quinta-feira, março 29, 2018





quarta-feira, março 28, 2018

- original sountrack -

porqu'é Páscoa

O sacred head, sore wounded,
defiled and put to scorn;
O kingly head surrounded
with mocking crown of thorn:
What sorrow mars thy grandeur?
Can death thy bloom deflower?
O countenance whose splendor
the hosts of heaven adore!

Thy beauty, long-desirèd,
hath vanished from our sight;
thy power is all expirèd,
and quenched the light of light.
Ah me! for whom thou diest,
hide not so far thy grace:
show me, O Love most highest,
the brightness of thy face.

I pray thee, Jesus, own me, me,
Shepherd good, for thine;
who to thy fold hast won me,
and fed with truth divine.
Me guilty, me refuse not,
incline thy face to me,
this comfort that I lose not,
on earth to comfort thee.

In thy most bitter passion
my heart to share doth cry,
with thee for my salvation
upon the cross to die.
Ah, keep my heart thus moved
to stand thy cross beneath,
to mourn thee, well-beloved,
yet thank thee for thy death.

My days are few, O fail not,
with thine immortal power,
to hold me that I quail not
in death's most fearful hour;
that I may fight befriended,
and see in my last strife
to me thine arms extended
upon the cross of life.

- não vai mais vinho para essa mesa -

ela - you're so nice. Why don't you have a boyfriend?
eu - I don't know...
ela - you should date online. There's Tinder and...
eu - oh no no no...!
ela - Everybody is using dating apps!. You should absolutely date online!
eu - I want to meet real people...
ela - Oh, don't be afraid of finding bad guys...
eu - I'm not afraid of finding bad guys, I'm afraid of finding bad dicks. Bad, ugly dicks.

- o carteiro -

avózinha, porque é que?

Poderia ser uma nova rubrica aqui no belogue, mas eu nem tenho tempo para as que existem, quanto mais para novas!...
Bom, é uma rubrica para capuchinhos vermelhos cujas avozinhas, antes de comerem as netas, têm tempo para lhes esclarecer dúvidas religiosas, importantes para quem vai entregar a alma ao criador daí a nada. convém, já sabem, estar ante o Senhor, sem dúvidas, ou ele manda-nos vaguear no limbo até mudarmos de ideias, o que acontece num instante. acreditem em mim que sei bem o que é o limbo. então cá vai:

- avózinha, porque é que Moisés tem cornos?
- jovem insolente, nem pareces minha neta. não lês nada de jeito? Não te inducas, não te enformas? eu sei o que queres dizer. Baseias essa tua ideia nestes dois trabalhos?
Micheangelo Buonarroti
Moses
1515
San Pietro in Vincole, Roma

Giovan Maria Morlaiter
Moses
Santa Maria del Rosario, Veneza

Pois bem, Moisés não tem chifres nem nunca teve embora surjam aqui e em muitas outras obras de arte. O que se passou com Moisés foi fruto de uma má tradução do hebraico para o latim, quando São Jerónimo tratou da Vulgata e do episódio em que Moisés desce o Sinai com os Dez Mandamentos, pela segunda vez, uma vez que da primeira vez as tábuas da lei foram por ele partidas. Ora bem, o hebraico tinha um número muito limitado de palavras. Assim, a mesma palavra poderia querer dizer duas coisas diferentes. No caso do Êxodo, que fala do episódio em que Moisés "ganha" chifres, a palavra utilizada em hebraico foi o verbo קָרַ֔ן (qaran) que quer dizer irradiar, brilhar, mas que se escreve da mesma forma que o nome qeran (קָרַ֔ן , ou seja, nome e verbo escrevem-se da mesma forma, mas pronunciam-se de formas diferentes, sendo que o nome "qeren" quer dizer "cornos a crescer" ou "criar cornos", se assim quisermos dizer). São Jerónimo optou pelo nome em vez do verbo e traduziu a passagem do Êxodo da seguinte forma:

“Cumque descenderet Moyses de monte Sinai, tenebat duas tabulas testimonii, et ignorabat quod cornuta esset facies sua ex consortio sermonis Domini” (Êxodo 34:35)

"Qaran" deu lugar a "qeren", "qeren" deu lugar a "cornuta" e daí aos cornos foi um instante. Os artistas até ao Renascimento retrataram Moisés com cornos, embora a partir daí as versões da Bíblia tivessem feito a devida correcção e por isso seja difícil encontrar após isso imagens de Moisés chifrudo. A Bíblia dos Capuchinhos - que considero uma das melhores edições da Bíblia e que pode ser encontrada online, já não fala em chifres, mas antes em irradiar, resplandecer:

"Os filhos de Israel viam resplandecer a face de Moisés que, em seguida, tornava a colocar o véu sobre o rosto, até entrar novamente para falar com Deus." (Êxodo 34, 35)

- avózinha, os anjos têm espadas?
- fazes-me cada pergunta! Chata!
- têm ou não?
- Habitualmente não, embora haja para aí muita treta mística que diga que sim. Quer dizer, os anjos do Antigo Testamento tinham. O Uriel tinha.
- Quem era Uriel?
- O anjo que estava às portas do Éden?
- Do Éden - Paraíso?
- Sim, do Éden-Paraíso... Que outro Éden poderia ser?
- Então é esse!
- Ah... estás a falar do Uriel porque viste isto, não foi?
Giusto de' Menabuoi
Expulsion of Adam and Eve from Paradise
1375-1378
Baptistry of St John, Pádua


Michelangelo Buonarroti
Expulsion from Garden of Eden
1509-10
Fresco
Cappella Sistina, Vaticano
- ouve... o que tu vês nestas imagens são querubins, anjos com aparência humana e um par de asas. Pir vezes podem ter formas estranhas, como animais híbridos, quase monstruosos, mas estes são sem dúvida querubins. os serafins têm três pares de asas. Não há nada na Bíblia que diga que os querubins ou outros anjos expulsaram Adão e Eva do Paraíso à espadeirada. O que diz é:



"Depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da Vida." (Génesis 3, 24

Em outras traduções lê-se que Deus colocou os "querubins e uma espada flamejante que se movia e guardava o caminho da árvore da vida", Seja como fôr, os querubins não expulsam Adão e Eva pela força da espada. A história seria muito mais interessante se assim fosse, mas pelos vistos,... não.

- avózinha, porque é que estão a enfiar um pedaço de mármore pela goela deste senhor?
- hã?
- aqui! É mármore, não é?
1146
Bíblia Lambeth, Ms.3, fol.258
Lambeth Palace Library, Londres

- mármore? tens cada ideia!
- parece... a mim parece.
- parece, mas não é?
- então o que é, avozinha?
- olha, é Deus a fazê-lo comer o manuscrito. O que ele está a comer é papel e não mármore. O que deve ser bem menos indigesto... Bom, o Ezequiel é um mistério: tal como Elias, e como o próprio Jesus, ascende aos céus (com Elias partilha o meio de transporte: um carro de fogo), come um manuscrito (Ezequiel 3, 1), dorme 190 dias sobre um dos lados (Ezequiel 4, 5) e 40 sobre o outro (Ezequiel 4, 6), faz uma maquete do cerco babilónio a Jerusalém, rapa os cabelos e divide-os em três partes (uma para largar ao vento, uma para largar na cidade e a terceira para queimar) (Ezequiel 5, 1), come comida confecionada sobre cocó humano (Ezequiel 4, 12)... Enfim, é bem provável que o Ezequiel estivesse sob a influência de drogas quando escreveu isto.
- avózinha... 
- sim....
- porque é que usas brincos nas orelhas para dormir?
- porque nunca se sabe o que a noite nos reserva. posso encontrar o homem dos meus sonhos...nos meus sonhos. e se houver um incêndio durante a noite, sempre é menos uma coisa com que me preocupar.
- e porque é que tens uns olhos tão pequeninos?
- porque estou cheia de sono. vou dormir e tu também devias ir em vez de ficares aí horas no Snapchat. 
- não vai mais vinho para essa mesa -

e a pedido de diversas famílias, mais um episódio da série "avaliar-um-livro-pela-capa-e-uma-pessoa-pelos-sapatos":


quarta-feira, março 21, 2018

- original soundtrack -

Tim Bernandes ou "o ké ké isso?" ou "seja lá o que isso fôr, é isso":



















Quando acorda olha para o lado
Se veste bonita pra ninguém
Chora escondida no banheiro
Pras amigas finge que está bem
Mas eu vejo
Eu vejo

Acha que precisa ser durona
Não dá espaço para a dor passar
Tem um grito preso na garganta
Que não está deixando ela falar
Mas eu ouço
Eu ouço

Quase como que anestesiada
Vai deixando a vida carregar
Ela sentiu mais do que aguentava
Não quer sentir nada nunca mais
Mas eu sinto
Eu sinto

Qualquer um que encontra ela na rua
Vê que alguma coisa se apagou
Ela está ficando diferente
Acho que ninguém a avisou
E eu digo
Eu digo


(Ela, Tim Bernardes)

terça-feira, março 20, 2018

- original sountrack -
ou
- ars longa, vita brevis -
Hipócrates
este post pode ser um original soundtrack, mas é também um "antes e depois", pois a história contada na música "Geni e o Zepelim" é muito semelhante à do conto de Guy de Maupassant "Bola de Sebo" (só encontrei em espanhol). Este conto "conta" a história de um conjunto de pessoas que fogem da cidade de Rouen quando esta é tomada pelas tropas a propósito de conflitos relativos à Guerra Franco Prussiana. O grupo, bastante heterogéneo, é composto por uma prostituta (chamada "Bola de Sebo" por ser pequena e roliça), três casais de burgueses, duas freiras e um jovem radial. É ela quem, no decorrer da viagem, partilha com os restantes membros do grupo alguns mantimentos. Durante a fuga, o grupo fica refém de um comandante prussiano que diz só deixá-los passar se Bola de Sebo o servir. Ela sente-se ultrajada face a tal proposta e nega-se, mas perante a animosidade do grupo - que a culpa por se encontrarem detidos - Bola de Sebo acaba por ceder. A caravana segue viagem, mas agora é ela, Bola de Sebo, quem não vem prevenida com mantimentos, e vê que ninguém partilha com ela o alimento que tem.


Chico, é só pr'ávisar que quando vieres cá, vou gritar e pedir músicas.

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - "Mudei de idéia
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniquidade
Resolvi tudo explodir
Mas posso evitar o drama
Se aquela famosa dama
Esta noite me servir"
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni!

(Geni e o Zepelim, Chico Buarque)


segunda-feira, março 19, 2018

- original soundtrack -

não sei..., gosto de ouvir isto. um dos meus guilty pleasures é ouvir a pior pop. o outro é ouvir country.


(Harvest Moon, Neil Young)
- não vai mas vinho para essa mesa -

Duarte (2 anos) - bibi, amo-tiiiii!
beluga - oh fofinho!... acho que és o primeiro homem a dizer-me isso!
- o carteiro -

O anúncio falava de "livros ao quilo" e eu lá fui a pensar "como é que não vim antes? Aposto que quando chegar lá já só têm livros sobre 'a sexualidade da jovem rapariga' ou policiais de bolso". E desgracei-me, claro está! Comprei livros de que não necessito e que provavelmente nunca vou ler. Os tais tsundoku. E pior: quando cheguei a casa e fui pesquisar qual o preço de venda daqueles livros numa livraria tradicional, vi que era o mesmo.
stupido, stupido, stupido!








- ars longa, vita brevis -
Hipócrates

antes e depois ou como este foi mesmo um acaso visto que eu tenho cada vez menos tempo para escrever, para procurar assuntos que considere adequados ao belogue... e pelo "andar da carruagem", temo que um destes dias deixe de dormir ou de fazer cócó porque deixarei de ter tempo também para isso. enfim, é uma longa história que não vale a pena contar. cá vai então:

Rubens
Descent from the cross
1612-1614
Cathedral of Our Lady, Antuérpia

Anthony Caro
Descent from the cross
1886-1887
Modern Art Museum of Fort Worth, Texas


Beijinhos e abraços. vou para dentro.
- não vai mais vinho para essa mesa -

Hey Mr. Dj, put a record on... (ou como se diz cá na terra: "bota som"):

[1]
"Uma sandes de carne assada e um rissol. E mais nada"

[2]
Uber ou mamã? (não recebo comissão)

[3]
Quê????

quinta-feira, março 15, 2018

 - original soundtrack -

da oração,
da redenção. obrigada, Pedro


(...)
Oh, I wanna come near and give ya
Every part of me
But there's blood on my hands
And my lips aren’t clean

In my darkness I remember
Momma’s words reoccur to me
"Surrender to the good Lord
And he’ll wipe your slate clean"

Take me to your river
I wanna go
Oh, go on
Take me to your river
I wanna know

Dip me in your smooth waters
I go in
As a man with many crimes
Come up for air
As my sins flow down the Jordan
(...)

(River, Leon Bridges)

segunda-feira, março 12, 2018

ou vomitar
preciso de um banho de alma. ou de rezar. ou vomitar.

quarta-feira, março 07, 2018

muito trabalho. muito trabalho e outras coisas.
mas fica para outra vez.

domingo, março 04, 2018

não ganha o óscar de melhor actor, o que é uma pena. mas pelo menos a villa italiana está a venda!