sexta-feira, fevereiro 08, 2008

- o carteiro -

[1]

O fotógrafo Charles Gatewood, que ficou conhecido pelas suas fotografias de fetichismo moderno e práticas sexuais menos conhecidas, está agora em exposição em São Francisco na Robert Tat Gallery. A mostra refere-se a trabalhos realizados nos anos 70 que retratam cenas de Wall Street, também elas bizarras. Gatewood descreve essa parte do seu trabalho como “formal e proibitiva, capaz de provocar a metáfora visual para uma perversão ainda mais secreta: a alta finança”.

[2]
O Frigid Festival em Nova Iorque mostra este mês de Fevereiro como a Big Apple é ainda mais divertida, como se tal pudesse ser. São 164 espectáculos de teatro levados ao palco por 30 companhias diferentes durante 12 dias e prevê-se que a coisa seja animada devido aos títulos já conhecidos de algumas peças: “Clinical Depression”, “Thanks for the Scabies, Jerkface!” ou ainda “Fool for a Client”.
[3]
O projecto White House Redux propõe a apresentação de propostas para o desenho da nova Casa Branca, uma Casa Branca para o novo/nova presidente. Se uma residência oficial fosse desenhada hoje para o/a Presidente dos Estados Unidos, como seria essa Casa Branca? Chamar-se-ia Casa Branca? Aberto a arquitectos, interessados e, parece-me, a galhofeiros, o projecto que tem o apoio da Storefront for Art and Architecture e do Control Group desafia todos a desenhar a nova residência oficial, símbolo de poder político. Para concorrer basta enviar os projectos, vídeos, fotografias ou textos para o referido site até Julho de 2008 e esperar. Há prémios para os três primeiros lugares.
[4]

Uma coisa que me faz confusão é a promiscuidade entre Igreja e Estado nos Estados Unidos da América. A Fé dos políticos é uma razão tão válida quanto a sua vida privada para a escolha de um candidato. 78% da população americana diz acreditar em Deus e por isso é necessário que cada candidato faça parte desses 78% ou a população pensa-se ameaçada na continuidade e respeito pelos seus direitos. Romney "era" mórmon, uma seita religiosa bem recebida pelos americanos, excepto no que diz respeito à poligamia. Huckabee é um representante forte dos estados evangélicos do Iowa e da Carolina do Sul. McCain é considerado demasiado liberal por não assumir a sua fé publicamente nem levá-la para as suas acções de campanha. No fim note-se que a religião patrocina em muito as campanhas dos candidatos que alinham como republicanos. Mas esta imagem, ainda que se perceba o texto, é uma antítese do país puritano. Falsamente puritano. O país que em cada Extreme Makeover aumenta o peito das candidatas de A para um insustentável C, mostra aqui uma pura e branca menina loira com o peito projectado (note-se que a menina está de lado e não de frente) a apelar ao conhecimento (superficial no que concerne à carne) entre cristãos. O anúncio apela também ao conhecimento entre cristãos (que são mais respeitadores) e faz notar que é uma comunidade segura. Provavelmente usam protecção. Blasfémia!