quarta-feira, dezembro 20, 2017

- ars longa, vita brevis -
Hipócrates

antes e depois ou "até que enfim chegaram gajas boas!" ou "mais um duelo entre impressionistas, desta vez para a primeira liga do século XIX, categoria pincel de pelo de marta". Pois eis-nos chegados a mais uma edição do torneio que coloca frente a frente nomes do impressionismo francês. O primeiro torneio deu-se em 2012 e opôs Manet a Renoir (ganhou Manet), o segundo torneiro, realizado em 2015, teve como protagonistas Renoir e Monet (ganhou Monet) e este terceiro tem como intervenientes Monet e Renoir. Não façam as vossas apostas pois sabemos que ganha Monet; ou seja, Renoir perde sempre porque não gosto de Renoir (ah pois é!)
Como o público destes torneios tão bem sabe, os impressionistas gostavam daquele calor humano "gostoso" e vai daí pintavam lado a lado. Eram dados ao "cunbíbio" e, acima de tudo, miúdos com idades muito aproximadas que partilhavam os mesmos espaços físicos, interesses e forma de ver a arte. Esta coisa de pintarem as mesmas cenas, de pontos de vista ligeiramente alterados, vem corroborar esta ideia de pintarem simultaneamente, não para competirem, mas para aprenderem uns com os outros. E com quem é que aprendemos? Com os mais velhos. De facto, dos impressionistas franceses, Monet era uma espécie de líder por ser também mais velho. Neste quadro, como em outros do pintor, Monet é mais  suave que Renoir sem ser delicodoce, algo típico de Renoir que me faz detestar os quadros dele. É tudo muito pastel, muito sentimental... e isso não me agrada. Parece-me que Monet conseguiu melhor resultado do que Renoir pelo enquadramento: em Renoir - e isto somente em comparação com o outro quadro - a jarra fica atravancada naquele rectângulo demasiado pequeno e as cores dramáticas não ajudam. É muita informação para pouca dimensão. Já o quadro de Monte respira liberdade, equilíbrio e até dinamismo.
O impressionismo é mesmo assim e no final ganha o Monet.




















Monet
Still life with flowers and fruit
1869
J. Paul Getty Museum




















Renoir
Mixed flowers in a earthnware pot
1869
Museum of Fine Arts, Boston

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...


Bom dia Beluga

Para já quanto à suavidade, Monet 1 , Renoir zero.

Monet também escolheu um formato "ao baixo" o que lhe permitiu "estender" a luz para a direita da tela, como se fosse o tempo a passar muito vagarosamente.Parece-me que conseguir transmitir esta ideia do passar lento do tempo é um dos segredos das boas naturezas mortas. Alguns pintores fazem-no tão bem, o tempo passa tão lentamente, que os objectos da natureza morta tornam-se rotineiros e quotidianos como um candeeiro que temos há muito tempo na secretária e que vai entrando lentamente na mancha de sol do fim da tarde até voltar a chamar novamente a nossa atenção.

Tenho a certeza que conhece o Willem van Aelst, um grande pintor de naturezas mortas.

https://fineartamerica.com/featured/vanitas-flower-still-life-willem-van-aelst.html

Talvez ele tenha conseguido pintar um tempo cíclico. Aguardo com grande expectativa a chegada do pai natal a quem pedi um livro sobre o Willem van Aelst.

Outro dos segredos talvez seja colocar uma flor no centro geométrico do quadro, se o tema forem as flores. Mas enfim, não tenho certezas sobre nada disto.

Tenha um bom fim de semana

Jonh Flores


22/12/17 8:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...


Desculpe. Natureza-morta.
J.F.

22/12/17 8:31 da manhã  
Anonymous Anónimo said...


Bem enfim, o formato de Monet não é exactamente ao baixo. Enfim...

J.F.

22/12/17 8:36 da manhã  

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