sexta-feira, agosto 29, 2008

- o carteiro -

eu vi um sapo:
O sapo crucificado é um trabalho de Martin Kippenberger que mostra um sapo bastante lustroso, com ar de louco (os olhos salientes e a língua de fora) e que segura numa das mãos onde devia estar um prego, uma caneca de cerveja, e na outra um ovo. O sapo começou por ser uma peça de inauguração do novo museu de Bolzano e segundo os curadores era um auto-retrato do artista num momento de crise. Começou por receber algumas críticas dentro da comunidade. Depois chegou até ao Vaticano uma carta. As opiniões dividiam-se uma vez que na região de Bolzano 99% das pessoas são católicas. Houve uma abaixo-assinado de 10 000 assinaturas para que o sapo fosse removido, o presidente do burgo fez greve de fome, Sandro Bondi, ministro da cultura juntou-se aos protestos e o Papa disse que a peça era uma afronta a todos aqueles que viam na cruz de Cristo um símbolo de amor de qlaguém que deu a vida por nós. Por eles. O museu mantém o braço-de-ferro, diz ser um museu independente, afirma também que há quem esteja a tirar dividendos políticos com estas posições e recusa-se a retirar a peça. Kippenberger morreu em 1997.


I've got the Midas touch:
A maior estátua em ouro desde o Antigo Egipto pertence a Marc Quinn e a um conjunto de artitas britânicos com alguma visibilidade e retrata nem mais nem menos que Kate Moss (love her!). A estátua pesa mais de 50 quilos e vai ficar em exibição no British Museum, na ala dedicada à escultura do Antigo Egipto, mas também da Grécia e Roma antigas, de forma a que a nova deusa possa conviver com as outras deusas. Em exibição no British de 4 de Outubro de 2008 a 25 de janeiro de 2009.


I'm gonna miss you, I can't lie:
A National Gallery of Scotland e a National Gallery de Londres estão a reunir esforços e a fazer "uma vaquinha" para ver se conseguem o dinheiro pedido pelo duque de Sutherland para a aquisição de dois quadros de Ticiano por um terço do seu preço real. Não são falsos! Pertencem à colecção do duque mas estão em exibição na National Gallery of Scotland há mais de 60 anos e são sem sombra de dúvida pertencentes à maior e melhor colecção privada de pintura dos grandes mestres, emprestada a um museu. Se as galerias os adquirirem será a grande oportunidade de os mostrarem ao grande público em vez de apenas albergarem as peças. As galerias asseguravam isso e também a continuidade do empréstico da colecção Bridgewater. A soma, embora seja muito abaixo do valor que quadros possam ter em mercado aberto, continua a ser alta num momento de crise como este que toda a Europa vive. Há mesmo quem se questione sobre a necessidade de manter os grandes mestres. Mas o que é bom, é sempre bom.

2 Comments:

Blogger João Barbosa said...

é... o sapo é tanto Cristo quanto os autos da fé eram pura caridade cristã. Não há paciência para fanáticos

29/8/08 3:32 da tarde  
Blogger Belogue said...

Caro João Barbosa:
eu juro (cruzo o indicador direito por cima do esquerdo e beijo-os e cruzo o esquerdo por cima do direito e beijo-os), que nunca, jamais publiquei os posts depois de ter lido o "Público". Percebi que estas três notícias estão no Público de ontem, mas quando escrevi o post o Público ainda estava a ser produzido.

A Igreja devia ter coisas mais importantes com que se preocupar. Se arrumasse a casa...

30/8/08 5:10 da manhã  

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