quinta-feira, abril 28, 2011
quarta-feira, abril 27, 2011
segunda-feira, abril 18, 2011
segunda-feira, abril 11, 2011
She floats like a swan
grace on the water
lips like sugar
lips like sugar
just when you think you've caught her
she glides across the water
she calls for you tonight
to share this moonlight
You'll flow down her river
She'll ask you and you'll give her
Lips like sugar
Sugar kisses
Lips like sugar
sugar kisses
She knows what she knows
I know what she's thinking
sugar kisses
sugar kisses
just when you think she's yours
she's flown to other shores
to laugh at how you break
and melt into this lake
You'll flow down her river
but you'll never give her
Lips like sugar
sugar kisses
lips like sugar
sugar kisses
She'll be my mirror
Reflect what I am
A loser and a winner
The King of Siam
and my Siamese twin
Alone on the river
Mirror kisses
Mirror kisses
Lips like sugar
sugar kisses
lips like sugar
sugar kisses
Lips like sugar
sugar kisses
lips like sugar
sugar kisses
Lips like sugar
sugar kisses
lips like sugar
sugar kisses
antes e depois ou "o feitiço virou-se contra o feiticeiro" ou como "não sei se acham, mas eu cá achei a segunda imagem parecida com a primeira" ou como "estou com muito sono por isso não sei como vai sair este post". O primeiro, Otto Dix (detesto as pinturas dele e do George Grosz) foi um dos representantes da Nova Objectividade, um movimento artístico que surgiu na Alemanha por volta dos anos 20. E o que propunha a Nova Objectividade?, perguntam vocês. Perguntam bem porque se não fosse a vossa pergunta não teria ido procurar a resposta. Apesar de eu (já) não acreditar no progressivo desenvolvimento da arte com vista a um aperfeiçoamento - isso seria utópico uma vez que o progresso não é infinito e nem tudo é favoravelmente progressivo, às vezes os tempos nem regressivos são. são apenas aquilo que são -, tenho que admitir que o nome "Nova Objectividade" só poderia existir se sucedesse à antiga objectividade. Portanto... algures na linha do tempo da história dos movimentos artísticos (também não concordo totalmente com isto) existiu uma objectividade. Este movimento propunha por isso uma focalização, talvez mesmo um regresso ao realismo após um período que não foi realista. E que período foi esse? O Expressionismo. Era de facto uma época propícia a uma reflexão desapaixonada visto que a Europa tinha saído de um guerra, estava a recuperar, e em breve iria envolver-se em outra. Havia demasiadas coisas "reais" para serem interpretadas segundo os sentimentos do artista. Os artistas passaram a ser mais pragmáticos, mais objectivos - desculpem o termo. Focaram-se na máquina (como haviam feito os Futuristas), na tecnologia, nos acontecimentos sócio-culturais da época e no optimismo de que o pós-guerra era portador. Em termos de produção artística este movimento originou duas tendências. Uma delas era representada pelos pintores acima referidos: Otto Dix e Grosz e outra por nomes como Schrimpf. Esta última preferia os temas naturalistas que eram de certa forma uma maneira de expressar o positivismo da época (embora também o Impressionismo tivesse usado a natureza e estivesse acima de tudo a denunciar com ela a paz podre vivida naquele tempo). Dix pintava os temas relacionados com a sociedade alemã, uma sociedade forjada nos cafés e nas tertúlias, aberta a homens e mulheres, mais permissiva e até um pouco neurótica, histriónica.
Da mesma forma August Sander fotografava os excluídos alemães. Tanto do lado de Dix como de Sander, ainda que de formas diferentes, a tentativa é de retratar pessoas que fossem o reflexo da sociedade alemã. O que aconteceu com Sander foi que a ele, talvez pela colagem à realidade de que a fotografia é portadora, os seus retratos foram fortemente criticados pelo regime nazi. O Homem Novo era um homem alto, bonito, loiro, olhos claros, músculos definidos, limpo, apresentável e inacessível. Os retratos de Sander são tudo menos isso: fotografa velhos, crianças, personagens de circo, trabalhadores da construção... Mas a coisa correu mal. Para além do seu livro - onde fazia a compilação do retrato de alguns dos seus conterrâneos, Sander também o filho morrer graças a outros ideais. O filho de Sander, Erich era apoiante do partido comunista. Apesar de não se identificar com esses valores, Sander deixou que o filho e o partido usassem a sua máquina para imprimir propaganda anti-nazi. No entanto os folhetos foram descobertos e o filho de Sander foi preso. Pouco antes de expirar o prazo de prisão Erich morreu. A fotografia de uma mulher a fumar (algo que o partido nazi abominava) parece-se muito com a pintura de Dix.
1931
[trabalho de História da Arte e Cultura da Época Medieval sobre os gestos na pintura de Giotto]
Se Murnau fosse um cineasta, não dos idos anos 30, mas sim da actualidade, seria Aurora considerado um dos filmes mais belos de sempre? Iria o som acrescentar, em eloquência, algo ao enredo ou ao nosso entendimento? Iria por conseguinte torná-lo ainda mais belo? Tememos que a resposta seja negativa. Razão: a eloquência está tanto nos gestos como a destruição das grandes cidades bíblicas (Babel e Jericó) esteve no som. Da mesma forma, quando nascemos, não dotados de uma fala inteligível, expressamo-nos pelos gestos. E já quando dotados de capacidade verbal nunca preterimos os gestos em favor da expressão oral talvez porque a linguagem dos gestos é universal, intemporal e transversal. Um exemplo desta importância e abrangência do gesto encontra-se nas pinturas de Giotto (1267-1337), ainda que para os mais desatentos ela surja aos seus olhos apenas como repositório de cores, formas e volumes. Esta obra é mais do que isso: é também a compilação de um conjunto de gestos ilustrativos de uma época que, para além de permitirem uma leitura dos frescos do artista mais profunda do que a retirada através de uma observação fortuita, permitem igualmente estabelecer relações entre as personagens.
Oração - As mãos postas em oração surgem em vários frescos de Giotto e de formas que variam entre si, necessitando por isso de uma observação mais atenta. Para nós hoje, as mãos que oram são mãos esticadas e juntas, palma com palma. Se possível, elevadas até ao queixo ou junto da boca. No entanto nem sempre esta configuração das mãos foi o gesto paradigmático da oração já que vamos encontrar, antes do século XIII (ou seja, antes sequer do nascimento de Giotto) a presença de outro gesto de oração no Antigo Testamento (Isaías 1, 15: “Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.”) no Novo (1º Timóteo 2, 8: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.”) e para além disso em representações da Antiguidade. No Antigo Egipto em estela funerária mostra este gesto e em Roma, a imagem da Piedade era semelhante à da Orans cristã.
Estela Funerária
Antigo Egipto
Pietas romana
Manuscritos de Dresden (Sachsenspiegel)
Giotto Scenes from the Life of St John the Evangelist: 2. Raising of Drusiana 1320 Peruzzi Chapel, Florença
A imagem a que nos referimos é a orans – a de oração com as mãos elevadas em direcção ao céu – que não é no entanto a preferida, na maior parte dos casos, por Giotto. Ao observarmos o fresco d’A ressurreição de Drusiana vemos que no lado esquerdo do mesmo uma personagem de veste laranja, atrás de uma outra aureolada, junta as mãos em oração à altura do queixo, enquanto olha para o céu. Este foi o gesto que no século XII substituiu o antigo gesto de oração. O que o mesmo representa prende-se com aquilo a que estava associado; ou seja, aos momentos em que a representação do mesmo é aplicada. Surge de forma inequívoca na Antiguidade. Tal como referia o escritor Heliodoro, esta era a fórmula usada para descrever a submissão dos presos e cativos vencidos aquando da sua prisão: tinham de unir as mãos para estas serem atadas. Esta fórmula também está presente no túmulo de Henrique II, o Leão, e da sua filha Matilde já que esta apresenta as mãos unidas junto ao peito como se estivesse em oração. Note-se que a obra é de cerca de 1240. Vemo-la igualmente nas ilustrações do Sachsenspiegel (livro de leis germânicas da Idade Média que regulamentava, através de ilustrações, os diferentes ritos no que concernia ao casamento, ao direito de propriedade, à distribuição de leis, etc.) Numa dessas ilustrações a relação feudal está representada por um vassalo que coloca as suas mãos juntas entre as do seu senhor. Com isto ele dizia que se submetia à protecção do senhor e que confiava neste. Na vida como na arte, o gesto que a personagem de Giotto faz é também uma forma de submissão e aceitação dessa submissão face a Deus. Porém o que Giotto faz não é apenas aplicar uma fórmula estanque; ele acompanha-a de um expressão emocional forte, o que nos mostra que para o autor, o gesto não substitui a expressão facial, mas esta acompanha-o. Por exemplo, n’A Ascensão de Cristo, Giotto divide o espaço em dois através dos gestos dos intervenientes: em cima, no mundo celeste predomina o antigo ritual da oração com as mãos elevadas para o céu. Em baixo, a maior parte das figuras ora com as mãos junto ao queixo ou à boca. Maria, em baixo à esquerda parece-nos a mais emocionada, embora não descontrolada: o seu olhar dirige-se para o filho que ascende, a boca está levemente entreaberta e imaginamos a mãe de Cristo a rezar embora contida. O mesmo não acontece com outras obras de Giotto (A crucificação, O milagre da fonte) onde as personagens em desespero misturam o antigo e o novo gesto originando assim outros.