quinta-feira, dezembro 28, 2006

- original soundtrack -



Secret heart
What are you made of
What are you so afraid of
Could it be
Three simple words
Or the fear of being overheard
What's wrong

Let em' in on your secret heart

Secret Heart
Why so mysterious
Why so sacred
Why so serious
Maybe you're
Just acting tough
Maybe you're just not man enough
What's wrong

Let em' in on your secret heart

This very secret
That you're trying to conceal
Is the very same one
That You're dying to reveal
Go tell her how, how you feel

Secret heart come out and share it
This loneliness, few can bear it
Could it have something to do with
Admitting that you just can't go through it alone?

Let em' in on your secret heart

(Secret heart, Feist)

- não vai mais vinho para essa mesa -

- Talhos Tártaro boa tarde.
- Boa tarde. Olhe eu queria saber se vendem fiambre?
- Sim claro... (????)
- E é da pá ou da perna?
- Temos da pá e da perna, Nobre e extra...
- E o fiambre da perna é da perna da frente ou da perna de trás?
- short stories -

Depois das artes plásticas e da música, as artes plásticas e a poesia. (Ou "púsia", como gosto de ouvir dizer. Não é preciso abrir o "o", mas também não é preciso fechá-lo tanto)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

Saia em Nuñez de Balboa, pergunte a umas 10 pessoas. É natural que ninguém lhe saiba responder onde é a Fundação Juan March, mas vai encontrá-la. O edifício quase passa despercebido e se não for a sua perseverança, não terá o prazer de ver em acção o verdadeiro serviço público. Vai encontrar tanta gente de manhã como à noite, à hora de fecho, a entrada é grátis, o espaço está bem iluminado e a exposição bem organizada, os trabalhos respiram. O friso de Beethoven tem relevos, totalmente diferente da ideia plana que temos dele visto dos livros. (A pulseira da figura de saia azul, a destemperança, é feita com pedras azuis). Talvez por isso a obra tenha sido rejeitada. Ver o friso é, para quem gosta, mais ou menos o mesmo que a ida a Meca para os muçulmanos: obrigatório. Tem até 14 de Janeiro.
Gustav Klimt
Friso de Beethoven (pormenor)
1902
Austrian Gallery, Viena
"No puedes agradar a todos
com tu hacer y tu obra de arte;
haz justicia solo a unos pocos;
gustar a muchos es malo."
(De Schiller para o Nuda Veritas de Klimt)

quarta-feira, dezembro 27, 2006

- mãe, a maçã tem bicho -




Caravaggio
The incredulity of Saint Thomas
1601-1602
Neues Palais, Potsdam

A notícia chega tarde, mas chega. A ARCO 2007, a realizar em Madrid em Fevereiro tem como país convidado a Coreia. Há no entanto uma baixa de peso: a comissária coreana para a exposição demitiu-se. Sunjung Kim alega a intromissão e tentativa de manipulação do programa artístico previsto, por parte do próprio Ministro da Cultura e do Turismo da Coreia. Este teria tentado que o espectáculo "Korea Fantasy", por si criado, integrasse a mostra da comitiva coreana. O espectáculo em questão tem o estilo dos espectáculos de Las Vegas e foi criado nos anos 60 durante a ditadura coreana, com o objectivo de animar os estrangeiros.
-original soundtrack -

Era um rapaz
Estranho e encantador rapaz
Ouvi que andara a viajar, viajar
Toda a terra e o mar
Menino só e tímido
Mas sábio demais.

Eis que uma vez
Num dia mágico o encontrei
E ao conversarmos lhe falei
Sobre os reis, sobre as leis, e a dor
E ele ensinou
Nada é maior que dar amor
E receber de volta o amor.

(Nature Boy)
- não vai mais vinho para essa mesa -

"Eu hoje não acordei assim" ou, como este é o melhor David que existe: força, movimento, determinação, o acto de decapitação do gigante captado como numa fotografia, a alvura do mármore, a raça, a forma como é humano. Muito diferente do efeminado David de Donatello ou mesmo do passivo David de Miguel Ângelo. (Obviamente estamos a comparar dois artistas do Renascimento com um escultor barroco) Eu hoje não acordei assim. É pena.

Bernini
David
1623-1624
Galleria Borghese, Roma

terça-feira, dezembro 26, 2006

-ars longa, vita brevis -
hipócrates

Este é um auto-retrato De Rembrandt recuperado das mãos dos oficiais nazis após a Segunda Guerra Mundial. Onde é que ele anda? (Não o Rembrandt claro, mas o retrato)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates


Olar Eliasson
The weather project
2003
Tate gallery, Londres

Depois de Tadao Ando para a casa Armani em Milão, de Rem Koolhass para a Prada em Nova Iorque, Javier Mariscal para o Hotel Domine em Bilbao, John Pawson para Calvin Klein, do pintor Gustave Torner para a Loewe em Madrid, cabe agora a Olafur Eliasson tratar da loja Louis Vuitton também em Madrid. (aqui)

quinta-feira, dezembro 21, 2006

- não vai mais vinho para essa mesa -



Dizem que o Natal é época de darmos um bocado de nós aos outros. Cá vai o meu bocado: custa 568 euros por 100 ml. Não é de graça, mas é de boa vontade.
Feliz Natal, com ou sem caviar.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

- consultório sentimental -

Quatro quartas com contos. Na Formiga Bargante.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

O senador americano democrata do South Dakota, Tim Johnson, foi internado com um possível ataque que o deixou em estado crítico. (link) O problema é que se não recuperar até Janeiro, altura em que os democratas americanos tomam conta do Senado, o governador republicano do South Dakota terá de substituí-lo. Provavelmente irá substituí-lo por um republicano. Assim, o Senado que neste momento e depois das eleições tem 51 representantes democratas e 49 republicanos ficará com uns incómodos 50-50.
- original soundtrack -


José Gonzalez - Verneer
questão bizantina: deixar de comer ou começar a fumar?
- não vai mais vinho para essa mesa -



Se Rui Rio tivesse um blog, tirava-lhe a caixa de comentários?
- mãe, a maçã tem bicho -


Caravaggio
The incredulity of Saint Thomas
1601-1602
Neues Palais, Potsdam


[da Literatura – I]
Carolina Salgado põe o país a ler.
[da Literatura – II]
O autor de “Eu Cláudio, Imperador”, Robert Graves, está a revolver-se na “grave” por causa do título do livro de Carolina Salgado.
[da Literatura – III]
Na Bíblia há quatro tipos de mulheres: as Salomés – que dançam e reclamam a cabeça de alguém para satisfazerem a sua vaidade, as Judites – que seduzem generais para salvarem o seu povo, as Madalenas – pecadoras arrependidas, e as Evas – as mães. No livro de Carolina há um: o dela.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Estarei na Formiga Bargante. Ou como se diz em inglês: "I'll be at Formaigue Bargainte", "Formaigue Bargues" "Forms Bargaintes".

terça-feira, dezembro 12, 2006

- ars longa, vita brevis -
hipócrates


Masolino
Pietá
1424
Museo della Collegiata


Bill Viola
The passions
2002
- mãe, a maçã tem bicho -


Caravaggio
The incredulity of Saint Thomas
1601-1602
Neues Palais, Potsdam

[TLBES - 1]
- "This begins what may be a crucial week in determining future U.S. involvement in what has become a civil war in that country." BRIAN WILLIAMS, NBC Nightly News anchor, following his network's decision to call the situation in Iraq a "civil war"
- "There's all kinds of speculation about what may or may not be happening." PRESIDENT GEORGE W. BUSH, dismissing the use of the term civil war. His preferred phraseology: "sectarian violence" (aqui)
[TLBES - 2]
- Apoiantes da tese revisionista do Holocausto juntam-se no Irão. (aqui)
- Apoiantes da tese revisionista dos revisionistas juntam-se em todo o mundo.
[TLBES - 3]
- Correspondente da RTP em Moscovop afasta hipótese de envenenamento de ex-espião russo ser da responsabilidade do governo russo.
- Em Setembro, representantes da Duma tinham pedido ao presidente Putin para intervir militarmente na Georgia, como Israel fez no Líbano, por forma a libertar espiões russos que tentavam controlar a aproximação de Tbilissi à NATO e à União Europeia. (aqui)
[TLBES - 4]
Tutsis - Hutus
Sunitas - Xiitas
Israelitas - Palestinianos

segunda-feira, dezembro 11, 2006

- original soundtrack -


Don't go to church on Sunday
Don't get on my knees to pray
Don't memorize the books of the Bible
I got my own special way
Bit I know Jesus loves me
Maybe just a little bit more

I fall on my knees every Sunday
At Zerelda Lee's candy store

Well it's got to be a chocolate Jesus
Make me feel good inside
Got to be a chocolate Jesus
Keep me satisfied

Well I don't want no Anna Zabba
Don't want no Almond Joy
There ain't nothing better
Suitable for this boy
Well it's the only thing
That can pick me up
Better than a cup of gold
See only a chocolate Jesus
Can satisfy my soul

(Solo)
When the weather gets rough
And it's whiskey in the shade
It's best to wrap your savior
Up in cellophane
He flows like the big muddy
But that's ok
Pour him over ice cream
For a nice parfait

Well it's got to be a chocolate Jesus
Good enough for me
Got to be a chocolate Jesus
Good enough for me

Well it's got to be a chocolate Jesus
Make me feel good inside
Got to be a chocolate Jesus
Keep me satisfied

(Chocolate Jesus, Tom Waits)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

Onde está o Wally?

Jean Auguste Dominique Ingres
The Valpinçon Bather
1808
Museu do Louvre, Paris



Jean Auguste Dominique Ingres
The Turkish Bath
1862
Museu do Louvre, Paris



Jean Auguste Dominique Ingres
The Small Bather
1828
Museu do Louvre, Paris
- não vai mais vinho para essa mesa -


Oscar Wilde foi, como alguém disse, o primeiro artista pop. O escritor estetizava tudo o que o envolvia. A sua vida, por aquilo que conhecemos, parecia uma constante encenação, uma pantomina. Dele sabemos os aspectos mais “pops”, como as citações e os actos descarados de dandismo, do homem que utilizava o carro para atravessar a rua e que passeava uma lagosta pela trela. (Qual será a paranóia dos homens que fazem a História, pelas lagostas? Diz-se que em Capri um imperador romano que por ali tinha residência de veraneio – esperto – foi uma vez surpreendido por um pescador excitado que ao ter apanhado uma lagosta e ao saber que o seu imperador ali estava, subiu toda a escarpa e foi entregar-lhe o crustáceo. O imperador não reagiu bem, pensava que iam atacá-lo e esfregou a lagosta na cara do pescador até este ficar desfigurado).

Mas a propósito de Wilde, o que me interessa hoje é a sua obra mais conhecida, “O retrato de Dorian Grey” – relembro que conta a história de um jovem boémio que não vê os anos pasarem por si, mas pelo seu retrato, sendo este que acumula o peso dos seus vícios. No fim acaba por apunhalar o retrato e é encontrado morto… apunhalado no peito. Não sei se este é o primeiro exemplo de uma espécie de, primeiro uma autodestruição simbólica, a tal auto iconoclastia de que aqui já falamos, segundo de uma destruição da obra de arte, num período em que a obra de arte era, não a janela para o mundo, não o muro, mas o espelho. O mesmo aconteceu, lembrei-me agora, no livro “Loucura” de Mário de Sá-Carneiro. Nele, um homem enlouquecido pelos ciúmes, ataca (já não me lembro se mata, ou desfigura – outra vez a lagosta?) o objecto do seu desejo. No fundo o acto de Dorian Grey é o acto de muitos artistas de destruição do seu trabalho. Por vezes, a destruição física e definitiva do mesmo (como no caso da performance), outras, a destruição física momentânea do mesmo (como a tela que é rasgada mas permanece pendurada, pois a sua valência é o rasgo), outras ainda, a destruição através da negação (Magritte e o “Ceci n’est pas une pipe”, ou um outro que não lembro mas que escrevia numa tela “A obra de arte é inútil, vão para casa”). Em ambos os casos ou artistas utilizam a tela como superfície, como meio para a mensagem, sendo que elas próprias também são a mensagem), e por fim a destruição através da jocosidade da interpretação de elementos órfãos que quando acoplados deixam de ser uma coisa ou outra para serem simplesmente inúteis e aí passam a obra de arte (como “Roda de bicicleta” de Marcel Duchamp).

Marcel Duchamp
Roda de bicicleta


O que causa espanto a Dorian, ao homem de Mário de Sá-Carneiro, a nós quando vemos o quadro de Magritte, ou a roda de bicicleta de Duchamp é a desadequação entre aquilo que vemos e aquilo que pensamos sobre aquilo que vemos. O retrato de Dorian Grey era só uma superfície, a mulher de Mário de Sá-Carneiro era só um conjunto de átomos, o quadro de Magritte é um desenho com uma frase, a obra de Duchamp é apenas composta por dois elementos. Dorian Grey via-se a envelhecer, o homem de Mário de Sá-Carneiro via olhares gulosos à sua mulher por todos os lados, a frase de Magritte nega o desenho, a roda de Duchamp não permite que nos sentemos no banco.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

- original soundtrack -


I want to be a good woman
And I want, for you to be a good man
This is why I will be leaving
And this is why, I can’t see you no more
I will miss your heart so tender
And I will love
This love forever

I don’t want be a bad woman
And I can’t stand to see you be a bad man
I will miss your heart so tender
And I will love
This love forever
And this is why I am leaving
And this is why I can’t see you no more
This is why I am lying when I say
That I don’t love you no more

'Cause I want (to) be a good woman
And I want for you to be a good man

(Good woman, Cat Power)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

Porque os blogs não são "antes e depois", hoje ficamos com um:
"depois e antes", ou "você quer levar um estalo?", ou "quer dizer, já não lhe bastava ter pintado 6 quadros sobre este tema e ainda pinta quadros dentro de quadros", ou "por cima da cabeça do senhor que arranja o cabelo à condessa (de amarelo), está o quadro de Correggio", ou "Jesus Christ, this is intriging":

William Hogarth
Marriage a la Mode
(The Countess's morning levee)
1743
National Galery, Londres


Antonio Corregio
Jupiter and Io
1530
Kunsthistorisches Museum, Viena

quarta-feira, dezembro 06, 2006

estou na formiga

terça-feira, dezembro 05, 2006

- original soundtrack -


Where is my love
Where is my love
Horses galloping
Bring him to me

Where is my love
Where is my love
Horses running free
Carrying you and me
Where is my love
Where is my love
Safe and warm
So close to me
In my arms
Finally

There is my love
There is my love
Horses galloping
Bringing him to me

Where is my love
Where is my love

(Where is my love, Cat Power)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes de depois (na pintura e no cinema)

Johann Heinrich Fussli
O pesadelo
1781
Institute of Arts, Detroit



Die Marquise von O...
Eric Rohmer
1976

segunda-feira, dezembro 04, 2006

- original soundtrack -


Vous avez lu l'histoire
De Jesse James
Comment il vécut
Comment il est mort
Ca vous a plus hein
Vous en d'mandez encore
Et bien
Ecoutez l'histoire
De Bonnie and Clyde

Alors voilà
Clyde a une petite amie
Elle est belle et son prénom
C'est Bonnie
A eux deux ils forment
Le gang Barrow
Leurs noms
Bonnie Parker et Clyde Barrow

Bonnie and Clyde
Bonnie and Clyde

Moi lorsque j'ai connu Clyde
Autrefois
C'était un gars loyal
Honnête et droit
Il faut croire
Que c'est la société
Qui m'a définitivement abîmé

Bonnie and Clyde
Bonnie and Clyde
(...)

(Bonnie and Clyde, Serge Gainsbourg)
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes de depois:

Vermeer
The music lesson
1662-1665
Royal Collection, St James Palace, Londres



Hiroshi Sugimoto
The piano lesson
1999
- mãe, a maçã tem bicho -

futebol, a criar excêntricos todas as semanas:

Caravaggio
The incredulity of Saint Thomas
1601-1602
Neues Palais, Potsdam


O bilionário russo Roman Abramovich é o principal mecenas de uma exposição de fotografia de Max Person. A exposição é composta por cerca de 200 obras que mostram as mudanças no Uzebequistão no período de transformação e separação da União Soviética. A exposição é uma das muitas que decorre em Londres, dedicada à arte russa e que se encontra dentro do Festival de Arte Russa o "Act 2006", a decorrer até Fevereiro de 2007. Para saber mais, ir aqui.
- mãe, a maçã tem bicho -


Caravaggio
The incredulity of Saint Thomas
1601-1602
Neues Palais, Potsdam


A filha do cantor Lionel Richie foi internada devido ao seu baixo peso e numa tentativa de recuperá-lo. Como ela, muitas pessoas de todas as idades e ambos os sexos são todos os dias internadas para tratamentos de doenças do comportamento alimentar. Tal como o próprio nome indica, tratam-se de doenças relacionadas com a comida, ou com a falta dela, e acima de tudo, de doenças de foro psiquiátrico que como outras, como a toxicodependência por exemplo funcionam por adição. Bono Vox, o vocalista do grupo U2 já condecorado por Jorge Sampaio (quem não foi?) e proposto para o Nobel da Paz veio há pouco tempo a público proferir declarações acerca da subnutrição que só provam que a sua condecoração foi um exagero, a sua nomeação para o Nobel da Paz uma piada, e a importância que lhe dão, um fait divers para reabilitar personagens esquecidas e outras que tiveram pouca sorte. Bono disse numa das visitas humanitárias que costuma fazer a países onde o principal problema é a subnutrição que uma das crianças a quem tinha oferecido alimentos se tinha negado a recebê-los e quando indagado porquê terá respondido que seria preferível dá-los à filha de Lionel Richie pois esta estava muito mais precisada.
Esta anedota contada por Bono para além de ser de um extremo mau gosto, só vem dar mais uma vez razão aos que pensam que a Bono “falta um bocadinho assim” para poder ser levado a sério nas suas considerações. Esclareçamos pois Bono:

1) A subnutrição voluntária – chamemos-lhe assim por oposição à involuntária de que Bono parece querer ser, se não o único porta voz, pelo menos o que fala mais alto -, é tão antiga quanto a involuntária. Sempre houve gente que não comia não somente por questões estéticas, mas muitas vezes religiosas e sociais. Diria até políticas, como forma de protesto contra uma situação com que não se concorda. Ainda que Bono se fique pelas estéticas, teremos de lhe dizer que não são apanágio deste tempo.

2) A subnutrição voluntária é uma doença que talvez não careça das vistas de Bono a hospitais, mas pede o seu silêncio em situação de desconhecimento da causa.

3) As pessoas que optam por este estilo de vida (numa primeira fase e de morte depois porque não há mais opções ou porque elas não se aclaram) fazem-no conscientes do que acontece no resto do mundo, sentem-se mal consigo e com os dirigentes que têm pela falta de altruísmo e de senso comum. O que desejam para os outros nem sempre é o que desejam para elas e não porque desejem mais ou melhor; desejam "diferente".

4) Não suba o sapateiro acima da chinela. Que Bono cante e que viste hospitais, campos de refugiados e que propale bem alto a miséria do que vê e o laxismo de quem pode fazer algo, que denuncie os interesses económicos na continuidade da situação, que apresente números. As pessoas são levadas a sério nas suas considerações com uma estatística na ponta da língua. Mas que Bono leve sempre para as suas conferências uma enciclopédia médica. E que a leia.
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

Ambrósio apetecia-me tomar algo:
Quando uma das melhores marcas de roupa interior veste, despe e põe em movimento uma das mais bonitas e míticas modelos. Kate Moss* para L’Agent Provocateur. ("4 dreams of Miss X")

*Vénias para Lauren Huton, Twiggy, Crawford.