sexta-feira, outubro 19, 2007

- ars longa, vita brevis -
hipócrates
Antes e depois ou, “digam o que disserem, este Van Gogh continua a ser um dos melhores pintores de sempre. Descobri-lhe um temática religiosa que nada me agrada, um lado mais impressionista que também não conhecia, um arrojo de traços que são já muito, mas muito pós-impressionistas, novas pinturas que nunca vi nos livros, cinco versões da Arlesiana uma em cada ponto do mundo. Não era novidade que os impressionistas e os pós-impressionistas tinham grandes afinidades pictóricas com o japonesismo: a limpeza de traços, a temática plácida, a curiosidade por um mundo desconhecido… E este é o segundo quadro aqui postado em que Van Gogh se inspira nas gravuras japonesas. E ainda há mais. Van Gogh pintou inclusive a moldura que o original tem, o que torna o quadro mais artificial, menos próximo de reproduzir uma realidade. Quando vemos campos ceifados, girassóis, auto-retratos, existe uma distância geográfica que não ultrapassa as nossas vivências. Além disso as imagens retratadas estão perto de nós, não há moldura que as separe. Neste quadro a moldura não só cria essa distância de possível identificação, como nos dá uma perspectiva pouco usual em Van Gogh:”

Hiroshige
Ohashi Bridge in the Rain


Van Gogh
Japonaiserie: Bridge in the Rain
1887

Van Gogh Museum, Amesterdão