- o carteiro -
Parábola do Bom Eleitor
Um dia, uma cidade de Portugal inventou um desfile de Carnaval com grupos carnavalescos, piadas, grupos de passerelle e Escolas de Samba. Ao princípio e como a cidade era pequena, só existiam duas escolas de samba assim como pouco mais de 10 grupos carnavalescos e de passerelle. A sua função era simplesmente entreter as pessoas prometendo-lhes três dias de folia e a sensação de que no futuro a performance seria melhor. Entre os rigores climáticos do Natal e os rigores espirituais da Páscoa, o povo assistia com manifesta alegria à passagem das cores das escolas, da euforia dos grupos e da mascarada que aproximava quem divertia de quem era divertido. Todos eram amigos nesses três dias e mesmo quem não se conhecia passava a conhecer sem qualquer vergonha ou medo: médico e paciente bebiam do mesmo gargalo, patroa e empregada balançavam a perna ao som do chorinho. Mas com o tempo as Escolas de Samba, instigadas pelo que se passava além-mar, tornaram-se mais, e mais sofisticadas. A Comissão do Carnaval inventou o concurso para Escolas de Samba onde eram avaliadas as passistas, o mestre-sala, a porta-bandeira, o enredo, a música, os fatos e a coreografia. Os atrasos entre as alas que compunham a Escola e as falhas técnicas eram penalizadas por espectadores dissimulados entre a multidão, que numa folha avaliavam estes parâmetros. No fim, o júri contava os votos e declarava-se, na varanda do Município o vencedor e no dia seguinte empregada e patroa voltavam as costas e médico e paciente não se cumprimentavam. Havia "choro e ranger de dentes" chegando muita gente a "vias de facto". A votação beneficiava sempre as duas grandes: a Costa Dourada que se apresentava de vermelho e branco ( a primeira vez que uma escola de samba se apresentou apenas de branco as passistas pareciam umas cegonhas com a pena a mudar. A partir sempre que uma Escola de Samba se apresentava de branco, perdia) e a Bandinha que desfilava de rosa, branco e lilás.
Apesar de hoje as Escolas de Samba serem mais, o poder de reinar como vencedora durante um ano (e usufruir de um subsídio para as representações externas do nosso Carnaval), continua a claudicar, ao ritmo anual de uma cor por ano entre os vermelhos e os rosas. Para o povo que vota resta a folia com tempo limite e o vomitado da praxe à porta de cada casa, como que anunciar a passagem do compasso e o início de épocas em que todas as promessas serão esquecidas.
Um dia, uma cidade de Portugal inventou um desfile de Carnaval com grupos carnavalescos, piadas, grupos de passerelle e Escolas de Samba. Ao princípio e como a cidade era pequena, só existiam duas escolas de samba assim como pouco mais de 10 grupos carnavalescos e de passerelle. A sua função era simplesmente entreter as pessoas prometendo-lhes três dias de folia e a sensação de que no futuro a performance seria melhor. Entre os rigores climáticos do Natal e os rigores espirituais da Páscoa, o povo assistia com manifesta alegria à passagem das cores das escolas, da euforia dos grupos e da mascarada que aproximava quem divertia de quem era divertido. Todos eram amigos nesses três dias e mesmo quem não se conhecia passava a conhecer sem qualquer vergonha ou medo: médico e paciente bebiam do mesmo gargalo, patroa e empregada balançavam a perna ao som do chorinho. Mas com o tempo as Escolas de Samba, instigadas pelo que se passava além-mar, tornaram-se mais, e mais sofisticadas. A Comissão do Carnaval inventou o concurso para Escolas de Samba onde eram avaliadas as passistas, o mestre-sala, a porta-bandeira, o enredo, a música, os fatos e a coreografia. Os atrasos entre as alas que compunham a Escola e as falhas técnicas eram penalizadas por espectadores dissimulados entre a multidão, que numa folha avaliavam estes parâmetros. No fim, o júri contava os votos e declarava-se, na varanda do Município o vencedor e no dia seguinte empregada e patroa voltavam as costas e médico e paciente não se cumprimentavam. Havia "choro e ranger de dentes" chegando muita gente a "vias de facto". A votação beneficiava sempre as duas grandes: a Costa Dourada que se apresentava de vermelho e branco ( a primeira vez que uma escola de samba se apresentou apenas de branco as passistas pareciam umas cegonhas com a pena a mudar. A partir sempre que uma Escola de Samba se apresentava de branco, perdia) e a Bandinha que desfilava de rosa, branco e lilás.
Apesar de hoje as Escolas de Samba serem mais, o poder de reinar como vencedora durante um ano (e usufruir de um subsídio para as representações externas do nosso Carnaval), continua a claudicar, ao ritmo anual de uma cor por ano entre os vermelhos e os rosas. Para o povo que vota resta a folia com tempo limite e o vomitado da praxe à porta de cada casa, como que anunciar a passagem do compasso e o início de épocas em que todas as promessas serão esquecidas.
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