- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e depois ou como "eu bem sabia que deveria existir uma boa razão para não gostar no Tom Cruise. E não é por causa da Nicole Kidman - podia apanhar por tabela, mas não, tem o seu motivo - nem por causa da Cientologia. É porque o acho um actor fraquinho. Para além dos filmes de menino bonito dos anos oitenta como Top Gun e Cocktail, até aquele melting pot de pedofilia, pederastia, sangue, sexo, música clássica e vampirismo que foi o "Entrevista com o vampiro", não achei que ele estivesse bem nem no filme Vanilla Sky, nem no "Eyes Wide Shut", nem no Valquíria. Pode ter tido os seus bons momentos, mas falta-lhe versatilidade. É a minha opinião. E como dar a opinião não significa ficar sem ela, aqui está.
Não associei a cena do filme à capa do disco de Dylan de imediato, mas é evidente que é uma cópia cuspida e escarrada: mesmo cenário, mesmo guarda-roupa, mesma pose. Como diria o Armani: "Hoje copiam, amanhã aprenderão". No disco de Dylan de 1963, podemos ver o cantor aos 21 anos, com a sua namorada da altura, Suze Rotolo (artista e professora). Há quem diga que Dylan pretendia retratar-se como James Dean nesta foto. Já em relação ao filme, há qualquer coisa naquilo que me supera: aqueles volte-faces que nem o realizador compreendeu ou os Deus ex-machina para resolver um gag. No fim fica tudo embrulha na etiqueta do "alternativo" ou do "against the system". Imagino-os numa noite de copos a tentar decidir: "então agora que ele não tem rosto o que é que a gente faz?", "põe-no a apanhar uma piela", "Ah, ah, ah, ah. Essa está boa. Escreve, escreve!", "E agora?", "In vino veritas", "E pá, o que queres dizer com isso?", "Os papéis invertem-se: a Penélope tem de ir de férias, fica sem filmar, o Tom fica aqui e a gente manda vir a Cameron que é muito gira", "E qual é o significado disso para a história?", "Ora deixa cá ver... deixa cá ver... Isto quer dizer que numa noite, em períodos muito pequenos de tempo tudo muda. Temos de estar atentos e nunca fechar os olhos, ou fechá-los apenas para a acreditar naquilo que nos recusamos a acreditar por fugir do domínio da razão...", "Ainda estás nos copos ou já estás na erva?"
Não associei a cena do filme à capa do disco de Dylan de imediato, mas é evidente que é uma cópia cuspida e escarrada: mesmo cenário, mesmo guarda-roupa, mesma pose. Como diria o Armani: "Hoje copiam, amanhã aprenderão". No disco de Dylan de 1963, podemos ver o cantor aos 21 anos, com a sua namorada da altura, Suze Rotolo (artista e professora). Há quem diga que Dylan pretendia retratar-se como James Dean nesta foto. Já em relação ao filme, há qualquer coisa naquilo que me supera: aqueles volte-faces que nem o realizador compreendeu ou os Deus ex-machina para resolver um gag. No fim fica tudo embrulha na etiqueta do "alternativo" ou do "against the system". Imagino-os numa noite de copos a tentar decidir: "então agora que ele não tem rosto o que é que a gente faz?", "põe-no a apanhar uma piela", "Ah, ah, ah, ah. Essa está boa. Escreve, escreve!", "E agora?", "In vino veritas", "E pá, o que queres dizer com isso?", "Os papéis invertem-se: a Penélope tem de ir de férias, fica sem filmar, o Tom fica aqui e a gente manda vir a Cameron que é muito gira", "E qual é o significado disso para a história?", "Ora deixa cá ver... deixa cá ver... Isto quer dizer que numa noite, em períodos muito pequenos de tempo tudo muda. Temos de estar atentos e nunca fechar os olhos, ou fechá-los apenas para a acreditar naquilo que nos recusamos a acreditar por fugir do domínio da razão...", "Ainda estás nos copos ou já estás na erva?"
Cameron Crowe
Vanilla Sky
2001
5 Comments:
Finalmente, uma boa explicação para aquela coisa. Devo dizer, porém, que o filme é uma espécie de remake (falhado, bem se vê) de «Abre los Ojos», francamente mais interessante.
Caro(a) usw:
Como disse, não gosto do Tom Cruise e embora goste dos filmes do Alejandro Amenábar, não me apeteceu perder tempo a ver um actor mau. mas ainda pode ser que um dia destes, com o copo certo, ainda me dê para ver o Cruise a armar-se em bom actor.
São dois filmes. «Abre los Ojos» (Amenábar, 1997), com a P. Cruz, mas sem o Tom Cruise. E «Vanilla Sky» (Cameron Crowe, 2001), o tal remake, também com a P. Cruz e -- este, sim -- com o Tom Cruise.
wow
caro usw:
pois é! tem razão. foi naquela altura em que ele realizou o "Abre los ojos" com a penelope cruz. Depois ela namorou com o tom cruise e fez o vanilla sky e mais logo a seguir o Alejandro Amenábar realizou o The others com a Nicole Kidman. Mais do que um triângulo amoroso, foi um sólido pitagórico amoroso!
Jimi:
desculpa a ausência. não me tem apetecido. mas relativamente às imagens, quando vejo isto é que compreendo o que falámos sobre talento
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