- ars longa, vita brevis -

hipócrates

antes e depois ou “como este Tim fez a coisa tal e qual. Aliás, as fotografias desta série, segundo aquilo que li estão inseridas num ensaio sobre Tâmara Lempicka. Entre uma e outra não há qualquer diferença o que torna esta comparação muito aborrecida. Não é pela fotografia em si, que a mais não está obrigada, mas por causa da Tâmara Lempicka que eu não engulo nem por nada. Não a senhora em si: muito bonita para a época, bissexual assumida, também porque a posição social permitia isso, feminista, contestatária… mas por aqueles quadros Arte Déco. Tâmara Lempicka significa para a Arte Contemporânea o compasso de espera entre a nova visão do mundo sem academismos e o fim do século XIX. Nos primeiros 20 anos vigorou um impasse pois a tecnologia e as ideias queriam progredir para uma nova forma de arte, mas a Exposição Internacional de Artes Decorativas que decorreu em Paris em 1925 não permitia isso. As mudanças sociais não tinham correspondência na arte pois esta, graças à Arte Nova, Jugendstil, Modernismo, Secessão Vienense ou o que lhe quiserem chamar, não permitia o progresso. A arte continuava a ser feita de floreados e sinuosidades que foram sendo polidas graças à Arte Déco que, com muita pena minha, nunca me caiu no goto. Apesar de existir uma tentativa de levar a arte às massas, de torná-la mais acessível, ela continuava a pertencer às elites, uma vez que pelo menos em materiais o que predominava eram os cristais Boucheron, os vidros Lalique, as madeiras raras e caras… Pintoras como Tâmara Lempicka personificavam bem esse estado da arte. Lempicka nasceu na Polónia mas mudou-se para Paris onde se tornou uma pintora da alto sociedade pintando essencialmente retratos de uma elite rica e snob que apreciava determinados valores na sua obra consoante as tendências. Como o lesbianismo, a androgenia e as relações promíscuas estavam na moda e Lempicka pintava isso mesmo, ela era “the right girl for the role”:

Tamara Lempicka
St. Moritz
1929


Tim Petersen
Blackbook
2000