- back to black -
O parolismo e outras figuras de estrilho
Há parolismos nacionais que dão uma vergonha figadal; como o tunning e a extrema direita. Há depois parolismos nacionais que não bimbam carros, nem ostracizam ninguém, mas são "sinedocais", à posteriori. Causam um estrilho semelhante, isto porque o povo é pacífico, aos que vêem o vizinho construir uma garagem mais pequena que o carro. Na categoria dos primeiros está aquilo que não engana ninguém; ou seja, e para usar um estrangeirismo que também é uma figura, desta vez de estilo, “what you see is what you get”. No segundo caso e para usar outra figura de estilo, há um barbarismo, uma vez que “what you read has nothing to do with what they wrote”. Um exemplo deste segundo parolismo passou-se com a revista Arte e Leilões e com uma obra de Paulo Nozolino. A revista, na sua décima nona edição de Junho deste ano (bem sei que já passou há muito tempo, mas quem dá o que sabe a mais não é obrigado), publicou um capa uma fotografia de Paulo Nozolino. Para além de lhe ter alterado a orientação (de horizontal para vertical), associou-a ao texto do editorial – um texto que representa o intectualismo canónico de qualquer revista que deseje o arrulho enlevado dos leitores – ao (tcha-na!!!): Allgarve. O direito de resposta está aqui, neste site eu acho valer a pena ler, para perceber até que ponto quem molda a nossa opinião e fala por nós como um escolhido celestial, manipula a confiança depositada ingenuamente nas instituições. O respeitinho é uma coisa muito linda, mas não é nenhuma Ana Beatriz Barros.
8 Comments:
o "aviso" do google merecia, por si só, uma posta...
ele tem alguma razão, mas também é uma prima donna, que se permite achincalhar, provavelmente porque não lhe prestam a vassalagem que deseja. há artistas assim
como dizia um coronel ("estou certo ou estou errado") numa velhinha telenovela brasileira, eu não sei se o JB está certo ou está errado, o que eu acho é que é quase sempre muito injusto lançar este tipo de suspeição sobre as "verdadeiras intenções" de quem não a-linha e dasalinha umas linhas como as da carta do link
("achincalhado", com a "brincadeira", foi a obra e o seu autor)
Caro AM:
então e isto não merece? vou fazer um post para o aviso do google. e para o facebook que já me anda a irritar. nada contra quem tem, não é uma questão com as pessoas em si, mas contra esta inversão que a internet faz: quer dizer, adverte-me por causa do conteúdo do site que quero ver, mas depois coloca à minha disposição coisas como o facebook onde o privado é exposto!
Também me lembro do sinhôzinho malta e da viúva porcina ("miiiiiina"). Deixe lá ver se percebi: é injusto lançar suspeições sobre a revista? não são suspeições, é aquilo que lá está. A própria revista respondeu ao artista num tom paternal e de quem não faz a mínima ideia de o que é o respeito pelos outros e pelos direitos de autor. Para uma revista de arte, isto é grave. A associação com o Allgarve também foi feita pela revista, no editorial. Que o artista a estendeu, é verdade, mas também é verdade que se fosse a revista a estender-se, teria muito por onde.
Caro João Barbosa:
Não quero ser mázinha (li que não se clocava acento, mas não consigo evitar), mas o artista não se permite achincalhar nada. Basta ler o que ele escreveu. E se dúvidas houver, ver o que ele faz. Talvez aqui não tenha a atenção que merece (sou suspeita porque gosto muito do trabalho dele) e quanto à que deseja, todos nós desejamos atenção. Não estamos é dispostos a que nos vendam (eu pelo menos não).
Caro Am e caro João Barbosa:
Se calhar isto é uma minudência minha e não tem importância nenhuma.
não me fiz explicar...
achei injusto o JB (João Barbosa) lançar suspeitas sobre as intenções do artista
concordo com o que a beluga escreve
"achincalhado", repito, foi a obra e o seu autor
aniway... as minudências também tem direito à decência
epá! o homem passou-se. a alguma razão que tem perde-a nos modos e no conteúdo das suas afirmações.
.
sim, e gosto muito do trabalho dele.
Caro João Barbosa:
O homem nem se passou assim muito. Talvez tenha empregue demasiadas palavras (paroles, paroles, paroles), com uma revista que não merece, mas se não o tivesse feito, estes tipos, e este tipo de "tramóia" continuariam a fazer o que bem entendiam sem que ninguém colocasse em causa sequer o simples acto de abrir a revista.
Mas como disse, se calhar sou eu que "penso pequenino" ou sou mesquinha.
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