segunda-feira, dezembro 19, 2005

TÃO LÍRICOS QUE NÓS ESTAMOS

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado

nem na polpa dos meus
dedos
se ter formado o afago

sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras

sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado


minha raiva de
ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.

(Poema sobre a recusa, Maria Teresa Horta)