quinta-feira, janeiro 24, 2008

- não vai mais vinho para essa mesa -

Alguma coisa mudou. (Já o Caetano Veloso (por acaso pensava que tinha sido o Gilberto Gil) cantava “Alguma coisa acontece/No meu coração/Que só quando cruza a Ipiranga/E a Avenida São João…”). E é fácil ver isso tendo certas datas por medida: os aniversários, os natais, as férias (as férias são paradigmáticas), as passagens de ano. Cada aniversário com menos amigos, cada Natal com alguma leviandade nos desejos, cada Verão em destinos interessantes mais despercebidos, sem lembrar o nome daquelas ruínas, nem daquelas cidades, entretinha-se com as fotografias, fazia tudo mecanicamente, prometia que quando voltasse tudo iria mudar, arrastava os pés pelas baías, dizia olá a desconhecidos, blá blá blá, não estava lá, namoriscava para não dizer que não. E nas passagens de ano não sentia a esperança que todos propalavam de modo que era uma pessoa porque tinha de ser.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

e vivia porque o coração não se resignava a parar.

24/1/08 3:02 da manhã  
Blogger Belogue said...

mais ou menos edu. tens instinto de sobrevivência mas nem sabes bem para quê

25/1/08 12:26 da manhã  

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