CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
A circunferência do quadrado
Ninguém tem opinião sobre tudo. Portanto, escrever sobre este assunto na blogosfera é entrar como um elefante numa loja de cristais: somos grandes, desajeitados e não temos luvas. A "Quadratura do círculo" passa num dia diferente da "Sociedade das Nações" (ambos na SIC Notícias), porque se passasse no mesmo dia, não haveria ecrã panorâmico que aguentasse a overdose de conhecimento que existe em Pacheco Pereira e Nuno Rogeiro.
Mas ontem, Pacheco Pereira brilhou mais e o fosso entre o seu conhecimento e a total ausência de de ideias de Jorge Coelho acentuou-se, talvez pela ausência de Lobo Xavier, ou porque algum dia teria de ser.
Não é por Pacheco Pereira ter o Abrupto, ou pela sua ascendência estar tão enraízada na nossa história, mas aqui, gostamos do Pacheco (Assim, como este escreveu: "Gosto do Eco", Umberto Eco, claro). E é ver o olhar embevecido de Jorge Coelho (sereno, mas não seguro), enquanto o seu interlocutor oscila entre o debitar matéria e o puro exercício de relacionar conhecimentos na hora. Coelho intervém com um "olhe que não" que pagaria muitos direitos de autor, se neste país essa prática fosse corrente. Quando lhe passam a palavra; isto é, quando Pacheco Pereira remata o raciocínio ou o moderador se lembra que tem de fazer o seu papel e chama por Jorge Coelho, este balbucia uma data qualquer e uma data de clichés: sitema, implementação, lana caprina (ontem), pandemia, Estado de direito (lindo!)
No programa, cuja denominação deveria ser "A circunferência e os quadrados", Pacheco Pereira é a circunferência e os restantes presentes, os quadrados. Chamam-lhe a forma estéril porque se fecha em si mesma, mas é a forma perfeita, referida vezes sem conta na Bíblia, usada para congregar fiéis e apreciadores da bola. É o princípio e o fim; é o optimismo hegeliano: virá algo a seguir. O quadrado é uma forma atípica: sufocante, inexpressiva. Com um centro, é certo, mas sem a magia das coincidências matemáticas da circunferência. O quadrado raramente congrega fiéis e não vai à bola com amantes da bola. Escolhemos o quadrado para as nossas casas, depois dividimos esses quadrados em quadrados mais pequenos e apontamos com o indicador no papel: "aqui vai ser a sala, aqui o quarto". Fechamo-nos lá dentro.
Assim é JPP e Jorge Coelho. Miram-se. JPP pensa:
"Este gajo não faz a mínima ideia do que estou a falar" Sorri.
Coelho pensa
"Não faço a mínima ideia do que este gajo está a pensar". Sorri.
Às vezes, nós também não. Mas não temos de ter opinião sobre tudo, pois não?
A circunferência do quadrado
Ninguém tem opinião sobre tudo. Portanto, escrever sobre este assunto na blogosfera é entrar como um elefante numa loja de cristais: somos grandes, desajeitados e não temos luvas. A "Quadratura do círculo" passa num dia diferente da "Sociedade das Nações" (ambos na SIC Notícias), porque se passasse no mesmo dia, não haveria ecrã panorâmico que aguentasse a overdose de conhecimento que existe em Pacheco Pereira e Nuno Rogeiro.
Mas ontem, Pacheco Pereira brilhou mais e o fosso entre o seu conhecimento e a total ausência de de ideias de Jorge Coelho acentuou-se, talvez pela ausência de Lobo Xavier, ou porque algum dia teria de ser.
Não é por Pacheco Pereira ter o Abrupto, ou pela sua ascendência estar tão enraízada na nossa história, mas aqui, gostamos do Pacheco (Assim, como este escreveu: "Gosto do Eco", Umberto Eco, claro). E é ver o olhar embevecido de Jorge Coelho (sereno, mas não seguro), enquanto o seu interlocutor oscila entre o debitar matéria e o puro exercício de relacionar conhecimentos na hora. Coelho intervém com um "olhe que não" que pagaria muitos direitos de autor, se neste país essa prática fosse corrente. Quando lhe passam a palavra; isto é, quando Pacheco Pereira remata o raciocínio ou o moderador se lembra que tem de fazer o seu papel e chama por Jorge Coelho, este balbucia uma data qualquer e uma data de clichés: sitema, implementação, lana caprina (ontem), pandemia, Estado de direito (lindo!)
No programa, cuja denominação deveria ser "A circunferência e os quadrados", Pacheco Pereira é a circunferência e os restantes presentes, os quadrados. Chamam-lhe a forma estéril porque se fecha em si mesma, mas é a forma perfeita, referida vezes sem conta na Bíblia, usada para congregar fiéis e apreciadores da bola. É o princípio e o fim; é o optimismo hegeliano: virá algo a seguir. O quadrado é uma forma atípica: sufocante, inexpressiva. Com um centro, é certo, mas sem a magia das coincidências matemáticas da circunferência. O quadrado raramente congrega fiéis e não vai à bola com amantes da bola. Escolhemos o quadrado para as nossas casas, depois dividimos esses quadrados em quadrados mais pequenos e apontamos com o indicador no papel: "aqui vai ser a sala, aqui o quarto". Fechamo-nos lá dentro.
Assim é JPP e Jorge Coelho. Miram-se. JPP pensa:
"Este gajo não faz a mínima ideia do que estou a falar" Sorri.
Coelho pensa
"Não faço a mínima ideia do que este gajo está a pensar". Sorri.
Às vezes, nós também não. Mas não temos de ter opinião sobre tudo, pois não?
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