- ars longa, vita brevis -
Hipócrates
olá amiguinhos. estaindes bãos? eu estoi. uns dias milhor e outros pior, mas nada que postar não cure. por isso, cá bai mais um post da primeira liga do século XIX, ano de 2018, que opõe impressionistas franceses e impressionistas franceses. nesta caso, é um jogo a três entre impressionistas, impressionistas e impressionistas. Nesta modalidade não há VAR: quem escolhe o vencedor sou eu. Relembramos os resultados dos encontros anteriores:
Em 2012, Renoir vs Manet - 2
Em 2015. Monet vs Renoir - 1
Em 2017, Monet vs Renoir - 1
Em 2018, Bazille vs Sisley vs Renoir, cujo resultado ainda está por apurar coloca desde já Renoir em pior posição para vencer este desafio, uma vez que Renoir está sempre em pior posição para vencer qualquer desafio. Desta feita, os amiguinhos impressionistas partilham não uma cena maternal, nem uma natureza-morta com flores, nem mesmo banhistas junto ao rio, mas antes uma natureza morta com caça, o que não deixa de ser uma natureza morta. Bazille atira a matar com esta natureza-morta, já que é um dos poucos impressionistas que vem de uma família abastada e por isso, calculo que tivesse sido ele a fornecer o objecto de observação: os pássaros. Sisley compõe a cena pois o pássaro no limite do pano deixa de lá estar. É difícil encontrar imagens destes quadros com boa qualidade. As minhas fontes - que não vou revelar - não possuíam nenhum destes quadros e por isso não posso dizer muito acerca deles. Dos dois, Bazille vai melhor. Claro que a composição de Bazille é mais "normal" que a de Sisley. Sisley arrisca mais ao cortar a cena e limitá-la ao essencial, mas nem por isso foi mais bem sucedido. Falta-lhe... contexto. No enatnto, Sisley ganha no aspecto emocional, se assim puder chamar: vejam o bico da grande ave. Está virado para nós, conseguimos ver a sua expressão.
Bazille
Still-Life with Heron
1867
Musée Fabre
Sisley
Still life: Heron with spread wings
1867
E onde entra Renoir?, perguntam vocês. Renoir pintou Bazille a pintar esta cena e por isso Renoir entra aqui no fim. Não é o pior Renoir que vi, vá lá:
Renoir
Frédéric Bazille painting at his easel
1867
Museé du Louvre, Paris
9 Comments:
Eu prefiro o Renoir. A cabeça de Bazille na linha de fuga, linha de mira da paisagem do fundo. A mesma concentração , focalização e precisão do atirador. Pathos enfim. Este sr. Renoir foi um grande pintor.
Um admirador secreto.
http://arts.mythologica.fr/index.html
Bom dia.
Tem estado doente? Está melhor? Oxalá que sim. Deve estar macérrima( quanto não valem o latim e o grego :))))) Temos sentido a falta do seu geniozinho.
Um admirador secreto
Caro admirador secreto
O Renoir aqui quase que nem entra no jogo. A partida joga-se entre o Sisley e o Bazille. Como já deve ter percebido, não admiro o Renoir. O meu problema com as suas (dele!) pinturas é o tom pastel das mesmas: têm ar de pastelaria em tarde de Verão.
Quanto ao resto, vai-se indo. Uns dias melhor, outros pior. E mais não posso dizer...
Caro anónimo:
https://www.wga.hu/
Cara beluga.
Na esteira do que diz, apenas se me oferece dizer que tem muitíssima razão. Mas toda a pintura impressionista é assim, se adoptamos este ponto de vista: empastelada / soturna, embora com momentos excelentes.
Com ou sem Renoir este é género de partida que cada vez me interessa mais.
Parece uma velha a escrever e é tão previsível como uma: chá para os dias bons e gemada para os maus…
Um admirador secreto
Cara Beluga.
Espero que o nº de vezes em que tenho que corrigir o que escrevo seja suficiente para que me desculpe por impaciência. Evidentemente o que é de velha é o resto. tudo o mais merece a minha maior admiração.
Um admirador secreto
Caro "Um admirador secreto"
Boa noite, como está?
A pintura impressionista é... feliz. É por isso, e como expressão dessa felicidade, dessa bonheur, doce. Talvez a doçura fosse a melhor forma de traduzir a felicidade dessa época: paz aparente, progresso, confiança, esperança. Mas o Renoir é mais do que doce; é enjoativo. Se o Manet, o Degas, o Caillebotte fossem um bolo, seriam um queque. O Renoir seria um mil-folhas.
Como compreende, não posso nem quero falar sobre "como estou". Por isso fico-me pela fórmula socialmente aceite que não diz nada, mas dá uma resposta à pergunta. Ou seja, ficamos na mesma que é assim que devemos ficar.
Mas obrigada pela preocupação, mesmo que esta seja movida pela curiosidade. Posso dizer-lhe que... (não, não posso)
Vou para dentro apanhar uma overdose de gemada.
Até breve e obrigada, beluga.
Bom dia Beluga.
Tem razão e peço-lhe mais uma vez que tenha em conta a minha impaciência para conseguir perdoar-me. Fiquemo-nos pelas naturezas mortas.
Um admirador secreto
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