- ars longa, vita brevis -
hipocrates
Antes e depois ou "o que não te valeu a ti, seis operações plásticas para ter: a testa da Mona Lisa, o queixo da Vénus de Botticelli, o nariz de Diana, a boca da Europa do Boucher, e os olhos de Psyche de Gérôme", ou "estás a brincar!", ou "não estou não", ou "quem é a tua fonte?", ou "a própria"

Bernini
Ecstasy of Saint Teresa
1647-1652
Santa maria della Vittoria, Roma


Orlan
Virgin with flowers
- não vai mais vinho para essa mesa -

elogio da idiotice – IV
Passar 10 minutos no chuveiro depois da piscina, e sair sem tomar banho porque se esqueceu de pôr shampoo e gel de banho.
- não vai mais vinho para essa mesa -

elogio da idiotice – VI
Na pista 5 voltar (lado esquerdo) a nadar costas enquanto na pista 4 alguém vai (lado direito) a nadar bruços. Os braços enleiam-se no ar, com toda a força: “pam”! (não foi o barulho que fez, mas é uma onomatopeia para a dor que causou). “Ah gorda”, deve ter pensado o jovem”. “Ah bruto”, pensou. “Desculpe, mas por acaso magoei-a?”, perguntou o jovem. “Por acaso magoou”, respondeu.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

- original soundtrack -


Once I wanted to be the greatest
No wind of waterfall could stall me
And then came the rush of the flood
Stars of night turned deep to dust

Melt me down
Into big black armour
Leave no trace of grace
Just in your honor
Lower me down
To culprit south
Make 'em wash a space in town
For the lead
And the dregs of my bed
I've been sleepin'
Lower me down
Pin me in
Secure the grounds
For the later parade
(...)

("The greatest", Cat Power)
-não vai mais vinho para essa mesa -
Quando chegou encaminhou-se para o táxi. “For X?”, perguntou um senhor moreno de camisa aberta até ao umbigo e com a pilosidade a espontar do “V” do peito num inglês macarrónico. O calor justificava o despudor. “Yes, please. Thank you”, agradeceu quando o homem pegou na mala e a colocou no porta bagagens. Subiu em seguida para o banco da frente o que deixou o taxista muito perturbado. “So, you’re here alone?”, “Yes I am. All by myself”. Do lado esquerdo, o mar azul parker, e do direito, montanhas cor de fogo, de um vermelho que cegava e fazia tudo parecer mais quente ao longo de 35 minutos de viagem. “Why?”, perguntou de novo o taxista a tirar os olhos da estrada e a olhar para o objecto da sua pergunta.
[olha para a estrada. Olha para a estrada e não me faças perguntas embaraçosas.]
“I dont’ know why! Sometimes you just need to be alone. Others, you don’t have a choice.”, “Don’t you have a boyfriend?”
[oh man! Knock it off.]
“And a husband? Do you have a busband? I bet you have a husband and you’re angry with each other, so he didn’t came.”
[como a tua ficção ultrapassa a realidade, homem! Até seria engraçado ter um husband, ficar angry com ele e vir para aqui.]
Sorriu. “No, I don’t have a boyfriend or a husband.”, “So you are really all by yourself here?” A revirar os olhos com enfado: “Yes I am.” “Remember this: you’re not gonna leave this place without a boyfriend.”
[não me parece. Não há em mim qualquer capacidade para amar.]
“I’ll keep that in mind.”
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
Antes e depois e depois:

Goya
Majas on a Balcony
1808-1812
Colecção Privada



Édouard Manet
Le balcon
1868
Musée d’Orsay



René Magritte
Perspective
1950
Museum van Heldendaagse Kunst, Bélgica
- mãe, a maçã tem bicho -
Quantas vezes foi impedido – e bem – de fotografar peças de uma exposição, fosse ela permanente ou temporária? Pois bem, fique sabendo que para os museus, hoje em dia quase não há forma de controlar a proliferação de imagens. Alguns optam por proibir terminantemente a captação de imagens, outros autorizam que se fotografe a colecção, mas não as exposições temáticas, mas com os telemóveis, é possível contornar todas as regras. Certos museus verificam mesmo que as pessoas fotografam as peças sem olhar para elas, o que só vem provar que as pessoas apreciam o que lhes é dado sem pensarem muito. Se os meios de comunicação social disserem, que é bom, não interessa se de facto é; interessa que se vá, para fazer currículo.
A maior parte das fotografias captadas em museus acabam em sites de partilha de imagens como o Flickr.com. Pois agora, adeptos do disparo desenfreado, chegou a nova moda: o iMoMA. Não se trata de nenhum produto da Macintosh, mas sim de algo parecido a um campeonato, que consiste em fotografar cerca de 150.000 peças do MoMA, sem contar com as instalações e o vídeo e que está a ser colocado na Internet, no site referido. Segundo Brady Hammond, um dos responsáveis por esta ideia, qualquer um de nós, com o telemóvel está a criar a galeria de arte pós moderna (se se encarar o acto como uma situação pós-moderna de repetição e reprodução dos mitos). Até agora foram tiradas 11.000 fotografias.