domingo, janeiro 30, 2022

 estava sem nada para ler, estava assim meio que desconsolada... fui à livraria e "prontos"












quarta-feira, janeiro 26, 2022

 - o carteiro -
































quarta-feira, janeiro 19, 2022

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou como "isto é só para bós berdes que isto num é uma pouca bergonha, isto é uma bergonha por inteiro, isso sim, e bós, em bez de andardes a maldizer as pessoas, ide botar uma máquina de roupa a secar ou passar sabão clarim nas partes baixas, eu num disse que isto era um antes e depois, pois claro que disse! Oh...":

Durer
The prodigal son
1496
Staatliche Kunsthalle, Karlsruhe











Durer
The prodigal son (pormenor)


Giovanni Bellini
The assassination of Saint Peter martyr
1505-1507
The National Gallery, London


Giovanni Bellini
The assassination of Saint Peter martyr (pormenor)



quinta-feira, janeiro 13, 2022

 estais a ver o debate? endireitai as costas

segunda-feira, janeiro 10, 2022

 não faço ideia em quem vou votar... o pessoal dos partidos torna as coisas mesmo difíceis...

sexta-feira, janeiro 07, 2022

 - original soundtrack -

Triste é viver na solidão
Na  dor cruel de uma paixão
Triste é saber que ninguém
Pode viver de ilusão
Que nunca vai ser, nunca vai dar
O sonhador tem que acordar
(...) 

(Triste, Carlos Jobim)

quarta-feira, janeiro 05, 2022

 disse aqui no belogue que sentia que o meu trabalho era como estar numa relação em que o outro continua a falar na ex. agora o outro quer ser polígamo. 

filhinho, por mim tudo bem, mas acabaram-se os botões de rosa.

terça-feira, janeiro 04, 2022

 Oh...

segunda-feira, janeiro 03, 2022

- original soundtrack -

If you want someone to enter in your life 
Show a part of your world they can dream about 
It will seem a fair idea if you make it their idea 
Go back to your corner, let them come to you 

Patience is the hardest thing you have to learn 
Hours seem like oceans when desire burns 
Rushing in will ruin all, you must bide your time 
Sow a seed and water, wait for love to grow

Love, to you, is given; love is gifted you 
No love can be taken, that love is not true
Love is pain and suffering, love can be a lonely thing 
Once you've known that magic, who can live without it?

(Love is a lonely thing, King of Convenience)

- o carteiro -

O que se lê, até uma certa idade, não é muito relevante. Importa antes que as frases estejam bem construídas, sem erros de tradução... Mas quando chegamos a adultos a nossa necessidade de iguarias literárias vai-se apurando e já não nos contentamos com qualquer biscoito edição de bolso da Europa-América. É necessário mais. Eu, por exemplo, faço pesquisa por coisas novas (ou velhas) junto de alguns amigos em cujo gosto confio, ou então, nas bibliografias dos livros que gostei de ler. Uma espécie de "se gosta disto, também vai gostar daquilo". Não leio por modas, não leio o que está na moda. Fujo dela. Às vezes leio coisas que levam muito tempo e por causa disso quase nunca releio livros. Ah, nem leio dois livros ou mais ao mesmo tempo. Por causa desta questão do tempo, escolho bem o que ler e foi consciente de que iria estar prisioneira dele durante muitos meses que voltei a ler o Proust. O importante no Proust não é a meta, mas o caminho; ou seja, a leitura sem ter em vista uma acção. Mas há na Recherche uma história, ou várias histórias e elas vão dar a algum lado. É por isso que deixo agora um

SPOILER ALERT

Albertine morre. Depois de deixar o narrador e fugir para junto da tia, Albertine tem um acidente, cai do cavalo e morre. O narrador tenta esquecê-la e, passando por todo o processo necessário para esquecer um amor (o casal estava em processo de ruptura pelas relações que Albertine estabelecia com várias raparigas), regressa ao salão da duquesa de Guermantes onde reencontra Gilberte, o seu amor de infância. Mas Gilberte já não está "disponível". Cresceu, é agora uma bonita mulher e está noiva de Saint Loup, amigo do narrador que este fica a saber ser também gay com um caso extraconjugal com Morel, o violinista e ex-preferido do barão de Charlus, também ele gay. Ou seja, Saint Loup partilha com o tio, o barão de Charlus, o gosto por homens, não obstante a sua vida conjugal com Gilberte. Outra morte ocorre: a da sobrinha de Jupien (que chega a ser descrita como filha de Jupien). Esta sobrinha de Jupien ainda é familiar de Gilberte já que Odette, mãe de Gilberte, era prima directa de Jupien. Jupien é uma personagem importante na segunda parte da Recherche. É com ele que o barão protagoniza aquela cena que leva à célebre frase "que belo rabo". 

Voltando a Gilberte. Para alguma desilusão do narrador, esta mostra que também terá feito parte do núcleo de Albertine que terá protagonizado com outras mulheres as mesmas cenas de lesbianismo que o narrador imaginava protagonizadas por Albertine. Com Saint-Loup a desilusão parece não ser tão grande, como se a sua valentia na Primeira Guerra Mundial (que o romance acompanha no último volume), ao escolher ir para a frente em vez de gozar dos privilégios do seu estatuto. A cena que congrega a homossexualidade de Saint-Loup e do sobrinho ocorre no último volume da Recherche, quando, guiados por Jupien que opera como uma espécie de alcoviteiro, os dois frequentam uma casa de passe onde homens podem recorrer ao serviço de outros homens. É aí que o barão de Charlus protagoniza uma cena masoquista que o narrador vê e é aí que Saint-Loup perde uma condecoração. No decorrer da guerra Saint-Loup morre e Morel deserta. Ao ser capturado refere que tão mau é o corrompido como aquele que corrompe e por isso aponta Charlus como um dos causadores da sua desgraça. isto leva a que Charlus seja detido e Morel não só libertado, como condecorado. 

O tempo passa. O narrador interna-se em casas de saúde (já vimos em Thomas Mann que as termas, as casas de saúde faziam parte de um novo conjunto de entretenimentos de que a classe média e média alta gozava). Regressa ao faubourg para encontrar estas e outras personagens muito mudadas. Para além da acção do tempo nos rostos daqueles que constituem o salão dos Guermantes, o narrador observa novas relações e mudanças no estatuto de alguns protagonistas. O barão de Charlus é quase esquecido; a senhora Verdurin, cujo salão na primeira parte da Recherche é quase um bordel, casa com o príncipe de Guermantes e torna-se uma Guermantes; a duquesa e o duque de Guermantes separam-se e este toma como amante Odette de Crécy e Rachel (a amante de Saint-Loup quando este era vivo) torna-se uma actriz famosa.

E assim aconteceu durante uma série de meses. Agora vou ler outras coisas, procurar emprego e tentar não stressar por ter de ir trabalhar amanhã. Beijas gordas, daquelas com manteiga derretida. E cuidado com as pessoas que levam almofadas para a praia.