- o carteiro -
afinal, em que é que ficamos?
A McKinsey & Company lançou um estudo que mostra como o consumidor comum pode reduzir em 28% a emissão de carbono para a atmosfera. Não sei porquê, mas isto cheira-me a vingança; uma vingança muito subtil que os parceiros da Administração Bush querem fazer à Verdade Inconveniente de Gore, uma vez que os estudo em questão foi patrocinado pelos Environmental Defense e Natural Resources Defense Council, pela Honeywell, National Grid, Detroit Edison, Pacific Gas & Electric e Shell. O estudo mostra que os grandes contribuidores para um ambiente mais poluído não são as grandes empresas, mas os mais pequenos, os consumidores comuns que se substituíssem toda a iluminação normal pela mais económica e se simplesmente desligassem as luzes quando não estão a precisar delas iriam contribuir com menos 28% nas emissões de carbono. O mesmo estudo recomenda uma campanha pública de educação dos consumidores, bem como a instauração de impostos a quem não cumprir passos básicos para não poluir, mas nesta parte o estudo mete “o pé na argola”. É que tais medidas já foram abordadas no passado, mas nada foi levado a sério.
no entanto, porém, contudo, não obstante...
Na Rokeby Gallery em Londres está aberta ao público uma exposição que se chama "Fusion Now! More Light, More Power, More People" e que propõe uma reflexão sobre uma hipotética sociedade baseada no gasto de mais energia e não em menos conforme está a ser o caso. Os organizadores dizem para não se tomar a exposição, logo à partida, como uma provocação de mau gosto e até sensacionalista. Dois antigos prémios Turner estão envolvidos nela. São eles Mark Titchner e Liam Gillick, bem como o escultor Roger Hiorns que leva até à exposição uma enorme lâmpada que para estar ligada serve-se de muita energia e está coberta de esperma (?!). Ora isto, segundo o artista, representa a “alegria de poder gastar”. Pode dizer-se que a arte finalmente está a sair do domínio, do jugo da política no qual estava alojada desde o 11 de Setembro, que a arte está a ser novamente provocadora, que está a dar voz a diferentes formas de ver a sociedade e o futuro, mas para mim não deixa de ser simplesmente uma ideia, nem boa nem má, que chama a atenção para a questão ambiental e não para o que se pretende fazer pela arte. Uma sociedade que controla os seus gastos de energia não é uma sociedade cautelosa nem conservadora, mas antes uma sociedade responsável. Got it?
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