sexta-feira, maio 29, 2015

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois 
olá amiguinhos, como "estaindes"? Bom, hoje trago-vos uma história linda, de fazer chorar as pedras da calçada. Daquelas histórias como eu gosto. Era uma vez uma pseudo empresa criativa portuguesa chamada FAHR0213 que, como "wanna be" que era, tinha um site escrito em inglês. A bacoquice e o provincianismo grassavam de tal forma por aquelas bandas que era quase impossível perceber o que a empresa fazia. A proactividade é tão eloquente! Ora a empresa tinha feito amigos (não eram amiguinhos, eram amigos. amiguinhos são só vocês!) e um desses amigos era uma outra empresa, mais velha e responsável chamada UNICER. A UNICER, gostava de ajudar os outros e nesse sentido - e também porque as Industrias Criativas têm as costas largas - havia criado o Prémio Nacional das Indústrias Criativas de cuja edição de 2014, a amiga FAHR0213 foi finalista.
A FAHR0213, num acesso de criação artística incontrolável, fez brotar uma ideia i-na-cre-di-tá-vel que a UNICER adoptou. É a coisa mais linda que eu vi passáááá... A ideia é esta:













FAHR0213
2014

É assim a modos que um peristilo actual para aplacar o estio de que o homem contemporâneo deve proteger os seus slippers para que estes não fiquem desbotados.
Mas eis senão quando,
Ó Céus
Ó Opróbrio,
Ó Ignomínia...
A escória inglesa, pela mão da Serpentine Gallery, pediu a dois japonocas que criassem a habitual estrutura temporária para acolhimento de eventos vários. E não é que estes malandrecos destes catraios, copiam, com anos de avanço e já prevendo o futuro (ahah, mas nós estamos cá para apanhá-los e denunciá-los a quem de direito!), a estrutura dos valorosos FAHR0213?! Não há justiça neste mundo das indústrias criativas. É um mundo cão! Eu por mim, desisto. 












Sanaa
2009

sábado, maio 23, 2015

- não vai mais vinho para essa mesa -

[pai]
- esta chuva deu cabo das cerejas. este ano não deve haver muitas...
[eu]
- não te preocupes. há uma fábrica em Resende a fazer mais cerejas. têm uma linha de montagem só para colocar caroços!
- não vai mais vinho para essa mesa -

[conversa por email]
- "Imprimimos e andamos com isto na carteira" (Ana)
- "Ou andamos com isto vestido" (beluga)















- "A Susan Sontag era uma fufa frígida, afirmo isto à boca cheia e a transbordar de preconceito. Essa gaja veio ao mundo para descarregar a sua neurose judaico-nova-iorquina, mas cheia de fel" (Ana dixit)
- "Ahahahahahahahahahahahahahahahahahah"

sábado, maio 09, 2015

Não me apetece ler. Deito-me cedo para evitar pensar. 

quinta-feira, maio 07, 2015

merda

segunda-feira, maio 04, 2015

- original soundtrack -





















Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

(Construção, Chico Buarque)
- o carteiro -

assim como a dar a ideia que sou especial. e sou, de facto. sou especial dentro da minha especialidade. mas como sou a única representante da minha especialidade (como cada um é da sua)... 



















Porque não há pai para o Thomas, amigo do peito, companheiro. 




















Não é a frase mais representativa do livro, mas... "Ferral conhecia-os a todos: um filho, um genro e antigos funcionários da Inspecção de Finanças e do Movimento Geral de Fundos; a ligação entre o Estado e a banca era demasiado estreita para que esta não tivesse vantagem em ligar-se a funcionários que encontravam junto dos seus antigos colegas um acolhimento favorável." (p. 283 - não me apetece estar a escrever a referência bibliográfica completa)




















Míchkin forever. "A beleza salvará o mundo" e só quem é como Míchkin pode acreditar nisto,
- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes de depois ou como "ena pá... estou tão destreinada. já nem me recordo do último antes e depois. acho que foi com qualquer coisa do Beuys. Ora bem, pois o que é que há a dizer acerca deste "antes e depois"? Nas férias do Natal estive a ver filmes do Ingmar Bergman e, daqueles que vi, gostei mais do Sétimo Selo. Ao assistir ao Persona, percebi que aquilo que lembrava algo. E o que era? Pois, moda. Era um editorial do Steven Meisel para a Vogue Itália em Novembro de 2008. Não sei o que dizer das fotos, a não ser que espelham algum mistério: duas mulheres muito parecidas, que partilham por vezes o mesmo espaço físico, mas com muita distância entre si, até com alguma violência.... Embora se trate de fotografias a cor, são pouquíssimo saturadas. Já o filme, bastante denso, de uma densidade que não percebi de imediato, merecia mais comentários, mas não me julgo capaz. Já em Fanny e Alexander, a realidade e a fantasia confundem-se. Só que neste caso, no caso de Persona, a realidade e fantasia não chegam pelos olhos de crianças, mas pelos olhos de duas mulheres adultas, marcadas por fenómenos como o Holocausto e a Guerra no Vietname, a impossibilidade de diálogo com os filhos (também em Sonata de Outono era isso que acontecia), a dualidade de cada um de nós (de facto a actriz que representa Medeia cai em estado catatónico e a enfermeira de bata branca imaculada mostra ser "uma ganda maluca"*).
Bem, então vou para dentro. Beijos, abraços e até ao meu regresso.















Ingmar Bergman
Persona
1966












Steven Meisel
Vogue Itália
2008

















Ingmar Bergman
Persona
1966
















Steven Meisel
Vogue Itália
2008

*é brincadeirinha. se um homem que tem muitas experiências sexuais não é um "ganda maluco" uma mulher também não deve ser.
- não vai mais vinho para essa mesa -

dizem que o vereador da cultura da câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, se prepara para, caso o PS ganhe as legislativas, se tornar ministro/secretário de estado da Cultura. Por favor não! alguém impeça este pedante, self-centered, papa-eventos e alpinista cultural de representar a cultura nacional.