- ars longa, vita brevis -

hipócrates

antes e depois ou como este é diferente. não é a primeira vez que posto sobre a relação entre os vídeos da Madonna e o cinema ou a fotografia. No vídeo “Vogue” havia uma cena muito parecida com uma fotografia de P. Horst, no vídeo “Express Yourself” notava-se a presença de algumas umas cenas muito semelhantes a cenas do filme “Metropolis” de Fritz Lang. Como costumo dizer, ela não é uma grande cantora, mas é uma grande artista e sabe rodear-se dos melhores: melhores produtores, melhores designers e melhores realizadores. O vídeo, da autoria de David Fincher tem até entrada na Wikipédia (o que hoje em dia, é equivalente a nada) e apresenta semelhanças com o início do filme de Orson Welles, “Citizen Kane”. "Oh father" deve ser dos vídeos de Madonna mais autobiográficos (poderemos ponderar "Erotica", mas desconhecemos se Madonna fala dos seus fetiches ou das suas experiências) pois fala de uma criança que perde a mãe e da relação conflituosa com o pai. Apesar de aqui já terem falado nisso, resolvi procurar exemplos práticos e encontrei dois mais literais: no início do filme uma enfermeira entra num quarto, entrada esta filmada através de um pedaço de vidro. Esta entrada com efeito óptico, é igual à saída de Madonna da casa do amante, só que aqui foi filmada como se vista através de um copo. O outro momento de evidente relação entre o filme e o vídeo dá-se quando a mesma enfermeira se dirige para a cama onde se encontra uma pessoa morta o cobre o corpo com o lençol depois de ter ajeitado um dos braços. O pai da criança que acreditamos representar Madonna faz o mesmo com a sua esposa, enquanto Madonna brinca lá fora na neve.

Orson Welles
Citizen Kane
1941


David Fincher
Oh Father
1989