- o carteiro -
"claro, claro que te iam colocar aqui. 'um lugar vago á frente', disseram elas. claro que tinha de ser na ponta. ficas sempre na ponta. burra! porque é que não perguntaste onde era o lugar. 'olhe, desculpe, aponte aqui no mapa da sala onde é o lugar'. custava muito? não. mas tu és burra. ou cansada crónica, escolhe que assino em baixo. e daqui deste lado, o que há? ora bem… do lado direito... rapaz em cadeira de rodas a olhar para o telemóvel. do lado esquerdo… seis lugares vagos. seis lugares vagos… e atrás? tudo cheio. claro, é sempre assim. e depois desses seis lugares? três (ou quatro) lugares ocupados por senhoras daquelas que chegam a uma idade e como as cobras, mudam de pele. a sua pele antiga vai para o mesmo lugar para onde foram as bagas goji e a hashtag #freeourgirls. na sua nova pele são loiras, com penteados iguais. frequentam escolas de pintura e vestem como se fossem protótipos andantes de padrões da Missoni produzidos por uma máquina confusa. usam acessórios dourados e uma delas tem uma t-shirt com o logotipo dos AC/DC (com o raio entre "AC" e "DC"), feito com pérolas. vou repetir: com pérolas. têm calores, abanam-se. é para lá que tu caminhas rapariga… bem, pelo menos será uma poupança monumental em tampões."
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