sábado, setembro 19, 2020

- ars longa vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou como roí uma unha até ao sabugo. bem, para falar a verdade foram duas. tudo porque estava a pensar como começar este post e fui roendo, roendo... agora doem-me os polegares. e roí a pensar que talvez já não deva escrever, que talvez já não seja capaz de escrever, que talvez já não tenha interesse nenhum para vocês, embora tenha para mim. e eu tenho de me agarrar ao que ainda me resta de... sparkle, de chama. antes a descoberta vinda de horas a pesquisar dava-me muita alegria. Mas agora não tenho horas para pesquisar e vou levando a vida de casa para o trabalho, do trabalho para casa, insatisfeita com a vida que levo. 

bem, mas vou ao que interessa, vou à "sustânça". ora estaba aqui a dar um pontinho nas meias do meu mais novo quando descobri este "antes e depois". porque bós sabeis que os féte daivers das tv's não me assistem. eu nem tenho tv!:















Van Gogh
Vincent's bedroom in Arles
1888
Van Gogh Museum, Amesterdão
























Egon Schiele
Schiele's room in Neulengbach
1911
Kunsthistorisches Museum, Viena

Malheureusement, nunca fui a Viena. Nem à outra,... ver os pauliteiros. Ah, isso é em Miranda. Desculpem. Mas fui a Amesterdão e disse mal da minha vida. Não fosse o Van Gogh e os museus e teria ido embora mal cheguei. Vi, por isso, este quarto. E outras preciosidades como o quadro dos ramos das amendoeiras em flor. estive para trazer o lenço, mas fiquei-me pelo postal. o Van Gogh inspira o marketing e inspirou outros artistas. mais até do que possamos pensar: Eugene Jansson ("Hornsgaton Street in Stockholm"), Edvard Munch ("Starry Night"), Emil Nolde ("Starry Sky") e sim... Schiele. Schiele nasceu no ano em que Van Gogh morreu e via-se, enquanto artista, como uma reencarnação de Van Gogh. Não sei se enquanto pessoa também, mas enquanto artista vestiu a pele do "artista-que-sofre-por-amor-à-arte-que-ninguém-compreende-nem-aprecia-.-coitadinho...". Para além de girassóis e árvores, Schiele pintou este quarto, em que os móveis sugerem o quarto de Van Gogh. Ora vamos lá ver: a composição é semelhante, mas não é... quando olhamos para a pintura de Schiele lembramo-nos da de Van Gogh, mas o ponto de vista é diferente (um pouco mais elevado em Schiele) e é único. Em Van Gogh as janelas apontam para um lado, os quadros nas paredes para outro e a cama e o chão para um terceiro ponto de vista. Em Schiele está tudo arrumado, sem contradições. "sem contradições" é a expressão certa. ah meu menino... à reencarnação de Van Gogh não basta parecer; tem de ser.