- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e depois ou hoje não me apetece escrever. também não pensei que o Munch pudesse fazer coisas melhores, mas pelos vistos, fez. é uma opinião, mas o "Grito" gives me the creeps... ainda que a maior parte das pessoas pense e diga que é uma expressão de um estado de espírito, a verdade é que a arte tem uma função que é: fazer-nos sentir coisas. ora, como a maior parte de nós já experimenta coisas más todos os dias a toda a hora, a arte é, pelo menos para mim, a minha fatia de bolo de chocolate, o meu episódio da novela, a minha dose de droga.
desculpem, eu às vezes perco-me em porcarias que existem na minha própria cabeça (dentro da cabeça, entenda-se). O Caillebotte é um tipo de quem eu gosto. fez umas coisas bonitas, cumpriu e a meu ver, cumpriu muito bem. claro que, em comparação com Munch, preferiu as árvores e uma bela varanda para emoldurar as vistas da cidade. como se a sua vida fosse a dos boulevards e por isso não desejasse pintar o povo, o que fazia o povo, para onde ia o povo, mas apenas a cidade que, apesar de se tratar de Paris, tem um cheirinho a Inglaterra no chapéu do homem em plano mais próximo. Munch preferiu tirar as árvores e mostrar o trânsito desordenado e as pessoas de um lado para o outro. curiosamente, acho que Munch usou mais cor do que aquela que provavelmente veria na realidade. mesmo assim, esta pintura de Munch tem algo de perturbador. vejam como a varanda, o pavimento da varanda se inclina, o que resulta numa perspetiva tortuosa. ora se nós estamos deste lado a ver, estamos no lado mais inclinado, naquele que vai mesmo cair, levando a um desequilíbrio. este Munch era um danado, mas o Caillebotte dá-me mais paz e eu preciso disso. e assim acontece.
Munch
Rue Lafayette
1891
Najonalgalleriet, Oslo
6 Comments:
não gosto do Munch
ainda estou para conhecer um quadro dele que me "interesse" e isso de ser artista de "movimento" é uma coisa que me irrita
(a diagonal deste quadro é a mesma do outro)
Também não gosto do Munch. Primeiro não gosto do nome dele: "Munc". Depois, é como disse, gives me the creeps. é tudo tão feio, tão depressivo, demente. para coisas feias já basta o dia-a-dia. para contornar isso é que há a imaginação e a arte. mas isto sou eu a pensar.
Sim, não tinha pensado nisso, mas a diagonal é a mesma que no "Grito" (só de me lembrar já me estou a arrepiar)
O meu Caillebotte preferido: http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/caillebotte/raboteurs/ (e que também me faz sentir coisas... — peço desculpa, não resisti)
cara inês:
veja se esta combinação também a faz sentir-se bem com caillebotte. a mim até me fez sentir melhor pois pelos vistos ela não pintou só cenas bonitinhas de burguesas a levantar o vestido para atravessar os boulevards.
http://obelogue.blogspot.com/2006/08/ars-longa-vita-brevis-hipcrates.html
não é nada de especial, foi uma brincadeira de 2006
gosto do Munch, mas não explico. e gostei da posta
agora vai ter de explicar... (ajoelhô, então vai tê dji rezá)
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