quarta-feira, setembro 30, 2020

- não vai mais vinho para essa mesa -

- o que a traz aqui?
- eu... eu... ora bem... o que me traz aqui...
- ...
-... bem... é nada. eu não quero nada, não sinto vontade de nada. tudo é um trabalho, uma tarefa. levanto-me de manhã e penso quando vou voltar a deitar-me não por preguiça ou sono, mas por desejo de estar inconsciente, de não ter de "estar", de "ser". E depois chego à cama e não durmo: o meu coração bate descompassado, a cabeça parece a válvula de uma panela de pressão... penso, logo pela manhã, que não vou ser capaz de trabalhar, de estar com pessoas, de chegar ao fim do dia. as coisas que me davam prazer já não dão. Esquivo-me dos encontros com amigos embora faça muito bem o meu papel social. mas sinto-me cansada quando o faço. aliás, sinto-me sempre cansada fisica e psicologicamente. sinto-me cansada porque tenho dias vazios em que - desculpe a expressão - enfim... "bato punhetas a grilos". Ou seja, ocupo-me com os cinco milímetros do cartão que protege um envelope que por sua vez já está protegido por plástico bolha e cujo remetente tem de ser impresso em Verdana 11, espaçamento 1,5...... dói-me o corpo. não tenho tempo para nada. sangro do nariz quase todos os dias. a minha vontade anda sempre abaixo dos, digamos, 30%?... Estou, todos os dias e todo o dia, triste. Mas finjo que está tudo bem. E isso deixa-me de rastos. Como se tivesse levado uma tareia. não é que alguma vez tenha levado uma, é só o que se costuma dizer... penso que vou colapsar a qualquer instante. colapsar mesmo: imagino que vou a caminhar e cai-me uma perna e um braço e fico estendida no chão agarrada ao peito. com a outra mão, claro.
- ...


terça-feira, setembro 29, 2020

- original soundtrack -



















(...)
Acendo mais um cigarro
Invento mil ideais 
Porque amanhã sei-o bem 
É sempre longe demais 

Dizes-me até amanhã 
Que tem de ser que te vais 
Só que amanhã sabes bem 
É sempre longe demais

- não vai mais vinho para outra mesa -

problemas do ano 2020
(a falar de máscara com outra pessoa também de máscara):
eu - é um pitbull?
ela - aquela senhora era directora do museu, mas agora veio morar para cá.
eu - ahhh...

quinta-feira, setembro 24, 2020

eu tinha tanto para dizer... mas não há tempo

quarta-feira, setembro 23, 2020

- não vai mais vinho para essa mesa -

prémio "um bocadinho muito, muito, muito, muito pequenino" ou "si tacuisses philosophus mansisses":
“Estão aqui emails de altos cargos da magistratura, que permitiam explicar alguns factos que estão em investigação noutros inquéritos”, realçou o inspetor, sublinhando: “Isto era um bocadinho a ‘caixa de Pandora’" (aqui)


sábado, setembro 19, 2020

- original soundtrack -

sei que não é o vídeo oficial da música, mas gosto tanto da Jennifer Connely em início de carreira... acho que é uma parcela a considerar nesta operação.

(After Dark, Mr. Kitty)
- não vai mais vinho para essa mesa -

e a banana, senhora? Faltou a banana...
(só consigo ver no telemóvel...)


- ars longa vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou como roí uma unha até ao sabugo. bem, para falar a verdade foram duas. tudo porque estava a pensar como começar este post e fui roendo, roendo... agora doem-me os polegares. e roí a pensar que talvez já não deva escrever, que talvez já não seja capaz de escrever, que talvez já não tenha interesse nenhum para vocês, embora tenha para mim. e eu tenho de me agarrar ao que ainda me resta de... sparkle, de chama. antes a descoberta vinda de horas a pesquisar dava-me muita alegria. Mas agora não tenho horas para pesquisar e vou levando a vida de casa para o trabalho, do trabalho para casa, insatisfeita com a vida que levo. 

bem, mas vou ao que interessa, vou à "sustânça". ora estaba aqui a dar um pontinho nas meias do meu mais novo quando descobri este "antes e depois". porque bós sabeis que os féte daivers das tv's não me assistem. eu nem tenho tv!:















Van Gogh
Vincent's bedroom in Arles
1888
Van Gogh Museum, Amesterdão
























Egon Schiele
Schiele's room in Neulengbach
1911
Kunsthistorisches Museum, Viena

Malheureusement, nunca fui a Viena. Nem à outra,... ver os pauliteiros. Ah, isso é em Miranda. Desculpem. Mas fui a Amesterdão e disse mal da minha vida. Não fosse o Van Gogh e os museus e teria ido embora mal cheguei. Vi, por isso, este quarto. E outras preciosidades como o quadro dos ramos das amendoeiras em flor. estive para trazer o lenço, mas fiquei-me pelo postal. o Van Gogh inspira o marketing e inspirou outros artistas. mais até do que possamos pensar: Eugene Jansson ("Hornsgaton Street in Stockholm"), Edvard Munch ("Starry Night"), Emil Nolde ("Starry Sky") e sim... Schiele. Schiele nasceu no ano em que Van Gogh morreu e via-se, enquanto artista, como uma reencarnação de Van Gogh. Não sei se enquanto pessoa também, mas enquanto artista vestiu a pele do "artista-que-sofre-por-amor-à-arte-que-ninguém-compreende-nem-aprecia-.-coitadinho...". Para além de girassóis e árvores, Schiele pintou este quarto, em que os móveis sugerem o quarto de Van Gogh. Ora vamos lá ver: a composição é semelhante, mas não é... quando olhamos para a pintura de Schiele lembramo-nos da de Van Gogh, mas o ponto de vista é diferente (um pouco mais elevado em Schiele) e é único. Em Van Gogh as janelas apontam para um lado, os quadros nas paredes para outro e a cama e o chão para um terceiro ponto de vista. Em Schiele está tudo arrumado, sem contradições. "sem contradições" é a expressão certa. ah meu menino... à reencarnação de Van Gogh não basta parecer; tem de ser.
- não vai mais vinho para essa mesa -

[1]
Dalí e Alice Cooper
[2]
Londres e o metro quadrado
[3]
Emmys e pandemia

quinta-feira, setembro 17, 2020

- não vai mais vinho para essa mesa -

ele - o que estás a ler?
eu - estou a ler... "os doze pilares da sabedoria"
ele - não são "os sete pilares da sabedoria"?
eu - sim, são. tens razão. eu é que estou a detestar tanto ler aquilo que os sete me parecem doze.
ele - desiste!... é mais simples.
eu - desistir? nunca! só da vida. mas agora com a máscara ninguém nota. 

domingo, setembro 13, 2020

sinto-me muito cansada. muito, muito cansada.
vou dormir

o belogue

15 anos


Filhinhos, faz-se o que se pode. E quem dá o que tem a mais não é obrigado. (Embora se penitencie por não ter tempo para mais).




sexta-feira, setembro 11, 2020

perdeu o interesse, não foi? sabes, às vezes faço de propósito: o impacto parece sempre menor quando decidimos a que velocidade nos espetamos contra a parede.

quinta-feira, setembro 10, 2020

- o carteiro -

hoje, na rua, um senhor anafado dizia a um amigo:
- há gajas que, pelo perfume, eu até ia atrás delas. Fogo!

eu só poderia ser lésbica em Positano ou Zakynthos onde me parece cheirar sempre a limão, leite de burra, banho tomado e lençóis frescos. as mulheres portuguesas cheiram-me todas ao mesmo: sala de pequenos-almoços de hotel de quatro estrelas. ou seja, cheiram a amostras de perfumes oferecidos pelas perfumarias - invariavelmente Acqua de Gio e Escada -, daquelas com que se pode viajar de avião. usam perfumes muito doces, não adequados à estação do ano ou ao seu estilo. dão-me dores de cabeça. Fogo!

quarta-feira, setembro 09, 2020

- original soundtrack -

porque a vida é demasiado curta para não admitir que gosto das músicas da Taylor Swift e que esta letra é certeira e que me faz lembrar "A lady of a certain age" dos Divine Comedy e que... "prontos", é isso:

Rebekah rode up on the afternoon train, it was sunny
Her saltbox house on the coast took her mind off St. Louis
Bill was the heir to the Standard Oil name, and money
And the town said "How did a middle class divorcée do it?"

The wedding was charming, if a little gauche
There's only so far new money goes
They picked out a home and called it "Holiday House"
Their parties were tasteful, if a little loud
The doctor had told him to settle down
It must have been her fault his heart gave out

And they said "There goes the last great American dynasty"
Who knows, if she never showed up what could've been
There goes the maddest woman this town has ever seen
She had a marvelous time ruining everything

Rebekah gave up on the Rhode Island set forever
Flew in all the Bitch Pack friends from the city
Filled the pool with champagne and swam with the big names
And blew through the money on the boys and the ballet
And losing on card game bets with Dalí

And they said "There goes the last great American dynasty"
Who knows, if she never showed up, what could've been
There goes the most shameless woman this town has ever seen
She had a marvelous time ruining everything

They say she was seen on occasion
Pacing the rocks staring out at the midnight sea
And in a feud with her neighbor
She stole his dog and dyed it key lime green
Fifty years is a long time
Holiday House sat quietly on that beach
Free of women with madness
Their men and bad habits, and then it was bought by me

Who knows, if I never showed up what could've been
There goes the loudest woman this town has ever seen
I had a marvelous time ruining everything
I had a marvelous time
Ruining everything
A marvelous time
Ruining everything
A marvelous time
I had a marvelous time

- o carteiro -

tinha aqui um post sobre o regresso ao psiquiatra (a outro psiquiatra), mas correu tão mal que nem sequer vos quero dar ideias.
- o carteiro -

cenas dos últimos episódios
(bem, na realidade é um work in progress. a minha vida não dá para mais)
















































































































































os dois últimos oferecidos pela'iana.