- ars longa, vita brevis -

hipócrates

antes e depois ou “Oops I did it again” ou “Vik Muniz tira fotocópias” ou “Este ViK Muniz é especial. É que este é um depois depois do depois; ou seja, se Richard Serra já era o depois (geralmente esta rubrica faz comparações, quando as há, entre obras de arte anteriores ao Modernismo e obras de arte pós-modernas ou modernas), Vik Muniz faz um “depois” de um artista que por si só já era sinónimo de vanguarda. Serra é emblemático, representativo de uma época e de um estilo, tendo evoluído no sentido da monumentalização da sua obra tornando-a quase arquitectónica. Ora isto é ser “incontornável” no verdadeiro sentido da palavra! Muniz não é comparável uma vez que sem, dedica à pintura e não à escultura, não vem da escola dos minimalistas e é quase um independente. Faz parte de uma nova forma de ver a arte que a monumentaliza de outra forma: mentaliza no sentido de torná-la mediática, coloca-a na casa Big Brother para que alcance o estatuto mesmo não querendo dizer nada, mesmo não tendo nada a acrescentar ao mundo da arte. Entre este grupo de artistas há aqueles que combinam o tema com o material. Assim, para criar a obra Sugar Children, Muniz fotografou crianças que trabalhavam numa plantação de açúcar. Assim, para fazer um “depois” do Prop de Richard Serra, Muniz usou o material oposto, desenhando com materiais frágeis uma estrutura muito resistente:"

Richard Serra
Prop
1968
MoMA


Vik Muniz,
After Richard Serra 'Prop' 1968
2000
Tate Gallery, Londres