- o carteiro -
Pieter Bruegel, the Elder
Netherlandish Proverbs
1559
Staatliche Museen, Berlim
Bruegel é um daqueles pintores injustamente esquecidos ou erradamente recordados: é tido como um menor relativamente a Bosch, quando na realidade foi uma gravura de Bruegel, “As tentações de santo Antão” que inspirou o célebre quadro de Bosch com o mesmo nome e que foi buscar muito do original.
Bruegel
Tentações de Santo Antão
1556
Os seus quadros parecem só caóticos quando na realidade estão repletos de simbolismo, um simbolismo de sobrevivência. No século XV, na época em que Bruegel pintava a Holanda era feudo da Espanha e os seus quadros retratavam tanto a violência provocada pelas investidas espanholas como as privações próprias daquele tempo. Bruegel sempre resistiu às modas italianas e por isso a sua pintura não se parece em nada com as pinturas da época e que tinham muito sucesso por todo o mundo: na forma e na temática as pinturas são diferentes. Bruegel pinta através de símbolos e temática não sai dos limites da sua aldeia. E de facto Bruegel não precisou de sair da sua aldeia para retratar a miséria humana e universalizar o tema. Dois séculos mais tarde Tolstoi escreveu: “Pinta a tua aldeia e pintarás o mundo”. O pintor inspirou-se também na literatura popular do tempo, sobretudo nas compilações de anedotas e provérbios como “O Navio dos Tolos” de Sebastian Brant de 1949 e que muito o ajudou a compor a obra “Provérbios Flamengos”. À primeira vista este quadro é uma composição sem ordem nem propósito, mas ela encerra em si mais de uma centena de provérbios. Estes provérbios e expressões populares dividem-se no quadro em dois grupos: os que falam dos pecados dos homens acaba por dar nome ao quadro.
Os seus quadros parecem só caóticos quando na realidade estão repletos de simbolismo, um simbolismo de sobrevivência. No século XV, na época em que Bruegel pintava a Holanda era feudo da Espanha e os seus quadros retratavam tanto a violência provocada pelas investidas espanholas como as privações próprias daquele tempo. Bruegel sempre resistiu às modas italianas e por isso a sua pintura não se parece em nada com as pinturas da época e que tinham muito sucesso por todo o mundo: na forma e na temática as pinturas são diferentes. Bruegel pinta através de símbolos e temática não sai dos limites da sua aldeia. E de facto Bruegel não precisou de sair da sua aldeia para retratar a miséria humana e universalizar o tema. Dois séculos mais tarde Tolstoi escreveu: “Pinta a tua aldeia e pintarás o mundo”. O pintor inspirou-se também na literatura popular do tempo, sobretudo nas compilações de anedotas e provérbios como “O Navio dos Tolos” de Sebastian Brant de 1949 e que muito o ajudou a compor a obra “Provérbios Flamengos”. À primeira vista este quadro é uma composição sem ordem nem propósito, mas ela encerra em si mais de uma centena de provérbios. Estes provérbios e expressões populares dividem-se no quadro em dois grupos: os que falam dos pecados dos homens acaba por dar nome ao quadro.
Ao centro vemos a imagem de uma mulher que cobre o marido com um manto azul. Isto está associado ao provérbio “Cobrir com a manta”; ou seja, a mulher adúltera cobre o seu marido com o manto que simboliza o adultério. Esta imagem terá sido retirada de uma inscrição de uma gravura da época da autoria de Frans Hogenberg, que dizia o seguinte: “esta é geralmente chamada A Capa Azul, mas estaria mais bem baptizada como As Loucuras do Mundo”.
Muitos são os provérbios e não haveria blog para expô-los. Além disso a Wikipédia já tratou disso [link]. Vamos no entanto mostrar alguns e mostrar como no meio do caos há um elemento que nos indica sobre o que trata o quadro: o globo terrestre de “pernas para o ar” no canto superior esquerdo da pintura.
A porca rói o batoque tentando retirá-lo. Isto quer dizer "fazer um porco de si mesmo".
Um homem bate com a cabeça na parede. Quer dizer "dar cabeçadas".
Este não é uma expressão, mas um provérbio de Esopo: "Não contes tuas galinhas antes de chocarem os ovos".
Um homem carrega cestas de luz para o sol, o que quer dizer "chover no molhado".
Duas mulheres juntas: uma segura a roca e a outra fia. Isto quer dizer: "são necessários dois para se fazer um mexerico".
Um homem abre a porta com o rabiosque. Quer isto dizer: "não sabe se vai ou se vem".
Um homem mata duas moscas com uma só palmada, o que quer dizer: "matar dois coelhos de uma cajadada só".
Um homem a quem não interessa saber de quem é a casa que estão a queimar, desde que se consiga aquecer nas brasas. O que isto quer dizer é: "estou sempre bem".
Um homem mostra como uma roda foi parada por um pau. Isto quer dizer: "colocar uma pedra no caminho".
3 Comments:
Se fosse autarca encomendava e mandava colocar uma estátua em seu louvor e numa praça tão digna quanto o Rossio ou o Terreiro do Paço.
meu deus. o que é que tu andas a fazer? ou melhor, o que é tu não andas a fazer? ou antes, do que é que estão à espera para te por a fazer alguma coisa que te faça justiça? subscrevo o joão barbosa.
vá, acalmem-se lá. não sei ana. pergunto-me muitas vezes o mesmo: o que é que tenho de fazer para fazer alguma coisa que goste e não alguma coisa onde remedeie. nem imaginas como é que isto anda.
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