- ars longa, vita brevis -
hipócrates
antes e depois ou como sempre que escrevo o título destes posts acho que devia mudar o aspeto do Belogue. mas em equipa que ganha (?!) não se mexe. bem, vamos ao que interessa. ainda que achem que uma imagem não tem nada a ver com a outra, reparem bem nos gestos da primeira e segunda personagens do friso egípcio e comparem com a pintura de Gauguin. o nome original do quadro é Ta Maatete que quer dizer qualquer coisa como "hoje iremos ao mercado" (gente parca em palavras). o melhor é que ele usa como modelo uma cultura muito afastada dele (ele tomou contacto com o friso no British Museum) para aplicar em outra cultura que também estava afastada dele, embora ele de facto vivesse lá, no Taiti. isto de usar outra cultura tem o que se lhe diga. é que o Taiti não tinha, segundo Gauguin, uma tradição artística e por isso o pintor usou a civilização egípcia. porquê a egípcia? porque achava-se que a polinésia tinha alguma relação com o egipto já que na na altura em que se assistiu à hegemonia deste povo, foi também quando se assistiu à hegemonia dos peles-vermelhas dos quais os taitianos eram oriundos. esta é uma das poucas pinturas relativas a este período em que Gauguin refere a realidade social da vida do Taiti. deste período vemos muitas mulheres deitadas, padres a tentar evangelizar as gentes, mas pouco sobre a sobre a vida em sociedade.
As pinturas murais do túmulo do nobre Nebamun são anteriores a Amenhotep III, que deu o grande impulso ao monoteísmo egípcio e fez florescer uma nova forma de fazer arte, muito mais humana e natural. Aqui não se nota, mas a figura feminina que em pé serve a primeira figura feminina sentada, apesar de manter o modelo representativo do corpo frontal e a cabeça de perfil, tem já um ventre muito redondo, anunciando já o humanismo, mas também a estilização do reinado de Amenhotep.
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