quinta-feira, outubro 30, 2008

- o carteiro -

notícias do mundo a arte:

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A exposição "Meat after Meat Joy" (em que Meat Joy corresponde à performance de Carolee Schneeman em 1964, com o mesmo nome e que pode ser vista aqui), é uma exposição perene e muito breve, se não mesmo, mal cheirosa e nauseabunda ao fim de alguns dias. Vê-la pode ser uma experiência estimulante para o apetite como dissuasora de qualquer intenção de levar alimento à boca. Isto porque os artistas que se reúnem sob esta denominação "Meat After Meat Joy" conceberam obras, com inúmeros suportes, mas um só material: carne. A exposição estará patente até 15 de Novembro na Daneyal Mahmood Gallery em Nova Iorque, tem como curadora in New Heide Hatry e inclui trabalhos de escultura, fotografia, pintura e vídeo. Aliás, o de Carolee Schneeman será projectado numa das paredes da galeria. A galeria diz que a exposição visa apenas estudar a relação entre o paradoxo e a concordância entre a carne e o corpo humano, bem como mostrar o efeito que a carne produz como meio entre a artista e o visitante. Explica também que esta não é uma exposição de carne, ou com carne, ou sobre carne, enquanto espectáculo, porque a carne não significa "corpo", mas no estado em que é mostrada, significa antes a própria destruição do corpo (até aqui concordo, um estômago fora do corpo humano implica que alguém ou qualquer animal terá ficado sem ele). É a isto que se "agarra" a PETA que já em Julho tinha chamado a atenção e pedido a suspensão da exposição. A galeria usou uma frase do próprio press release da PETA para se justificar dizendo que o espaço expositivo era diminuto e que dadas as vicissitudes das peças, algumas delas nem sequer seriam expostas. Algumas peças estão a ser conservadas, durante o tempo que dura a exposição, em compartimentos mais frios, mas outras como American Flag, com o calor das luzes já entraram em decomposição e têm mesmo larvas (ugh!!!).

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David Altmejd tem uma exposição na Modern Art em Londres, até ao dia 15 de Novembro e as peças não poderiam ser mais horrendas. (Deixo aqui uma imagem para não terem dúvidas). Trata-se de uma exposição de imitação da taxidermia. O homem com a cabeça de pássaro que esteve em exposição no pavilhão do Canadá na Bienal de Veneza de 2007 dá agora lugar a corpos em carne e músculos, olhos fora das órbitas, tendões à mostra, corpos que simulam sexo com outros corpos (não se percebe bem porquê, a não ser para mostrar como o sexo pode parecer feio quando as pessoas são mostradas, literalmente, por dentro) e pouco gosto. Esta exposição mete num bolso Damien Hirst e os seus animais embalsamados, assim como faz com que aquele senhor que expunha corpos humanos dissecados (de origem duvidosa), de seu nome Gunther von Hagen, um filantropo científico. A exposição é terrível: a começar pelo facto de existir uma montra com um corpo a ser exibido para o exterior (há crianças, pelo amor de Deus!), depois é toda a decoração (paredes negras, espelhos, plintos (eu já não via plintos desde o século XVIII!) e por fim é o resultado final em si que é pointless. Quem é que vai comprar esculturas de corpos dissecados a ter sexo com outros corpos dissecados, na maior parte dos casos, entre dois homens (todo o respeito pela causa, mas não vejo o objectivo). Mais, as orgias esculpidas são tão más que o artista parece um menino da escola, com medo de chamar as coisas pelos nomes ou, neste caso, agarrar as coisas certas: há muitas vaginas e muitos pénis, mas o que há mais são mãos. Há mais mãos do que pessoas e estão timidamente esculpidas.

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