sexta-feira, dezembro 16, 2005

COISAS QUE EU NÃO COMPREENDO

Eu até compreendo, mas... não compreendo.

A entrevista de Joe Berardo à Actual do Expresso é, para uma Beluga leiga como eu, um susto. Não conheço o percurso de Joe Berardo, nem o alcance que a qualidade da sua colecção (Colecção Joe Berardo? Não soa bem) poderá ter, mas há meia dúzia de frases na sua entrevista que me arrepiaram pelo tom arrogante. No fim fiquei com a ideia de um Joe Berado siciliano a ameaçar os protegidos em troca do "seu".

Resposta susto 1: "Não sou pessoa para fazer ultimatos, mas tenho decisões para tomar até ao fim do ano."
Resposta susto 2: "Quero saber com o que conto para poder resolver todas estas questões".
Resposta susto 3: "Mas quero que o Estado garanta um apoio directo e anual ao museu, para que possamos trabalhar com dinamismo e possibilitar a circulação de exposições."
Resposta susto 4: "Um orçamento que não dependa dos gostos pessoais de quem está no Governo".
Resposta susto 5: "Vou ter que ter um Conselho de Administração , temos que ter especialistas, direcção artística, programadores... Tudo isso dependerá de um orçamento aprovado pelo Parlamento."
Resposta susto 6: "Além disso, quero oferecer isto a Portugal, gostava de ver o país muito mais feliz e desenvolvido a nível cultural."
Resposta susto 7: "É. [A grande finalidade da instalação da colecção em Lisboa] E abrir os olhos aos governantes.
Resposta susto 8: "Claro que preocupa [investimentos em obras públicas de grande envergadura como a OTA e o TGV]. O país tem de acordar. Eu estou a contribuir para fazer um Portugal mais culto. Se não querem a minha contribuição, paciência."

Recado: Sr. Berardo, a "porta da rua é serventia da casa"; o Sr. não é o arauto da cultura em Portugal; há museus do Estado que só fazem uma exposição temporária por ano devido à falta de dinheiro. Quer contribuir?

1 Comments:

Blogger formiga bargante said...

Beluga

Se lêr com um pouco mais de atenção, verificará que o susto dos sustos até nem é referido por si.

Leia o artigo e verificará que está lá, escrito preto no branco, o susto dos sustos !

Quanto à porta de serventia, e num país normal, nem chegava a entrar dentro de casa, logo, não se colocava o dilema da porta de saída.

16/12/05 4:15 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home