TÃO LÍRICOS QUE NÓS ESTAMOS
Annibale Carracci
Atlas
Museu do Louvre, Paris
O meu olhar descia como um íman
ao centro mais ardente do teu corpo.
("Eros" de Alberto de Lacerda in "Eros de Passagem - Poesia Erótica Contemporânea")
Quando o modelo de nu se despiu pela primeira vez nas aulas de desenho, senti isto; o meu olhar a descer e a ruborização do rosto a aumentar. O embaraço era tal que nas primeiras horas (eram 4h de cada vez) desejei só desenhar a carvão, para não ter de olhar para "o centro mais ardente" com olhos de ver. Desenhar-lhe apenas uma mancha negra com uma quantidade exagerada de pelos púbicos que nunca existiram.
Oscilava entre o calão e os termos técnicos para discutir com o professor se a mão estava mais perto do... ou da... e se o.... era maior ou igual a duas mãos. Como as virilhas tinham "costas largas", tudo se resumia à virilha: "tens de desenhar a virilha maior", "a mão está pousada na virilha", "vê a desproporção entre o pé e a... virilha".
Foi assim na primeira aula, com o meu olhar a repousar no centro ardente. A segunda aula foi numa manhã de sexta feira, Inverno posto, frio e impiedoso que o nu não aqueceu. Os lápis estavam alinhados e afiados: os "F" para as linhas estruturais, os "HB" para algumas consolidações e os "B" (principalmente o 8B) para as sombras, e traços sem remendo. Ninguém corou.
No fim, quando já lhe conhecia o corpo (sem nunca conhecer de facto a "virilha"), veio uma mulher sem a sua "virilha", sem segredos que caramba!
Na minha vida só vi dois homens nus, ao vivo claro. Esta foi a primeira vez. (Mais tarde também soube o que era ser o "centro ardente" quando dava o rosto para a mesma causa.)
A diferença entre o prazer e o trabalho, é que no trabalho coramos e depois decoramos e no prazer, só coramos. O outro nunca nos é suficiente.
Annibale Carracci
Atlas
Museu do Louvre, Paris
O meu olhar descia como um íman
ao centro mais ardente do teu corpo.
("Eros" de Alberto de Lacerda in "Eros de Passagem - Poesia Erótica Contemporânea")
Quando o modelo de nu se despiu pela primeira vez nas aulas de desenho, senti isto; o meu olhar a descer e a ruborização do rosto a aumentar. O embaraço era tal que nas primeiras horas (eram 4h de cada vez) desejei só desenhar a carvão, para não ter de olhar para "o centro mais ardente" com olhos de ver. Desenhar-lhe apenas uma mancha negra com uma quantidade exagerada de pelos púbicos que nunca existiram.
Oscilava entre o calão e os termos técnicos para discutir com o professor se a mão estava mais perto do... ou da... e se o.... era maior ou igual a duas mãos. Como as virilhas tinham "costas largas", tudo se resumia à virilha: "tens de desenhar a virilha maior", "a mão está pousada na virilha", "vê a desproporção entre o pé e a... virilha".
Foi assim na primeira aula, com o meu olhar a repousar no centro ardente. A segunda aula foi numa manhã de sexta feira, Inverno posto, frio e impiedoso que o nu não aqueceu. Os lápis estavam alinhados e afiados: os "F" para as linhas estruturais, os "HB" para algumas consolidações e os "B" (principalmente o 8B) para as sombras, e traços sem remendo. Ninguém corou.
No fim, quando já lhe conhecia o corpo (sem nunca conhecer de facto a "virilha"), veio uma mulher sem a sua "virilha", sem segredos que caramba!
Na minha vida só vi dois homens nus, ao vivo claro. Esta foi a primeira vez. (Mais tarde também soube o que era ser o "centro ardente" quando dava o rosto para a mesma causa.)
A diferença entre o prazer e o trabalho, é que no trabalho coramos e depois decoramos e no prazer, só coramos. O outro nunca nos é suficiente.
2 Comments:
has the lady seen this shit
http://www.luxonline.org.uk/
?
No trabalho adormecemos... no Prazer acordamos.
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