O CARTEIRO
O carteiro deixou aqui ficar este poema de Jorge de Sena. E está lá fora à chuva à espera de resposta.
Conheço o Sal
Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.
Conheço o sal do leite que
bebemos
quando das bocas se estreitavam
lábios
e o coração no sexo palpitava.
Conheço o sal dos teus cabelos
negros
ou louros ou cinzentos que se
enrolam
neste dormir de brilhos azulados.
Conheço o sal que resta em minha
mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.
Conheço o sal da tua boca, o sal
da tua língua, o sal de teus
mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.
A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em
mim,
um cristalino pó de amantes
enlaçados.
Jorge de Sena
O carteiro deixou aqui ficar este poema de Jorge de Sena. E está lá fora à chuva à espera de resposta.
Conheço o Sal
Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.
Conheço o sal do leite que
bebemos
quando das bocas se estreitavam
lábios
e o coração no sexo palpitava.
Conheço o sal dos teus cabelos
negros
ou louros ou cinzentos que se
enrolam
neste dormir de brilhos azulados.
Conheço o sal que resta em minha
mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.
Conheço o sal da tua boca, o sal
da tua língua, o sal de teus
mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.
A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em
mim,
um cristalino pó de amantes
enlaçados.
Jorge de Sena
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home