sábado, fevereiro 23, 2013
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
Cafarnaum
um dia, os meus pais convidaram um casal amigo, casal um pouco mortiço, muito religioso, para irem todos ver o Carnaval a uma dessas cidades que o festejam. Entre desfiles e brincadeiras, passaram por uma roulote com um grande neon em forma de hamburguer. Segundo eles, e estou a usar as palavras ditas aquilo era "a coisa mais linda" do Carnaval.
Quando penso no Cacilheiro da Joana, vêm-me à boca estas palavras: que coisa "mai" linda!. É a coisa "mai" linda que Portugal tem a mostrar acerca da sua arte. A sua arte, a arte portuguesa, representada por Joana Vasconcelos é então uma pequena e flutuante Cafarnaum, mas um imenso Xanadu da própria, da Secretaria de Estado da Cultura e de alguns convidados que militam. Desta vez a vossa - porque minha não é - interventiva artista, qual Joana "Darque" (porque embora tenha nascido em França, é com as nossas linhas que (se) cose), não "Christou" o barco, thank God. Esse barco, como sabem, é um cacilheiro. Não é um rabelo, não é um moliceiro... é um cacilheiro; ou seja, bem representativo de um Portugal que geograficamente se situa ali para Lisboa, já que o resto é paisagem. O barco será revestido com um painel de azulejos que mostra Lisboa vista do rio, antes do terramoto de 1755, que como se sabe, era a única cidade que havia e houve sempre em Portugal. Aliás, como a Joana também deve saber, a técnica do azulejo que marcou o nosso Barroco em parte porque era um material barato, acessível, ficou parada no século XVIII e por isso não há artistas mais recentes a pintar azulejo, como por exemplo o Luís Filipe Abreu que pintou os painéis do metro do Saldanha. Nem há outras cores. Nem há outras fábricas para produzir os azulejos, como a cerâmica de Valadares, por exemplo, que entrou há pouco em insolvência. Isso sim, isso seria promover, pelo menos, a economia nacional. No interior do cacilheiro haverá mais uma instalação tricotada que representa um útero ou um espaço uterino, pois como é de conhecimento de todos, só há úteros em Portugal e os nossos produzem prodígios com dois olhos. Quem também vai lá estar, é a Vida Portuguesa (caramba, era preciso serem assim tão literais?), a vender sabonetes e coisas lindas, que os turistas gostam, é verdade. Mas isto não é uma feira do fumeiro. Nem é uma excursão de japoneses largados na Praça da Figueira. É uma Bienal, meninas; menina Joana e menina Catarina. Uma bienal num local em perigo de desaparecer, graças à ondulação provocada pelos grandes barcos.
Durante muito tempo Portugal desejou um local de exposição melhor. Como aquelas sub-lebridades que vão a uma festa e fazem de tudo para se aproximarem do pitch, também o cacilheiro vai, como quem não quer a coisa, querendo, instalar-se na zona nobre, local onde nunca conseguiu estar.
Ainda que digam que a beluga gosta de praticar o bota abaixismo por amargura ou inveja, não consigo guardar os meus encómios para o fim. O cacilheiro é já a coisa "mai" linda da arte portuguesa. (nem acho que seja amargurada, mas rigorosa: arte é uma coisa, cultura é outra)
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
- não vai mais vinho para essa mesa -
tinha um colar de oiro com pedras
rubis.
Cingia a cintura com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz.
Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.
Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.
Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco
a tíbia de um santo
guardada num frasco.
Foi dono da terra,
foi senhor do mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safira, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo
foi senhor do mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safira, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
(Poema do fecho eclair, António Gedeão)
sábado, fevereiro 16, 2013
terça-feira, fevereiro 12, 2013
a propósito deste post a ana - a quem desde já agradeço - fez-me chegar isto
domingo, fevereiro 10, 2013
- original soundtrack -
ela parece uma Sade com sal. a música é que parece de "constituir família". desculpem lá:
Your words alone
Could drive me to a thousand tears
All the same words
That kept me here for all the years
I’m lost again, it’s happening
When you’re around I just go weak
All I wanna know, is it mutual
Then I never want to leave
Then I’m ready to run, ready to fall
Think I’m ready to lose it all
And I’m ready to run, ready to fall
Think I’m ready to lose it all
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
You keep me..
Keep me running
Oooh..
Ohh, would you hold my hand like the air was so gently here
Never give up, never give up
Ohh, would you pull me close so nobody knows we’re there
No one can find us
(...)
(Jessie Ware, Running)
- não vai mais vinho para essa mesa -
[no banco]
- olá bom dia. queria depositar esta quantia, nesta conta
[entrego o papel. a senhora olha]
- mas esta conta não é daqui!
- não é? então?
- esta conta é do bes, ali perto do chafariz...
- ah desculpe... é que vocês têm as mesmas cores
- o carteiro -
por estes dias festeja-se o dia dos namorados.
nunca namorei.
não é que tenha alguma deficiência física ou psicológica. pelo menos, nada que saiba. faço xixi e cocó como toda a gente. sou especial como cada um de nós é especial dentro da sua especialidade. nem no liceu namorei. por várias razões. uma delas era ter um problema familiar que me tirava o sono e portanto, não me dava paz para isso. depois porque uma amiga, que na altura tinha um chamego com um tipo lá do liceu, disse acerca dele que era um "bocado tucano" (e não se referia ao nariz. mais não digo). e depois porque descobri a literatura
não é que tenha alguma deficiência física ou psicológica. pelo menos, nada que saiba. faço xixi e cocó como toda a gente. sou especial como cada um de nós é especial dentro da sua especialidade. nem no liceu namorei. por várias razões. uma delas era ter um problema familiar que me tirava o sono e portanto, não me dava paz para isso. depois porque uma amiga, que na altura tinha um chamego com um tipo lá do liceu, disse acerca dele que era um "bocado tucano" (e não se referia ao nariz. mais não digo). e depois porque descobri a literatura
["ah que pedante. já foste tarde!"]
é verdade, as três coisas: descobri a literatura, isto é uma frase pedante e já fui tarde. digo como: lá em casa alguém comprou um leitor de cd's e cassetes pelo Ediclube e recebeu também um conjunto de clássicos todos janotas. ora como eu chegava sempre cedo ao liceu e tinha de esperar, lia. e não me parecia que os tipos como o tucano gostassem dessas pedantices. Por outro lado, não namorei no liceu porque era demasiado insegura e achava sempre que eles não iam gostar de mim. e na faculdade descobri o poder do emagrecimento. para além disso eu e ana descobrimos a poética de aristóteles e o nome da rosa do umberto eco. juntada a legitimidade do riso com o poder do emagrecimento... ui, nem queiram saber.
o que é que eu acho? na maior parte das vezes não acho nada. o resto das vezes, depende: às vezes penso que isto é uma vergonha, outras vezes que não serei a única a nunca ter namorado com esta idade: haverá provavelmente uma vestal algures em Creta que estima os seus cabelos. como nunca namorei, não sei o que perco, como não sei o que ganho. a verdade verdadinha, é que a galação protocolar me aborrece,
o que é que eu acho? na maior parte das vezes não acho nada. o resto das vezes, depende: às vezes penso que isto é uma vergonha, outras vezes que não serei a única a nunca ter namorado com esta idade: haverá provavelmente uma vestal algures em Creta que estima os seus cabelos. como nunca namorei, não sei o que perco, como não sei o que ganho. a verdade verdadinha, é que a galação protocolar me aborrece,
um dia um professor, a propósito do êxtase de santa teresa d'ávila do bernini disse: "bem sabem que o mais difícil não é colocar a seta, é tirá-la de lá". calei-me. a simultaneidade é cada vez mais rara. ou cada vez mais forjada e não queria muito cumprir calendário.
Bernini
The Ecstasy of Saint Therese
1647-52
Cappella Cornaro, Santa Maria della Vittoria, Roma
estava a pensar acabar este post com a Françoise Hardy que é muito bonita, com a sua franjinha e com o seu estilo francês, mas a minha idade não é a da Françoise Hardy e a música na meu caso só pode soar a ridículo. ou com o chico que com esta música me dá sempre uma espécie de alegria. mas acabo como comecei: com os livros.
- o carteiro -
Meus amigos, amores da minha vida, coisas lindas:
retomo aqui os posts sobre a interpretação das prefigurações do Speculum Humanae Salvationis. Não sei se se lembram, mas tínhamos ficado no batismo de Cristo. Hoje as tentações de Cristo são apresentadas juntamente com mais três episódios (as usual!). Assim, as Tentações de Cristo do Novo testamento, foram de certa forma previstas no Antigo através de três episódios (não sei se se lembram, mas é nisto que consiste o Speculum. Quem não quiser que deixe na beirinha do prato, não coma!). São eles Daniel a destruir Bel e matar o dragão, David a derrotar Golias e David a matar um urso e um leão. Ora bem, em Mateus 4: 1-10 encontramos o seguinte: "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás." Sei, por experiência própria que quando ficamos sem comer durante muitas horas - e por muitas horas digo alguns dias - podemos começar a ter: dores de cabeça, mau humor (mas daqueles...), sono, dores de estômago e depois uma espécie de alucinações como calcular mal as distâncias, tonturas sempre que nos colocamos em outra posição que não a horizontal, visão turva. enfim, tudo o que convém. Por isso que Jesus tenha visto o diabo depois de muitos dias sem comer, não me admira, eu também o via nas minhas ancas. e no meu rabo. O diabo que aqui na ilustração do Speculum aparece a Cristo com patas de pássaro, tenta-o frente ao templo e ao monte com as pedras na mão para que jesus transforme em pães.
Este episódio é acompanhado de 3 outros, sendo que um deles é Daniel a destruir Bel e matar o dragão. Este episódio não se encontra em todas as versões da bíblia. Tenho-o na Bíblia dos Capuchinhos. É Daniel 14. Como é longo, vou contar aqui resumidamente. Daniel era próximo do rei Ciro que adorava um ídolo, Bel. Ora Daniel adorava a Deus e não prestava culto à estátua. Ciro um dia perguntou-lhe porquê e Daniel respondeu que Bel não era deus, era uma representação de algo. Ciro disse-lhe: "Por isso, então, Bel não te parece um deus vivo! Não vês quanto ele come e bebe todos os dias?". Daniel riu-se e disse que isso não era verdade. (As escrituras não dizem, mas pela maneira de falar de Daniel parecia que quem comia e bebia as oferendas colocadas à estátua era outra pessoa). O rei furioso mandou chamar os sacerdotes de Bel e incumbiu-os de descobrir quem comia as oferendas sob pena de os matar. Ou isso ou provavam que era o ídolo comia as oferendas e sendo assim Daniel seria morto. Mas eram eles! Eles tinham feito uma abertura na mesa e todas as noites iam lá buscar a comida. Nessa noite colocaram a comida na mesa e disseram a Ciro: "fecha a porta e sela-a com o teu anel. Se, a amanhã de manhã, quando entrares no templo, verificares que não foi tudo comido por Bel, morreremos; de outro modo isso acontecerá a Daniel, que nos caluniou". E lá foram eles. Os sacerdotes sairam e Daniel mandou colocar cinza no chão, na presença de Ciro. Depois as portas fecharam-se. Durante a noite os sacerdotes, as mulheres e os filhos dos sacerdotes comeram a comida destinada a Bel, como era seu costume. De manhã a porta continuava selada e quando a abriram viram que o alimento tinha sido consumido. Estava Ciro a dar graças a Bel quando Daniel o alertou para as pegadas na cinza. Os sacerdotes foram descobertos, mortos e Bel destruído. Para além de Bel, os Babilónios adoravam também um dragão ao qual colocavam comida e bebida, tal como a Bel. Desta feita, e porque o Dragão era um ser vivo, o rei desafiou Daniel a adorar também o dragão já que ele não era como Bel, de bronze. Daniel retorquiu: "Eu não adoro senão o Senhor". E disse ainda: "Dá-me licença, ó rei, e sem espada nem pau eu matarei o dragão". O rei anuiu e e Daniel mandou fazer uns bolos de pez, sebo e pelos que o dragão engoliu rebentando em seguida. Ora embora isto tivesse esclarecido as coisas - eles não adoravam senão ídolos - enfureceu também os babilónios, que se viram sem ídolos. Foi quando pediram a Ciro que lhes desse Daniel. O resto da história já se sabe: Daniel foi atirado na cova dos leões. Ao matar os dois glutões, Daniel prefigurou Cristo que por duas vezes tentado pelo demónio o derrotou.
Segue-se o episódio de David a derrotar Golias que encontramos em I Samuel XVII: 48–50: E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi, e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu. E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra. Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão. Na ilustração do Speculum vemos o gigante Golias com a sua armadura e elmo e ao lado David mais pequeno a preparar-se para lançar a pedra que irá bater na testa do gigante. encontrei várias imagens, incluindo uma outra ilustração do Speculum que mostra David a degolar Golias, quando não é isso que está escrito. O David do Donatello, por exemplo, tem a espada na mão. David é um dos mais importantes tipos de Cristo (o Antigo Testamento usa modelos morais para representar Cristo num tempo anterior ao da sua vinda), já que era filho de Jessé. Ora Golias era conhecido pelo seu orgulho; orgulho em ser maior e mais forte que todos os outros. Assim como David derrota o orgulho, também cristo não cede à tentação do orgulho que o diabo lhe propôs quando o convidou a fazer um milagre em benefício próprio.
E por fim, temos a cena de David a matar o urso e o leão. Esta também em 1 Samuel 17:34-36 e diz o seguinte: "Então disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e quando vinha um leão e um urso, e tomava uma ovelha do rebanho, Eu saia após ele e o feria, e livrava-a da sua boca; e, quando ele se levantava contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria e o matava. Assim feria o teu servo o leão, como o urso; assim será este incircunciso filisteu como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo." Mais uma vez temos David (como prefiguração de Cristo) a matar dois animais que foram gananciosos, ao quererem levar uma ovelha do seu rebanho. Da mesma forma no Novo Testamento Jesus vence a avareza que está no diabo. Por acaso... um destes dias (como quem diz...) estava a ler o Vale Abraão da Agustina Bessa Luís e ela colocou uma das personagens (não me lembro do nome dela... não sei se era craveira, craveirinha...) que dizia que todos os homens eram avarentos. bem, vou embora acender a lareira que está muito frio. adeusinho
- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e depois ou como não é com toda a minha satisfação que vos mostro isto. Descobri a imagem da Devon Aoki, a imagem de baixo, e disse cá para comigo: "X, há uma pintura flamenga para isto". e procurei, a sério que procurei. Consultei as minhas fontes, fiz pesquisas pelo nome dos possíveis autores: Hans Memling, Dierick Bouts, van Eyck, van der Weyden... e nada. nenhuma das imagens que encontrei corresponde exatamente à de baixo. tive de fazer uma selecção e ficou o Hans Memling que apresenta uma série de Virgens com o Menino. Aquela que me pareceu menos mal foi esta, mas não se admirem se fizer uma adenda e mudar de imagem. Bem, a imagem não está completa. Trata-se de um tríptico e por isso falta o resto. No centro temos a Virgem com o Menino e à direita o doador Sir John Donne ajoelhado. O Menino está a abençoar o dador e dois santos com o seu nome e que se encontram nos volantes: São João Batista e São João Evangelista. Do lado esquerdo da Virgem, num local menos honorífico está a esposa do doador, Elizabeth e a sua filha mais velha, Ana. As duas santas que ali se encontram na cena central são Santa Catarina - que apresenta Sir John à Virgem e Santa Bárbara. Santa Catarina é identificada pela roda de espinhos (símbolo do seu martírio) e Santa Bárbara pela torre. Ao longe, na paisagem vemos um moinho, o moleiro a carregar o burro com um saco de farinha. O Menino é entretido por anjos com frutos nas mãos e que tentam assim chamar a sua atenção. O espaço interior e as arquiteturas que vemos na paisagem ao fundo são simultaneamente italianas (colunas) e flamengas (os telhados).
Já a actualização deste tema, com Nossa Senhora de olhos em bico foi feita por Michael Sanders para a Face de Setembro de 1997, ainda a Devon Aoki (a modelo) era uma gracinha. Não é que ela seja bonita, mas tem uma beleza histórica, qualquer coisa épica e que resulta muito bem em fotografia de moda. É como a Stella Tennant, a Kristen McMenamy ou aquela outra que agora está a ser muito requisitada, a Cara Delevigne: não são propriamente bonitas, mas ficam bem nas revistas com tudo aquilo que a maior parte das mulheres não fica. bem, vou escrever outras coisas.
Hans Memling
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
- original soundtrack -
olá. desculpem lá, mas estive a fazer outras coisas. esta música e esta cantora que trago hoje não são novidade. acho que o expresso escolheu o disco dela como um dos melhores do ano. como dei uma de hipster gulosa e deixei esta música e esta senhora na gaveta, venho agora postar. caso a ana pergunte, gosto da música pela letra, é certo, mas mais pelo ritmo meio tristonho. e também gosto dela e do estrabismo dela e do ar de quem está com uma grande pedra. e claro, solidarizo-me com a moça quanto à questão do cabelo grande e grosso. quando é assim, põe para trás (sem conotações menos próprias, por favor). uma vez fiz isso, mais ou menos, e parecia um extraterrestre.
You and I, bloodline,
We come together every time
Two wrongs, no rights,
We lose ourselves at night
From the outside, from the outside,
Everyone must be wondering why we try,
Why do we try
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
Oo-ooh. Oo-ooh.
Wait on, thunder sky,
Wherever there’s smoke, there'll soon be fire
What could bring bad luck,
I’ve been looking at you too much
From the outside, from the outside,
Everyone must be wondering why we try,
Why do we try
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
In the middle of it,
We walk, we walk the line
Looking back (on the set)
Our wildest moments
Are you thinking what if,
What if we ruined it all?
My wrecking ball
From the outside, from the outside,
Everyone must be wondering why we try,
Why do we try
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
Baby in our wildest moments,
We could be the greatest, we could be the greatest,
Baby in our wildest moments,
We could be the worst of all
(Jessie Ware, Wildest moments)