- o carteiro -
durante muito tempo achei que me faltava qualquer coisa. qualquer coisa que não era Ferrero Rocher. ainda acho. essa coisa é uma espécie de esperança. experimentei tudo: dedicar-me à família, dedicar-me ao desporto, dedicar-me a um vício... e quando pensei dedicar-me a deus, ou a qualquer manifestação do divino li isto. e apesar de serem todos bons, não foi em deus que encontrei a solução. mas como se aproxima o fim do ano, e quase se aproximou o fim do mundo, queria recomendar leituras escatológicas. sempre dá um ar intelectual recomendar leituras. um bom ano
20 Comments:
Beluga,
Obrigada.
Um bom final de ano !!!
Para o ano conversamos ...
oh filha da mãe ;)
vou ver se leio. depois temos de trocar listas de livros :D
beijos e boas entradas
Cara Alma:
Há duas noites tive um sonho que queria contar-lhe. Espero que não se importe. Sonhei que a Alma foi à minha aula de história da arquitetura (do segundo semestre, que ainda nem começou!) e a Bárbara (que não é minha colega de turma, nem mora em Portugal!) disse: "Ela aqui? O que é que ela está a fazer aqui?". "Sei lá", respondi eu, "sei que um dia destes foi a Espinho para uma degustação de ervas aromáticas".
Desculpe, mas foi o que sonhei. Ervas aromáticas?!
Olá Ana:
consegui o sapatinho de cetim em pdf, versão inglesa. Diria que te enviava, mas havendo em francês, não precisas da versão inglesa. Na faculdade há a versão francesa. Queres que requisite?
Gostei muito do Reviver o Passado em Brideshead por causa do momento de redenção e gostei do Eleito porque o Thomas Mann é o Thomas Mann!
hahahahahahahahhahahahahahhhahahhahah
cheiro-as à distância.... (grande sonho)
é ao contrário beluga
são as suas leituras que a recomendam
o primeiro não conhecia, a capa é linda
do segundo só pela TV (foi há muitos muitos anos...)
quinta à tarde passei na biblio
não tinham o livro que procurava
arranquei de lá com o "um punhado de pós" do mesmo Evelyn
co-incidência!?
o seu próximo sonho o contará (smile)
um excelente ano de 2013 para si e para os seus (para já a temer só esse semestre metida com arquitecturas - smile)
um punhado de pó, como está bom de ver, sem malditas gralhas plurais
Ola antónio:
um excelente ano. não sei se é só hoje, mas não estou com grande esperança para 2013. o meu horóscopo estava excelente. assim como o de sagitário, peixes, balança, caranguejo e todos os outros!
estou em exames. o primeiro é dia 4. e já que está aqui, aproveito-me da sua boa vontade para lhe perguntar: o que é que distingue as ordens arquitetónicas? os capitéis? é que tive uma professora que me confundia e enquanto eu via um capitel dórico (e portanto seria uma coluna ou pilastra da ordem dórica), ela dizia que podia não ser. dependia, segundo ela, das caneluras do fuste, da presença ou não da base, fuste liso ou estriado... quer dizer, segundo ela era um conjunto de elementos que determinava a ordem. que me diz?
sinto-me assim "desóstinada"
olá beluga
para professor nunca quis
a sua prof. é capaz de estar certa
a melhor resposta (mas não lhe dê o gozo da a poderem "chumbar") seria dizer que as ordens são todas uma aldrabiçe (smile) e que só ligam às ordens (dos outros) os que em "andar às ordens" sentem prazer
gosto da história da "ordem" ("moderna") de Le Corbusier (que inventou umas tantas só para mais tarde as ignorar...)
e depois temos sempre a ordem compósita... que baralha tudo... (smile)
é como lhe digo (mas na academia não repita) tudo uma grande aldrabiçe
ordem aldrabona (large smile) vou registar essa - eh eh
Olá António:
tinha aqui um post todo bonitinho sobre as ordens, mas a lógica que eu queria impôr, não é a lógica certa. O que se passa é que quero dar como certo que o capitel dita o nome da ordem, mas depois deparo-me como coisas como a igreja dos santo martina e luca de Cortona. Na fachada, piso inferior vejo quatro colunas: o capitel é jónico, mas o fuste não é estriado, como está nas regras das ordens clássicas. A minha opinião é que chegados ao barroco - que era sinceramente clássico - houve uma aleatoridade no emprego dos elementos que antes tinham sido estritamente definidos. La Superga do Juvara, a mesma coisa: capitel coríntio ou compósito, mas fuste liso... começo a pensar que com o tempo as estrias saíram, que é exatamente o contrário do que acontece com o rabo das mulheres, com a idade.
Caro António, há uma lógica nisto tudo, que não sei qual é. Mas há também duas lições a tirar: 1)é necessário que alguém meta as ordens em ordem 2) não vou perder mais sono com isto.
Cheguei a uma altura em que, das duas uma: ou canalizo todas as minhas energias para o estudo e esqueço as outras áreas da realização humana, ou me dou satisfeita por ser mediana e vou recuperar os sete anos perdidos em beijos retidos. ainda não decidi. o fracasso é coisa que não me agrada
queria muito poder discutir corbusier, mas ainda vou no renascimento, maneirismo, barroco. para o ano conversamos!
eu pelo contrário, estabeleci (me em) parceria (vitalícia) com o fracasso
é muito libertador
(e isso das ordens é mesmo tudo conversa... os arquitectos são todos uns doidos com desculpas, para todos os gostos - smile)
ui, ai, que a mono: Pietro Da Cortona and Roman Baroque Architecture baixou de preço...
António, acho que vou escrever um novo tratado de arquitetura, porque não encontro resposta a isto em lado nenhum. dou-lhe outro exemplo. versalhes, colunata exterior do grand trianon (colunas duplas com capitel jónico e fuste não estriado). ok, ponha-se o problema de ser em frança. voltamos a itália: fachada da Ca Pesaro do Longhena: alterna colunas duplas com colunas simples, ordem jónica como manda o figurino. Mas na mesma veneza, em santi simone e giuda, na fachada, as colunas são jónico sem fuste estriado. Acho que mesmo no Renascimento as ordens não foram aplicadas segundo os tratados. só sei uma coisa: tem de existir resposta para isto: o que é que define a ordem?
acho que já deu a resposta (embora tivesse todo o gosto em ler esse novo tratado)
é que uma coisa são as obras (em "concreto", como se diz), as "coisas" (elas mesmas, fenomenologicamente apreciadas), outra, o que os farsantes dão à estampa em... "tratados"
o mais engraçado e significante, não é a adequação à "ordem", é o criativo manejamento da suas "parcelas"
(e não há "problema" nenhum com isso de ser em frança... do sérlio ao - garganta - "da Vinte"...)
o que define a "ordem", assim perguntado, preto-no-branco, não sei responder (não sei mesmo se terá resposta...)
diria que mais que a relação entre base coluna e capitel, entre estrias e volutas, será a "adequação" (conceito "clássico" entre os clássicos) a "adequação", "última", ao sentido e propósito ("último") da Obra
a ordem dórica, masculina, como sabe, "adequada" para templos dedicados a deuses machos (e essas cenas assim...)
desculpe a confusão das aspas e das ideias mas eu isto quando se chega ao "propósito"...
Às vezes estou a ler coisas e por ali pelo meio encontro pormenores ou derivações que não me interessam nada. Sinto que não há um bom livro que fale de arquitetura de forma académica, mas concreta, que analise edifícios, que diga de que forma há mudanças de paradigmas, de que forma as teorias se adequam às práticas. Estava a ler a parte de arquitetura clássica do livro da Köneman e não me conseguiram explicar porque é que há diferenças entre a arquitetura pré e pós tridentina. eu sei que há, sei onde estão, mas rodeiam, rodeiam e não vão às questões. como é que é possível falar de arquitetura sem analisar as obras, sem imagens, sem dizer "isto é assim, aquilo é assado"? Claro que a arquitetura clássica tem ali o problema da "degenerescência" com o maneirismo (o escorial para alguns autores é maneirista) e claro que não se pode encaixotar as coisas, classificá-las de forma tão estrita, mas tenho muitas vezes a sensação - perdoe-me a petulância - que os livros são derivações dos autores.
bem, agora que já fui pedante o suficiente, vou para dentro.
não foi nada pedante
foi até muito ponderada (virtude clássica igualmente caída em desuso)
como é possível falar de arquitectura sem analisar as obras...
o meu "mestre" Robert Venturi tem, entre muitas, uma expressão que gosto muito onde faz a "distinção" entre falar (das obras) de arquitectura e falar "à volta" (ou ao "redor") das obras...
eu também gosto, prefiro, falar das obras (mas também dou por mim enrodilhado em tudo o mais que ao redor as cerca...)
é por isso que dizer que o escorial é maneirista (uma invenção mais ou menos recente como sabe) ou não, de pouco me interessa
aquilo, o escorial, é a expressão do poder do seu "dono" (de obra)
o génio do autor da obra foi saber transmitir, em "drama inerte", a "vontade" do soberano...
isso da "degenerescência" é tudo outro grande disparate (já leu, por cento, é essêncial, o Kubler)
köneman, a vergonha é toda minha, nunca li...
qual é mesmo o título da obra...
(os livro são mesmo derivações dos seus autores... nós derivamos mais aqui nos blogues - smile)
Caro António, talvez não tenha sido completamente honesta: estou a estudar para os exames e por isso preciso de conteúdo sistematizado, bons exemplos, bem descritos, preciso de informação estruturada, académica. o que há a perceber acerca da arquitetura clássica já percebi nas aulas. O livro da Köneman (é o nome da editora, os títulos mudam: o românico, o gótico, o barroco...) é um livrinho (é grande, mas engloba arquitetura, escultura e pintura) que dá jeito porque tem um bom contexto histórico e cultural dos movimentos artísticos, mas peca por não conter a informação como eu quero (este "como eu quero"... acho que compreende). Daí o desabafo quanto aos livros de arquitetura.
Obviamente li o Kubler relativamente à arquitetura chã (ah... se eu soubesse o que sei hoje).
Quanto ao Escorial... sim, também me pareceu que era uma opinião recente de alguns historiadores. Mas mesmo isso me deixa fula porque quando nos dão as coisas assim, não nos deixam possibilidade para contestar e eu tenho ideias. bem, à vezes tenho ideias que não devia ter, mas não gosto quando os professores nos mostram apenas esta ou aquela opinião - segundo as suas agendas, if you know what i mean - sem nos darem possibilidade de contestar.
bem, última notícias: recebi um email a confirmar que na época moderna os arquitetos fizeram muitas combinações (com a proliferação de tratados a coisa também não devia ser fácil pois cada cabeça sua sentença). por isso sim, o que ajuda/define a ordem é o capitel e o friso. nos fustes o pessoal gostava de "vareiar".
percebo muito bem
lamento não ter sido de grande ajuda
na minha pesquisa para köneman fui a dar com um de bom aspecto (mas agora, destes que aqui estão não dou eu conta do recado, mas agora devo ficar ao largo...)
variar era o que eu dizia - são todos uns loucos e depois quem ficar para varrer os cacos (com a teoria) que se lixe (smile)
quanto ao Kubler referia-me, também, ao A Forma do Tempo
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