- não vai mais vinho para essa mesa -
gosto de escrever. gostaria de escrever bem, de escrever em extensão, de ser capaz de escrever uma coisa com mais de 50 páginas. uma coisa que fosse ficção. mas as personagens cansam-me. dá-me vontade de começar de novo. e assim tenho cinco primeiros capítulos de pseudo-livros. assumo que gostaria que fossem livros, mas perco o interesse. começo a achar que têm muitas palavras difíceis, que as personagens não têm nada a dizer, que na verdade, e apesar da descrição, elas são ocas, que no fundo não há uma razão para aquilo e por fim, como é sempre o texto que me leva, não consigo controlar o rumo da história e lá se vai o que tinha em mente. hipoteco a história por mais um pormenor delicioso. mas que se lixe. um dia farei um livro com os primeiros capítulos dos pseudo-livros. será assim uma espécie de "Se numa noite de inverno um viajante". ninguém perceberá, mas toda a gente achará joycesco. mesmo eu que nunca consegui passar das primeiras dez páginas do Ulisses. mas nem tudo é mau: sou bem sucedida naquilo de pequeno e científico que escrevo (ou talvez esteja iludida...) e vou escrevendo aqui coisas pequenas, como agora. e só não escrevo isto maior porque a minha prosa aborrece-me tanto que até já estou a bocejar.
William S. Burroughs
Ernest Hemingway
Charles Bukowski e a mãozinha na bela nádega
Paul Verlaine
Allen Ginsberg
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3 Comments:
Não está mal visto quem sabe se esses inicios num todo fazem um livro denso e dado a teses profundas sobre a escrita de uma Beluga
e nós gostamos de a ler
Cara alma:
acho que a minha tese de doutoramento é o Belogue
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