- ars longa - vita brevis -
hipócrates
"antes e depois ou como tanto faz isto ir com muito molho como com pouco pois já percebi que o pessoal vai directo à chicha (imagens) e nem presta atenção ao molho (texto) que, segundo dizem, é onde está o segredo. ou estará na massa? bem, não sei. tive um tempo para as minhas coisas e andei a ver - imaginem lá - conferências online sobre exposições. daquelas coisas chatas, mesmo chatas. mas descobri umas coisinhas que partilho com vocês, porque isto só faz sentido se for partilhado. como não tenho cão, nem gato, nem carro, nem marido, nem televisão, nem namorado, nem whatsapp, nem crianças, partilho com o satélite que vai distribuir isto por aí. houve muitos fotógrafos de guerra: os pioneiros da fotografia que tiveram a oportunidade de captar momentos da guerra civil americana, o Robert Capa que trabalhou enquanto fotojornalista, o Roger Fenton que inspirou o Coolio no primeiro verso da canção (estou a brincar). Alguns deles, sedentos de experimentar resultados diferentes dos da fotografia plana, faziam "pós produção" ou então, riscavam lentes, sobrepunham-nas, enfim... faziam o possível, com a tecnologia da altura, para obter efeitos diferentes. alguns simularam mesmo cenários de guerra inexistentes (ou que não tiveram a oportunidade de fotografar, mas que imaginavam assim) criando uma ilusão. a fotografia é sempre uma narrativa, um ponto de vista parcial mesmo quando supostamente tem de ser idónea como é o caso da fotografia de guerra com o seu lado documental e informativo. E por vezes, o fotógrafo não manipula a fotografia, mas esta é percebida de forma diferente quando retirada do seu contexto original. Desta forma podemos dizer que a fotografia é manipulada e manipula. [É como quando percebemos que aquele começo do "Naughty Girl" da Beyonce ("Uhhh... love to love you baby") é afinal da Donna Summer.]
Bem, isto para dizer que o fotógrafo Frank Hurley (acusado no meio de ter manipulado algumas imagens da Primeira Guerra Mundial), provou do seu próprio "veneno" quando esta imagem:
Supports going up after battle, 1917
Foi posteriormente usada para ilustrar uma peça de teatro com o título "War Horse". Utilizaram parte da imagem de Frank Hurley e colocaram a silhueta do cavalo:
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