- o carteiro -
Três casos de Anti-Semitismo, ou let's not forget, let's not repeat
Alfred Dreyfus
Alfred Dreyfus foi capitão do exército francês, de religião judaica, injustamente acusado e condenado por traição e em seguida amnistiado e reabilitado. Esta condenação foi o centro de um grande conflito social e político da Terceira República Francesa que ficou conhecido como o “caso Dreyfus”. Dreyfus foi preso a 15 de Outubro de 1894 e em 5 de Janeiro do ano seguinte foram-lhe retirados os galões de oficial numa cerimónia humilhante e foi condenado a prisão perpétua na Ilha do Diabo. Em 19 de Setembro de 1899 foi amnistiado e deixou a prisão. Foi viver com uma das suas irmãs em Carpentras e mais tarde em Cologny. Foi oficialmente reabilitado em 1906 e em Outubro do mesmo ano foi-lhe dado o comando da unidade de artilharia de Saint Dennis. Zola defendeu-o no livro “J’accuse” e Proust dedicou-lhe grande parte dos serões em casa da Senhora Verdurin no seu “Em busca do Tempo Perdido”.
Beilis Mendel
Beilis trabalhava, até à sua prisão, numa olaria em Kiev como superintendente. Era judeu, mas vivera grande parte da vida longe da comunidade judaica pois passou a juventude no exército russo e nos 15 anos em que trabalhou na olaria era o único judeu da vizinhança. Em 20 de Março de 1911 o corpo de uma criança russa de 12 anos foi encontrado mutilado numa caverna perto de Kiev. Enquanto a investigação policial indicava que o assassinato fora cometido por membros de um ganag de ladrões, as forças reacionárias lideradas pelas Centúrias Negras insistiam na acusação de assassinato ritual perpetrado por judeus. Pressionaram então o ministro da justiça para este declarar que o assassinato havia sido cometido por “razões religiosas”. Acusou-se assim Beilis, embora as provas fossem baseadas em dois depoimentos falsos, orquestrados pelo governo que conseguia desta forma satisfazer o desejo de vingança do czar em relação aos judeus. Foi absolvido.
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