sábado, abril 27, 2013

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

"antes e depois" ou  "mais uma corrida, mais uma viagem". a segunda imagem, como sabem, é de uma produção do fotógrafo Michael Sanders para a Face de 1997. A jovem modelo é que não sei quem é. Quanto à pintura, pensa-se que é o painel esquerdo de um tríptico. Apesar de ser só um retrato, há muito a dizer pois este tipo de retratos só podia ser concebido na Flandres. Já dissemos aqui que a pintura do século XV no Norte da Europa e no Sul era bastante diferente. A pintura do Sul da Europa ainda não tinha descoberto, ou não queria usar, o óleo que, como tinha um tempo de secagem mais longo, permitia retoques, gradações de cor e velaturas. Isto acontecia no Norte da Europa que pintava a óleo, e sobre madeira. No Sul preferia-se o fresco e as temáticas religiosas. No Norte, evitava-se a representação de anjos e santos, bem como de temática religiosa. Como se acreditava na Teoria da Predestinação que dizia que o sucesso ou fracasso de um homem era definido por Deus, eram também as cenas de sucesso no trabalho que eram mais representadas. Daí o grande número de cenas em oficinas, em casas de câmbio e de retratos de mercadores. Estes retratos, e isso é o que interessa para este post, eram também diferentes dos retratos italianos. Estes eram a 3/4, de meio corpo, frente a um balcão ou a um parapeito e não eram nada idealizados. Tinham todos os traços identificadores do retratado, com todos os pormenores mais e os menos lisonjeiros. Já em Itália, porque havia uma grande tradição da medalhística e da numismática da Antiguidade, os retratos eram de perfil, sem traços individualizadores e geralmente com paisagem por fundo, paisagem essa idealizada. Pronto, e com esta me vou. tenho andado um bocado jururu, não sei bem porquê. por isso é natural que a produção não esteja nada de especial.


















Hans Memling
Young Man at Prayer
c. 1475
National Gallery, Londres



















Michael Sanders
1997
Face