sexta-feira, janeiro 25, 2008

- ars longa, vita brevis -
hipócrates
Pinturas dentro de pinturas:
Atrás de Caillebotte, o Baile no Moulin de la Gallette. Caillebotte foi o primeiro dono do quadro de Renoir que o vendeu porque procurava que a sua pintura fosse para entreter. Renoir nunca se viu como um grande pensador do Impressionismo, mas antes como um pintor da vida moderna, nos limites estritos da expressão. Procurava apenas retratar a realidade. Um problema se levanta com este quadro: Renoir pintou duas versões, uma maior e outra mais pequena. Como era um pintor de pintura ao ar livre, era natural que tivesse transportado a tela consigo até ao local do baile para ali se “inspirar”. Assim a tela mais pequena teria sido aquela em que trabalhava à vista de todos, a tela de preparação e a maior, aquela que completava em casa. Por outro lado, se olharmos para as duas pinturas vemos que o Renoir mais pequeno é mais vivo, o que nos podia indicar ter sido esse o original. Nenhum estudo levado a cabo pelos museus na altura foi conclusivo. Nas costas de Caillebotte a pintura surge ao contrário provavelmente porque Caillebotte se pintou a olhar para o espelho. Depois de ter estado nas mãos do pintor francês a obra andou em muitas mais. Hoje estará seguro algures na Suíça. O comprador não se quis identificar.

Caillebotte
Self Portrait



Renoir
Le Moulin de la Galette
1876
Musee d'Orsay, Paris

Em 1895 Cézanne expôs cerca de 100 telas que entusiasmaram os pintores da época, principalmente Maurice Denis. Mais tarde, Denis intitulou uma das suas pinturas de “Homenagem a Cézanne” e demonstrou as diferenças que havia no meio artístico da época. Na tela de Denis o centro da composição é a tela de Cézanne, uma natureza morta, embora à volta estejam dispostos outros quadros. No entanto, a atenção de todos os intervenientes se centra na tela de Cézanne: Maurice Denis admira-a, Odilon Redon também, e Vuillard e Bonnard juntam-se aos colegas.

Maurice Denis
Homage to Cezanne
1900
Musée d'Orsay, Paris


Paul Cézanne
Still Life with Fruit Dish
1879-80
MoMA, Nova Iorque

Um Gauguin dentro de um Gauguin é o que temos neste quadro que mostra em fundo uma das telas mais conhecidas do pintor. É um quadro do período em que se encontrava no Tahiti e é basicamente a imagem de uma mulher nua, mas deitada de barriga para baixo. Gauguin faz o mesmo que por exemplo Manet ao pintar o retrato de Emile Zola. Nesse quadro podemos ver na parede do quarto onde o escritor é pintado uma imagem da Olímpia do próprio Manet. Gauguin faz o mesmo mas com uma Olímpia que mostra o rabiosque e uma Olímpia mais morena.

Gaugin
Self Portrait

1893-94
Musee d'Orsay, Paris


Gauguin
Spirit of the Dead Watching

1892
Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, NY

1 Comments:

Blogger João Barbosa said...

É muito bom este poste... e lembrei-me que uma das imagens que lhe mandei tem um quadro dentro do quadro... ele há coisas do Diabo

25/1/08 6:18 da tarde  

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