TÃO LÍRICOS QUE NÓS ESTAMOS
"Chamada para a morte" (literalmente)
- Estou sim?
- Sim, boa noite. É a D. Manuela do 4º C?
- Não senhor, é o marido. Que deseja?
- Aqui é a Morte. Queria falar com ela. Se pudesse chamá-la...
- Um momentinho...
...
- É para ti.
- Para mim?
- Sim. Atende lá.
- Sim?
"Chamada para a morte" (literalmente)
- Estou sim?
- Sim, boa noite. É a D. Manuela do 4º C?
- Não senhor, é o marido. Que deseja?
- Aqui é a Morte. Queria falar com ela. Se pudesse chamá-la...
- Um momentinho...
...
- É para ti.
- Para mim?
- Sim. Atende lá.
- Sim?
- Sim. Estou a falar com a D. Manuela do 4º C?
- É ela. Quem fala por favor?
- É a Morte. D. Manuela, é o seguinte: deixaram-me um recado no desktop do computador para eu chamá-la hoje sem falta.
- Mas a esta hora?
- Sim. Sabe que neste emprego a gente não tem hora.
- Pois, mas eu ainda estou a fazer o jantar. São jaquinzinhos fritos com arroz de tomate e não posso deixar isto a meio. O arroz de tomate seco não tem piada; toda a gente aqui em casa gosta dele malandrinho.
- D. Manuela, nós não fechamos, tem é que vir hoje porque é o que está escrito no papel.
- E quando eu chegar aí o que é que digo?
- Diga que a Morte a chamou.
- Olhe, deixe-me só desligar o fogão e tirar o avental.
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