- o carteiro -
"Ele chamava-se Luís Romão, era mestre-escola, bonito rapaz, tinha um jeito gaiato de morder o beiço e anediar o bigode, inteiramente cativante. Elegante na mentira, já prevenido da irremediável pobreza de Estina, ainda a namorou algum tempo, sinceramente, comovidamente, sem desbotar a graça dos seus sorrisos, sem deixar de se despedir dela com um olhar morno e profundo que lhe lançava, ainda, a desaparecer na sombra da figueira, que era todo o adorno do pequeno largo e encruzilhada do lugar. Um Domingo, deixou de aparecer. Estina simulou que não o esperava, esteve a tarde inteira a destrançar os cabelos, enrolando lentamente novelinhos com os fios caídos, mantendo uma expressão um tanto luminosa e feliz. Mas ela sabia que Luís Romão não voltava mais." (Pág. 40)
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