O CARTEIRO
Filmes ou "Eu hoje não escrevo nada de jeito"
O filme “A noiva cadáver” de Tim Burton é absolutamente delicioso, principalmente nos pormenores. Há pormenores e associações no filme que são sublimes. Entre muitos, refiro três.
A primeira situação é quando Victoria, preocupada com o desaparecimento de Victor, cose no seu quarto uma colcha que depois usa para se libertar do mesmo quarto/masmorra, naquilo que me pareceu uma alusão ao tapete de Penélope.
A segunda, quase imperceptível dá-se quando o ancião, feiticeiro do mundo dos mortos abre o livro dos feitiços. Aí podemos ver e associar a personagem com Leonardo da Vinci, uma vez que uma das ilustrações do livro é “O Homem Vitruviano” de Leonardo, mas na versão esqueleto.
A última imagem do filme é a noiva cadáver, Emily a desfazer-se, pulverizar-se em borboletas, tal qual a Carolyn Murphy no anúncio da Estée Lauder ou a Madonna no vídeo-clip da música do anúncio.
Tal como Philip Roth (de quem duas páginas escritas valem mais que um livro de muitos escritores mais conhecidos) dizia (li isto na Actual embora seja uma citação retirada do Mil Folhas): “A quantidade de pormenores é o que dá a impressão de realidade na literatura. E o pormenor é um argumento contra a generalização. O romance em si é uma rebeldia contra as generalizações. Por isso não há nada mais ridículo do que teorizar sobre o romance. O romance é antiteoria, trata sempre de pormenores.”
Há quem diga, com carácter pejorativo, que o romance é o género literário da burguesia. Para mim que não sou deusa nem heroína, não me posso ver representada pela epopeia. Como não sou rainha não posso ser representada pela tragédia. Como não sou uma sacana, não posso ser representada pela sátira. Fico com o romance (dos outros) e fico muito bem, obrigado por perguntar.
Filmes ou "Eu hoje não escrevo nada de jeito"
O filme “A noiva cadáver” de Tim Burton é absolutamente delicioso, principalmente nos pormenores. Há pormenores e associações no filme que são sublimes. Entre muitos, refiro três.
A primeira situação é quando Victoria, preocupada com o desaparecimento de Victor, cose no seu quarto uma colcha que depois usa para se libertar do mesmo quarto/masmorra, naquilo que me pareceu uma alusão ao tapete de Penélope.
A segunda, quase imperceptível dá-se quando o ancião, feiticeiro do mundo dos mortos abre o livro dos feitiços. Aí podemos ver e associar a personagem com Leonardo da Vinci, uma vez que uma das ilustrações do livro é “O Homem Vitruviano” de Leonardo, mas na versão esqueleto.
A última imagem do filme é a noiva cadáver, Emily a desfazer-se, pulverizar-se em borboletas, tal qual a Carolyn Murphy no anúncio da Estée Lauder ou a Madonna no vídeo-clip da música do anúncio.
Tal como Philip Roth (de quem duas páginas escritas valem mais que um livro de muitos escritores mais conhecidos) dizia (li isto na Actual embora seja uma citação retirada do Mil Folhas): “A quantidade de pormenores é o que dá a impressão de realidade na literatura. E o pormenor é um argumento contra a generalização. O romance em si é uma rebeldia contra as generalizações. Por isso não há nada mais ridículo do que teorizar sobre o romance. O romance é antiteoria, trata sempre de pormenores.”
Há quem diga, com carácter pejorativo, que o romance é o género literário da burguesia. Para mim que não sou deusa nem heroína, não me posso ver representada pela epopeia. Como não sou rainha não posso ser representada pela tragédia. Como não sou uma sacana, não posso ser representada pela sátira. Fico com o romance (dos outros) e fico muito bem, obrigado por perguntar.
1 Comments:
Então Beluga ?
São 15.50 e nada ?
Não pode ser !
Vamos mas é ao trabalhinho, caramba !
Fazem-me falta os seus textos.
A mim e a mais pessoal da net !
Já recebi, na formiga, não sei quantas reclamações pelo seu silêncio!
Não me deixe ficar mal (a brincar)
Enviar um comentário
<< Home