- o carteiro -
ia a caminho do teatro (sim, eu sou bués de culta) quando reparei que no lado direito e no lado esquerdo da rua havia uma sucessão de casas de noivas. e a pergunta - imediata, sem qualquer tipo de filtro - que me fiz foi: "será que algum dia vou casar?". e parei a marcha, a olhar para vestidos de noiva que nunca poderia vestir porque eram… feios.
de imediato questionei se algum dia gostaria de casar. "pensa bem, gostarias mesmo de casar? Não é de estar casada. De casar. Da festa, dos convidados, dos preparativos?...". respondi-me vendo passar ante os meus olhos o primo afastado que no final da festa dança a conga com a gravata na testa; a tia que tira os sapatos debaixo da mesa e perde um deles; aqueles parentes que no "abraço da paz" saem do seu lugar, no fundo da igreja, e vêm ao altar cumprimentar os noivos… vi-me a ter de fazer um número para entreter os convidados - parece que agora é moda os noivos dançarem qualquer coisa mainstream após a valsa, com coreografia e tudo. pensei no que seriam os meus talentos para o mundo do espectáculo. "hummm… consigo roer as unhas dos pés!... dos meus pés, entenda-se." mas talvez isso não fosse o suficiente para manter o pessoal interessado. talvez tivesse de enviar para mim própria o "save the date" que agora se usa, só para não me esquecer de não me esquecer.
tive a resposta. retomei a marcha.
2 Comments:
Enfim...a Beluga saiu pela esquerda alta. E pode saber-se, já agora, a que peça assistiu nesse dia ?
Ahhh… Isso agora…
Fica para outra vez...
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