domingo, dezembro 18, 2005

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Na volta de uma das suas viagens ao Brasil, mamãe contou que num dos obrigatórios passeios pelo calçadão tendo do lado direito a praia de Copacabana, se deparou com um estranho grupo de pessoas. Estavam deitadas na areia de barriga para cima, com as pernas e os braços a fazer 90º com o tronco e diziam: "Eu estou bem, cada vez melhor, eu estou bem, cada vez melhor, eu estou bem, cada vez me...", até a ladainha deixar de ser ouvida pelos outros sons do Brasil e pelo afastar do passo.





Na altura eu e mamãe sorrimos, mas essa frase peregrina nunca mais me saiu da memória. Não que a partique, mas gostei: "eu estou bem, cada vez melhor". Não estou bem e melhor, talvez só daqui a muito tempo, mas não me vou desfazer em conjuntivites ao ritmo de duas por mês. Não pratico o "eu estou bem, cada vez melhor", mas quando sinto a tristesse, lembro-me sempre de duas frases feitas:

1- Ninguém morre disto.
2- A vida regenera-se.

Também me lembro do "certamente eu vou ser mais feliz" do Caetano, e como se prevê pela minha linha da vida, que a existência seja longa, é melhor ir começando a fazer por isso, agora. Não pensar. Um dia a vida vai encarregar-se de explicar isto melhor.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nao é "ninguem morre disto", mas sim "ninguem morre DISSO". A propria nunca poderia dizer "nao se morre disto" - a nao ser depois.

depois, i.e. no futuro, depois de AQUILO, fica tb habilitada a poder dizer (a outras): "olha que ninguém morre disso".

pensa prá frente beluga, vive no futuro, em vez de viveres no passado. tipo: "um dia ainda nos havemos de rir os dois desta coisa toda, sentados numa esplanada a comer marisco, em frente a 2 belas cervejas". (foi o q me disseram uma vez a mim).

faz um exercício de imaginação, pensa-te no futuro: como será quando, daki por muitos anos...?

tudo morre, tudo acaba. tudo fenece e apodrece... até o amor. acredita q um dia vais ter saudades do dia em "morrias".

por falar nisso: beluga é o nome de uma baleia nao é? tratar-se-á de um lapso freudiano (outro)? ou a escolha do nome foi consciente?

19/12/05 1:21 da tarde  

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