quarta-feira, março 24, 2010

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

diz-me o que comes e eu digo-te de que tela vens:
um grupo de professores americanos que procurava estudar a obesidade naquele país recorreu a obras relativas à Última Ceia por parte de 52 artistas e datadas de 1000 a 2000. Descobriram que ao longo dos tempos a arte foi acompanhando uma tendência que a sociedade já seguia – ou vice-versa – de comer mais do que aquilo que achava que ingeria na realidade. Os dois professores analisaram as pinturas mais famosas dos últimos mil anos relativas à Última Ceia e descobriram, através do tamanho e número de pratos na mesa, do pão e do tipo e quantidade de comida, bem como das cabeças dos apóstolos. O que o estudo revelou foi que ao longo do tempo, como seria de esperar, o tamanho da cabeça dos apóstolos não sofreu alterações, mas o tamanho e quantidade da alimentação e dos pratos em si, sim. O estudo também mostrou que ao longo de mil anos de pintura o número de entradas colocadas em frente a Jesus aumentou cerca de 70% e o número de pães, 23% e o tamanho dos pratos foi incrementado cerca de 66%. Segundo este trabalho o grande momento de viragem deu-se com a Última Ceia de Leonardo da Vinci que é tida como um banquete epicurista, uma vez que até aí as pinturas relativas a esta passagem bíblica eram mais frugais na quantidade e na variedade. Depois, e vemos isso com Tintoretto
já no Maneirismo, a ceia mais conhecida da religião foi tendendo mais para casamento cigano do que para jantar derradeiro.
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@ last, my symbol has come along…
Isto é o que se chama um ovo columbismo! O MoMA adicionou à sua colecçãode arquitectura e design o símbolo @ que é usado por milhões de pessoas, todos os dias em todo o mundo. Apesar de existir há muito tempo – o MoMA diz que pelo menos desde o século VI o @ é associado por nós à Internet e aos tempos de hoje e apesar de fazer parte do nosso dia-a-dia é uma “obra de arte”(?). Por mais que nos custe a acreditar, este símbolo pode ser considerado uma obra de arte uma vez que, como símbolo não faz alusão a uma ideia em concreto, mas algo abstracto e depois porque para as diferentes civilizações, ao longo dos tempos, teve um significado diferente. Para os russos, por exemplo, o @ já simbolizou um cão, enquanto para os finlandeses era o equivalente a um gato. O director do MoMA referiu que esta inclusão do símbolo nas citadas colecções é um “acto de design”, uma vez que, juntamente com as iniciais “www” o @ é como uma manta que cobre todo o universo comunicacional actual e como tal, pode ser visto como uma forma da sociedade se expressar e interagir. No entanto, não se preocupem porque o símbolo continua a ser de todos; a inclusão por parte do MoMA não implica a sua custódia.
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o leão afónico
A Metro Goldwyn Mayer ruge pela última vez, num caso que até faz lembrar um clube de futebol que recentemente foi a eleições sem nenhuma lista candidata. Na MGM nenhuma das empresas interessadas nos estúdios de cinema está disposta a dar os 4000 milhões de dólares pedidos para adquiri-los. Até agora nenhuma das ofertas se aproximou sequer de metade do valor pedido e necessário aos proprietários actuais para fazer face às dívidas bancárias. E se tal não acontecer nos próximos dias pelo menos até 31 de Março, vindo dos compradores que já se mostraram interessados ou de outros, então a MGM tal como a conhecemos desaparecerá. Os estúdios que nos deram “E tudo o vento levou”, “Feiticeiro de Oz” e muitos outros podem assim declarar bancarrota o que deixará a empresa nas mãos dos seus credores e resultará, inevitavelmente, na venda de peças como os direitos da saga James Bond e aquela que foi a última produção MGM, “Fame”.
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1 Comments:

Blogger João Barbosa said...

adorei a sua última ceia. legau!

24/3/10 10:40 da manhã  

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