segunda-feira, agosto 11, 2008

- o carteiro -

Middle East goes West:


Shirin Neshat
Munis & Revolutionary Man
2008


Há uns tempos ninguém falava da arte chinesa. Agora, com os Jogos Olímpicos e com a "abertura" da China ao Mundo, os artistas chineses estão muito bem cotados. Há uns tempos ninguém falava da arte africana, mas com a China a tomar conta de África e com Angola como país convidado da Bienal de Veneza, já toda a gente conhece as desventuras da arte africana. Há uns tempos ninguém prestava atenção à arte do Médio Oriente: achava-se talvez que a arte seria como o território em si – demasiado conflituosa, longínqua. Mas também isso está a mudar com casas como a Christie’s e a Bonhams a fazerem duas vezes por ano, leilões no Dubai e a Sotheby’s a dedicar, duas vezes por ano e em Londres, leilões com obras de arte de artistas do Médio Oriente. Há também feiras como a Art Dubai e a ArtParis-AbuDhabi e uma bienal (que começou em 1993) de seu nome Sharjah art Biennial. Novos museus estão na calha em Doha e no Qatar e em Abu Dhabi (onde mais!) será construído um até 2012. O aspecto do novo museu será uma mistura de Louvre, Guggenheim e terá um centro da autoria dessa grande sapateira que é Zaha Hadid.

E quem lidera, é o Irão! Uma escultura de bronze (“The Wall (O, Persepolis!)” da autoria do iraniano Parviz Tanavoli atingiu valor recorde entre obras de arte de artistas do Médio Oriente num leilão da Christie’s no Dubai em Abril deste ano. Assim como o Médio Oriente, através dos Emirados Árabes Unidos, se vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos, com a criação de novas cidades e difusão de instituições que procuram a sua oportunidade de negócio (principalmente europeias e chinesas), a arte torna-se uma forma de adquirir status e posicionamento no mercado.