quinta-feira, novembro 15, 2007

- não vai mais vinho para essa mesa -

- o que é que me aconselhas?
- olha, este é bom. Gosto deste. Romances históricos não é uma boa opção… biografias...
- queria ficção.
- detesto esta, e esta… é um clássico, este é sempre bom. Olha! Tens de ler este. Este tipo é o Dan Brown antes de ter existido Dan Brown. Escreveu “O Nome da Rosa”. É… O melhor livro que já li. E ele é muito conhecido. Não conheces?
- não.
- nem um filme? Há um filme com o Sean Connery e o … qualquer coisa. Mas o livro é muito melhor.
- sobre o que é.
- tens de ler, palavra que tens de ler. Isto devia ser obrigatório desde a escola primária! É sobre, como é que vou explicar? Quando Aristóteles escreveu a “Poética”, terminou o livro a dizer qualquer coisa como “e em seguida trataremos da Comédia”. Ora a “Comédia” nunca apareceu o que levou muita gente a pensar que nunca tinha sido escrito e outros, a pensar que podia ter sido escrito, mas que estava escondido. O autor coloca então essa questão: e se o livro estivesse escondido num mosteiro, no século XIV na altura da divisão do Papado entre Avinhão e Roma? Mas o pertinente na história é a antítese entre a “Comédia” e o mosteiro. Visto que aqueles homens tinham que viver à imagem de Cristo, e não há na Bíblia qualquer referência ao riso de Cristo – Cristo nunca deve ter rido – como é que aqueles homens podiam evitar cair na tentação de rir, uma vez que o livro provocava o riso. O livro estava lá escondido na biblioteca, mas tinha… isto não te vou contar. Só ficas a saber que quem lia o livro, morria. E está muito bem escrito, sem gatos, sem atropelos à história como o Código da Vinci. Ainda o Dan Brown estava (cala-te boca!) e já o Umberto Eco tinha-se fartado de estudar estas questões.
- hã?


- já leste o “Código da Vinci”.
- Rita, não me ofendas! Preferia que dissesses que eu gostava de Fátima Lopes.

3 Comments:

Blogger João Barbosa said...

A-do-rei! A-do-rei! A-do-rei!
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O mais fantástico não é o Dan Brown existir, é levarem-no a sério... e mais às patetices do Graal. É que o Graal foi uma invenção literária de Chrétien de Troyes (século XII). Ou seja, em mil cento e tal anos nunca ninguém ouviu ou escreveu uma linha sobre o Santo Graal...
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Depois baseia-se numa irmandade inventada por dois indivíduos que confessaram publicamente terem inventado para intrujar um terceiro.
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Lindo!

15/11/07 7:08 da tarde  
Blogger AM said...

Se a Rita ouvisse
o que ela disse
mandava-me passear

A Elsa disse, Coisas que Fascinam, Mler ife Dada

15/11/07 9:03 da tarde  
Blogger Belogue said...

Caro João barbosa:
Não li o livro nem vi o filme, mas li muito sobre aquilo, na altura em que toda a gente "tinha" de ler os códigos todos que apareceram. gostei de saber que a Maria Madalena era, segundo a teoria do autor, esposa ou amante de Cristo. E ninguém pensa nisto: se assim fosse e segundo o direito canónico, ela não poderia ter sido testemunha nem da sua morte nem da sua ressurreição porque familiares não podem ser testemunhas no caso de familiares. tão simples como isto, e a carneirada lá foi toda ler e ver (mais ver) aquilo e de repente as livrarias estavam inundadas de livros com capas que reproduziam pinturas do Renascimennto e tinham títulos com letras duradas em itálico a dizer mais ou menos estas palermices "Madalena e seus filhos", o "Código de Maria", "Os apóstolos e o Graal."

Caro AM:
I feel overwhelmed!

16/11/07 9:35 da manhã  

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