terça-feira, dezembro 06, 2016

- ars longa vita brevis -
hipócrates
"antes e depois" ou como "vocês vão já dizer: "bai-t'imbora. não é nada um "antes e depois". Buuuu, fora!!!" e eu vou ter de responder: "tenham lá calma, concentrem-se e pensem se, em parte, não tenho razão neste antes e depois". andava na faculdade (na primeira) quando descobri esta música do João Gilberto. Chama-se o Pato e deixo aqui parte da letra (a parte que interessa para este "antes e depois"):
O pato vinha cantando alegremente, quém, quém
Quando um marreco sorridente pediu
Pra entrar também no samba, no samba, no samba
O ganso gostou da dupla e fez também quém, quém
Olhou pro cisne e disse assim "vem, vem"
Que o quarteto ficará bem, muito bom, muito bem

Ou seja, um quarteto animal (pato, marreco, cisne e ganso) reuniu-se para fazer música. Há umas peripécias pelo meio - ou no fim - mas é esta a ideia. Desde que ouvi esta música pela primeira vez fiquei a pensar que tinha muito em comum com o Carnaval dos Animais de Saint-Saens. Claro que no Carnaval do Animais, há mais animais que não entram na música do João Gilberto: o elefante, o leão... mas repete-se a ideia de música com/pelos animais bem como a ideia de onomatopeia. Ora vejamos, n'O Pato, imita-se a "voz" do pato com o "quém, quém, quém...". N'O Carnaval do Animais, cada animal/espécie tem a ele associado um instrumento ou uma forma de tocar que nos lembra os grunhidos, rugidos, balidos, pios dos respectivos animais: para as tartarugas o piano é muito lento, para os cangurus há muitas hesitações, saltos, avanços, para o cisne a música é muito suave...

Enfim, é o que eu acho, embora o que eu acho não seja grande coisa.